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Reabertura do Museu do Índio é prioridade para a Funai
Em reunião, no dia 23 de maio, no Rio de Janeiro, o diretor de Administração e Gestão da Funai, Rodrigo de Sousa Alves, assegurou que a Fundação Nacional do Índio fará o que for preciso para que sejam realizadas as obras de restauro e reforma do casarão central e dos blocos anexos do Museu do Índio, visando sua reabertura ao público. Ele disse que a reinauguração é uma prioridade para a presidência da Funai e que vão se empenhar no sentido de viabilizar as intervenções necessárias, tanto do ponto de vista orçamentário, quanto de apoio técnico.
O diretor veio acompanhado da arquiteta Isabela Carolina Cutrim de Abreu, titular da Coordenação de Infraestrutura Comunitária (COIC) da Funai sede. Ela vai prestar assessoria nas fases de planejamento e execução das intervenções arquitetônicas no museu. O objetivo é que os projetos passem pela sua avaliação técnica antes de serem aprovados.
Desde 2016, o Museu do Índio está fechado à visitação pública para realização de obras de infraestrutura, o que tem gerado uma grande expectativa quanto à reabertura. Seus espaços sempre foram muito procurados não apenas para exposições e eventos culturais, mas também para atividades de educação e lazer. Porém, a reabertura deve ocorrer de forma gradual devido à complexidade das intervenções que precisam ser feitas, especialmente no casarão central. “Nossa meta é que, a partir do segundo semestre de 2023, ano em que a instituição completa 70 anos, possamos voltar a receber o público para algumas atividades pontuais. Para essa reabertura parcial é essencial a construção de uma nova recepção adequada às normas de acessibilidade ao público”, explicou o diretor do Museu, Giovani Souza Filho.
A reabertura total do museu pressupõe uma série de projetos. O casarão central, principal edificação do complexo arquitetônico, é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o que impõe vários procedimentos antes da realização de qualquer obra. A edificação abriga as principais exposições da instituição e a biblioteca Marechal Rondon. Ao seu redor há sete anexos, onde funcionam áreas de guarda de acervos, o Laboratório de Conservação e Restauração, o Serviço de Atividades Culturais, além dos setores administrativos e outras áreas técnicas.
De acordo com o coordenador de Administração do museu, Paulo Barros Casali, os requisitos de segurança para reabertura, que envolvem obras de infraestrutura para prevenção de incêndios e a substituição e modernização da rede elétrica, já estão em fase final de execução e, nesse segundo semestre, deve ser implementado o projeto hidro-sanitário-pluvial.
Restauro e reforma do casarão central
Paralelamente às obras de segurança, iniciaram-se os procedimentos exigidos pelo Iphan para intervenções no casarão central. O coordenador de Patrimônio Cultural do Museu, Bruno Oliveira Aroni, que é também integrante do Grupo de Trabalho (GT) relativo ao projeto de restauro e reforma, fez uma apresentação sobre as fases que devem ser cumpridas para atender às normativas do Iphan, e exibiu as plantas baixas dos oitos blocos, ajudando os visitantes a localizar cada edificação. Ele explicou que os blocos E e G e o casarão são construções que têm características semelhantes. “Temos de trabalhar considerando que essas edificações compõem um conjunto arquitetônico”, observou.
Foto: planta de implantação lote nº 55 - Rua das Palmeiras (sem escala). Fonte: MT Arquitetura
Ele esclareceu, ainda, que já foram realizadas as duas primeiras etapas da metodologia do Iphan, a de identificação e conhecimento do bem, e a de diagnóstico, quando foram mapeados os danos da edificação. Agora, conforme explicou, está sendo realizado o planejamento para contratação do projeto da terceira fase, relativo à proposta de intervenção.
Essa etapa envolve um estudo preliminar, apontando soluções para os problemas levantados no diagnóstico, seguido do projeto básico, que definirá o tipo intervenção a ser realizada. Em seguida, será elaborado o projeto executivo, que vai detalhar os serviços, técnicas e materiais que serão empregados; definir o orçamento e fixar o prazo de execução das intervenções. Somente depois de finalizado esse projeto, será possível a contratação dos serviços necessários ao início das obras.
De acordo com Bruno, além do restauro e reforma, é preciso também buscar soluções para acessibilidade, problemas relativos à umidade, estruturação de ambientes internos, entre outras questões. Outro desafio é a ausência de engenheiros ou arquitetos no quadro de pessoal do museu, o que dificulta a análise sobre a adequação técnica dos projetos contratados. O apoio da arquiteta da COIC vem suprir essa lacuna, e, se necessário, o diretor de Administração e Gestão se dispôs a enviar engenheiros do quadro da Fundação.
Construção da nova recepção
Outra etapa indispensável para reabertura da instituição é a construção de uma nova recepção. Daniel de Oliveira Lira, chefe do Serviço do Patrimônio Cultural e Arquitetônico, e integrante do Grupo de Trabalho responsável por essa obra, explicou que será preciso fazer um novo projeto, pois o antigo desrespeita normativas do Iphan, ao tampar em parte a fachada do casarão. “A recepção é a identidade arquitetônica da instituição, pois o casarão não faz referência à arquitetura indígena. Assim, temos de pensar numa estrutura vernacular (com uso de materiais e técnicas tradicionais) que represente essa arquitetura”, esclareceu.
Ao final das apresentações, Rodrigo de Sousa Alves e a arquiteta fizeram uma visita ao casarão central e aos prédios anexos, acompanhados pelo diretor do museu. Na ocasião, puderam constatar in loco alguns dos problemas apontados no diagnóstico.
A reunião contou também com a participação do chefe do Serviço de Referências Documentais, Maurício Fiorito de Almeida, que é também o gestor das obras da parte elétrica e integra o GT das obras do casarão; do chefe do Serviço de Gabinete substituto, Juliano Almeida da Silva, e da servidora Cristiane Borges de Oliveira, chefe do Núcleo de Almoxarifado.