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Participação em evento
Museu do Índio participa de Oficina de Conservação Preventiva promovida pelo IHGB
Três profissionais do Museu do Índio, Margareth Vieira de Souza, Maria Simone Camelo e Luiza Zelesco, participaram da Oficina Conservação Preventiva: Reservas Técnicas, promovido pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) no dia 7 de novembro.
A oficina apresentou as experiências de modernização das reservas técnicas do próprio IHGB, do Museu de Arte do Rio (MAR) e do Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro (MHCRJ), destacando a importância de reservas técnicas no contexto de programas de conservação preventiva.
Paulo Knauss de Mendonça, 1º vice-presidente do IHGB, falou sobre o projeto de revitalização e adequação da reserva técnica do museu da instituição, desenvolvido neste ano. Disse que esse projeto resultou na implantação de novas instalações de guarda da coleção museológica do Instituto e na implantação da base de dados que sistematiza o inventário de peças, facilitando a gestão e o acesso à informação.
Explicou que o IHGB foi fundado em 1838 como instituição que visava pensar o Brasil, estimulando estudos históricos, geográficos e de outras ciências sociais sobre o Brasil, além de reunir e divulgar documentos sobre a formação de sua identidade. De acordo com ele, a coleção museológica do IHGB é uma referência para o pensamento social do país.
Paulo Knauss exibiu fotos de alguns objetos musealizados, falou sobre o acervo documental e explicou as principais intervenções realizadas na reserva técnica. Disse que coordenou o trabalho e que as atividades museológicas foram desenvolvidas por uma equipe, tendo à frente a museóloga Ione Couto, que trabalhou por muitos anos no Museu do Índio.
Em seguida, Gisele Nery, diretora do Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro (MHCRJ) apresentou brevemente o museu. Informou que foi criado na década de 1930 e que hoje faz parte da Rede de Museus da Secretaria Municipal de Cultura. Disse que é um conjunto arquitetônico, localizado no Parque da Cidade, composto por um palacete do século XIX, um casarão de exposições temporárias - que geralmente recebe exposições de arte contemporânea-, da capela São João Batista, e tem, ainda, um anexo onde funciona a administração e o prédio da reserva técnica.
Tatiana Aragão, uma das museólogas do MHCRJ, explicou que a coleção museológica conta com cerca de 24 mil itens, entre doações e aquisições, datados do século XVI aos dias atuais. Entre os diversos espaços de exposição do museu, há uma sala dedicada aos povos originários, que no momento abriga uma exposição de Denilson Baniwa.
Ela mostrou algumas imagens de objetos do acervo e contou que construíram a reserva técnica em 2016. Dois anos depois, o espaço sofreu intervenções para melhor acomodação dos objetos. Este ano, contou, foi iniciada a adequação do acondicionamento de itens do acervo. Entre as ações desenvolvidas estão a aquisição de materiais e equipamentos, o treinamento de profissionais de conservação e o aperfeiçoamento profissional da equipe em museologia e áreas afins.
Já Priscila Zurita, do Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR), disse que a instituição foi criada em 2013, como uma das âncoras da revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro, e atualmente abriga o acervo que mais cresce na Cidade, todo composto por doações. Trata-se do primeiro museu de arte do município. De acordo com ela, a instituição tem duas reservas técnicas e já percebe a necessidade de ampliação. Após narrar o processo de musealização dos objetos, disse que a coleção pode ser consultada online.
Com relação à reserva técnica da instituição, ela disse que foi criada em 2017 e que uma parte é visitável. O público pode ver as atividades de acondicionamento, conservação, fotografia, entre outras, explicou. De acordo com Priscila, todas as obras estão etiquetadas, minimizando o manuseio das peças, e há a intenção de colocar QR Code nessas etiquetas, para possibilitar acesso via celular a informações da base dados sobre a catalogação das obras.
A última palestrante, Cláudia Carvalho, da Fundação Casa de Rui Barbosa, falou sobre a importância das reservas técnicas em programas de conservação preventiva. Disse que a partir da década de 1960 o campo da conservação preventiva de museus, arquivos e bibliotecas teve um grande avanço, especialmente a partir de 1990. Ressaltou que preservação envolve um largo leque de expertises e pontuou que foi nos museus que a conservação preventiva mais avançou. Ela lembrou que na virada do século o assunto passou a ser objeto de disciplinas em cursos de mestrado e doutorado e as publicações sobre o tema se multiplicaram.
Ao final do evento, os participantes foram convidados a conhecer a nova reserva técnica do IHGB.