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Exposição sobre saberes tradicionais de mestres indígenas contará com peça do acervo do Museu do Índio
A exposição “Viva Viva Escola Viva”, que será aberta dia 2 de dezembro na Casa França-Brasil, no Rio de Janeiro, vai contar com um tapete de miçangas, do povo Huni Kuin (Kaxinawá), que integra o acervo etnográfico do Museu do Índio.
Trata-se de um painel de miçangas com representações de 80 motivos geométricos característicos do povo Kaxinawá, costurados com linha de tarrafa, por artesãs do Rio Jordão. A peça tem 175,5 cm de comprimento por 137,0 cm de largura e foi confeccionada originalmente para a exposição "O mundo que se faz de contas: no caminho da miçanga", realizada pelo museu em 2013.
A mostra “Viva Viva Escola Viva” tem curadoria de Cristine Takuá e mediação de Ailton Krenak e é promovida pelo Selvagem - Ciclo de Estudos sobre a Vida, uma plataforma de aprendizagem que, desde 2018, articula memórias e saberes indígenas, tradicionais, científicos, acadêmicos, artísticos.
O objetivo da exposição é celebrar as Escolas Vivas, uma rede de centros de formação para a transmissão de saberes tradicionais, coordenada por Cristine Takuá, educadora, mãe, parteira e pensadora Maxacali que habita há 20 anos, com seu companheiro Carlos Papá Porã Mirim e seus filhos Kauê e Djeguaká, a Terra Indígena Rio Silveira, do Povo Guarani-Mbya, em São Paulo.
Será o primeiro grande encontro de artistas, professores, pajés e mestres, que estão à frente dos quatro centros de formação de transmissão de saberes tradicionais das etnias Maxakali, Huni Kuin, Tukano, Guarani, além de mestres da Escola Viva Baniwa, que será inaugurada em 2024.
A proposta das Escolas Vivas é manter a memória ancestral de cada povo, seus saberes e fazeres tradicionais que sustentam a cultura de seus mundos, falando sobre seus modos de proteger sua gente, desde antes do nascimento até depois da morte. São estimuladas atividades como práticas espirituais de cura e cantos, danças, contação de histórias, oficinas de pinturas, audiovisual, fotografia, arquitetura tradicional, estudos sobre plantas medicinais, cultivo entre outras.
A exposição ficará em cartaz até 28 de janeiro de 2024, e estão programadas também oficinas voltadas ao público jovem e seminários sobre educação.