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Integrantes do Museu do Índio tomam posse no Conselho Consultivo do Patrimônio Museológico do Ibram
Representantes do Museu do Índio (futuro Museu dos Povos Indígenas) foram empossados nesta quinta-feira, 30 de novembro, como membros do Conselho Consultivo do Patrimônio Museológico (CCPM). Tendo em vista que a nova diretora do museu, Fernanda Kaingáng, foi nomeada na véspera, a atual diretora substituta Elena Guimarães tomou posse em caráter provisório. Assim que entrar em exercício, Fernanda passará a representar a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) como a titular no CCPM e indicará seu suplente.
O CCPM é um órgão de assessoramento do Ibram e tem como missão dar voz à sociedade na formulação e implantação de políticas públicas, analisando questões relacionadas ao fortalecimento do setor; à movimentação e saída de bens do País; à proteção e à defesa do patrimônio cultural musealizado, passíveis de musealização e coleções visitáveis; dentre outras.
Em seu pronunciamento, Elena Guimarães classificou como histórico esse momento por que passa o museu, tendo em vista que o órgão agora tem na direção uma mulher indígena. E destacou que o futuro Museu dos Povos Indígenas, que esse ano completa 70 anos, foi o primeiro museu criado com uma causa, a de combater o preconceito. Em seguida passou a palavra à nova diretora.
Fernanda Kaingáng cumprimentou todos em sua língua materna, lembrando que estamos na Década Internacional das Línguas Indígenas. Em seguida, destacou: “Nós somos 305 povos, falamos 274 línguas vivas, muitas delas em risco de desaparecimento segundo dados da Unesco. O museu, que será agora o Museu dos Povos Indígenas, inaugura uma nova etapa, uma etapa sonhada. Um tempo em que nós falamos em primeira pessoa. Um tempo em que as políticas pública de cultura e as políticas públicas museais para os povos indígenas nunca mais serão feitas sem a nossa participação”.
Suzenalson da Silva Santos, representante da Rede de Museus e Museologia Indígena e um dos integrantes da sociedade civil a compor o CCPM, destacou que é fã dos pontos de memória do patrimônio museológico. Disse que pretende realizar um trabalho conjunto com todas as musealogias e que espera que possam construir uma política museal que garanta direitos.
Fernanda Castro, presidenta do Ibram, destacou que o CCPM está com cara nova, mais diverso e que seus membros foram escolhidos com democracia. Ela pontou que o governo passado reduziu o número de conselheiros de 21 para 11 e que, portanto, a composição atual é provisória. “Estamos empossando hoje esses 11 representes porque esse Conselho precisa estar vivo, atuante”. Mas informou que, no início do próximo ano, enviarão à ministra uma proposta de decreto sugerindo novo formato, nova composição, novas atribuições e nova proposta de funcionamento para o CCPM.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou que para promover diversidade cultural, o MinC necessita da participação da sociedade na elaboração das políticas públicas desenvolvidas por todas as áreas do Ministério. "Agradeço desde já aos conselheiros que tomaram posse hoje pelo empenho e participação", disse.
Além de Suzenalson Kanindé, também irão compor o CCPM como representantes da sociedade civil: Lucas Ribeiro Lima, da Rede de Museologia Quilombola; professor Régis Carvalho, da Associação de Amigos do Museu de Araguaína; Lucinha Santana, do Fórum de Ecomuseus e Museus Comunitários da Amazônia; Luan Apollo, da Rede LGBT de Memória e Museologia Social; Kleber, da Rede de Museus de Arte Urbana; Márcia Arturi, da Sociedade de Arqueologia Brasileira; Maurício Cândido, da Rede de Museus Universitários; Luciane Figueiredo, da Rede de Sistemas de Museus; além de duas conselheiras do Conselho Federal de Museologia, que não estavam presentes.
A cerimônia contou também com a presença do diretor de Participação Social da Presidência da República, Paulo José de Oliveira; do secretário-executivo do Ministério da Cultura, Márcio Tavares; e da assessora de Participação Social e Diversidade do MinC, Mariana Braga.