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Exposição
A mostra itinerante “Kadiwéu,Ofayé,Urubu-Ka’apor” do Museu do Índio está em exibição na Casa de Cultura Maricá
A Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) inaugurou, no dia 26 de outubro, a exposição fotográfica "Kadiwéu, Ofayé, Urubu-Ka’apor – Os índios de Darcy Ribeiro”, numa homenagem ao antropólogo que escolheu o município de Maricá como lar. As fotos foram feitas pelo próprio Darcy Ribeiro, entre os anos 1940 e 1950, no início de sua carreira como antropólogo, e algumas outras, por sua esposa, a antropóloga Berta Ribeiro. A exposição está sendo realizada na Casa de Cultura de Marica, no centro da cidade.
Os registros têm grande valor histórico, principalmente no caso dos Ofayé, que foram praticamente dizimados, havendo pouca documentação sobre esse povo, com o qual o antropólogo conviveu por apenas um mês.
Essa mostra é um recorte da exposição “O olhar precioso de Darcy Ribeiro”, que tem curadoria do fotógrafo e antropólogo Milton Guran, e foi exibida pela primeira vez em 2010 , na Caixa Cultural no Rio de Janeiro. Em 2022, quando se comemorou centenário de nascimento do antropólogo, ela foi reeditada pelo Museu do Índio na plataforma virtual Google Arts and Culture.
Essa mostra reduzida foi exibida na galeria do Museu em 2010 e passou a compor um programa de exposição itinerante, o que viabiliza sua reprodução em outros locais, mediante empréstimo.
Além da realização da exposição e de um webinário com o tema “Reconstruindo o Brasil a Partir de Darcy Ribeiro”, a Codemar está transformando a casa onde o antropólogo viveu, na Praia de Cordeirinho em Maricá, num museu e centro de pesquisa. Está construindo também um complexo cultural, num prédio anexo, que se chamará Berta Gleizer, em homenagem à antropóloga e companheira de Darcy. O espaço contará com biblioteca, áreas de exposição, estúdio de gravação de músicas e podcasts e áreas de convivência.
Darcy Ribeiro
Darcy Ribeiro completaria 101 anos no dia 26 de outubro de 2023. Um dos organizadores do Museu do Índio (MI) e seu primeiro diretor, o antropólogo afirmava que a criação do museu foi o trabalho mais importante que realizou durante o período em que atuou no Serviço de Proteção aos Índios (SPI).
Na primeira expedição, em 1947, Darcy, acompanhando da esposa Berta Ribeiro, estudou os Kadiwéu. No ano seguinte, ele conviveu durante quatro semanas com duas famílias Ofayé, na região que hoje é o município de Bataiporã, no Mato Grosso do Sul. De 1949 a 1951, o antropólogo fez duas novas expedições, dessa vez a aldeias Urubu-Ka’apor, no Maranhão.
Os indígenas, que a princípio eram apenas objeto de estudo para Darcy, tornaram-se alvo de interesse e paixão, nascida da convivência com esses povos, da observação de seus modos de vida, sua arte, e sua relação com o sagrado.