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Museu na obra: estreia hoje série de vídeos sobre as obras do Museu do Índio
O Museu do Índio (MI), unidade descentralizada da Fundação Nacional do Índio (Funai) lançou nesta segunda-feira (14) o primeiro episódio da série Museu na obra. A iniciativa tem como objetivo informar o público sobre o andamento das obras que estão sendo realizadas no órgão visando garantir a segurança dos visitantes, funcionários e dos mais de 100.000 itens do acervo abrigado nas oito reservas técnicas existentes. Confira o vídeo.
“Trata-se de uma iniciativa que trará maior clareza ao público interno e externo sobre o andamento das obras do museu. Com a série, as pessoas conseguirão visualizar os avanços da reforma”, afirma Giovani Souza Filho, diretor do MI. No primeiro episódio da série, Giovani também explica que “recentemente, muitas normas foram impostas aos museus pelos órgãos de controle e estamos em busca de efetivar essas exigências para que possamos abrir para o nosso público”.
Desde o ano de 2016, os espaços expositivos do MI encontram-se fechados para visitação do público, tendo em vista a inadequação da estrutura das edificações ocupadas pelo museu às exigências legais e de segurança e prevenção de incêndios do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro.
Inaugurado em 1953, o órgão compreende, atualmente, um conjunto arquitetônico do qual fazem parte um casarão, construído em 1880 e tombado pelo Iphan em 1967, e outras sete edificações, onde trabalham os servidores da unidade e estão abrigadas as reservas técnicas do órgão. As obras beneficiarão todas essas unidades.
Mesmo com o impacto das medidas de isolamento social implementadas pelo poder público para conter a disseminação da covid-19, o corpo de servidores do MI se dedicou intensivamente às tarefas necessárias para a continuidade dos processos de contratação para viabilizar a execução da reforma.
Durante o último ano, as seguintes etapas da reforma foram executadas, de forma simultânea: projeto de prevenção contra incêndio e pânico; de renovação integral da rede elétrica; e reforma de telhados e readequação de salas da direção e das coordenações do museu e dos espaços de processamento técnico e guarda dos acervos.
Prevenção de incêndios
O projeto de prevenção contra incêndio e pânico consiste na instalação de tubulações hidráulicas e hidrantes para combate a incêndio nas dependências do museu; central de alarmes ligada a sensores de fumaça; sensores de temperatura e botões de acionamento manual dos alarmes em salas; placas de sinalização e corrimãos para segurança em escadas de acesso a espaços do museu e aos mezaninos localizados em salas das reservas técnicas (ambientes destinados à guarda dos acervos museológico e arquivístico).
De acordo com o engenheiro Francisco Amauri, responsável pela obra, o projeto de incêndio foi elaborado visando atender a todos os setores do museu. “Hoje, o museu está com todo seu sistema de incêndio preparado para qualquer eventual problema que possa ter”, explica.
O MI está, atualmente, trabalhando na contratação da segunda etapa da obra, que possibilitará a obtenção da documentação necessária para a aprovação do projeto executado junto ao CBMERJ.
Renovação da rede elétrica
“Nós temos aqui um dos blocos onde se encontra toda a parte administrativa do museu, que está passando por uma obra muito importante de renovação da parte elétrica”, explica Giovani. As obras de renovação da infraestrutura elétrica da instituição abrangem a troca de toda a fiação elétrica do museu e a criação de uma nova infraestrutura de eletrodutos.
Além de contribuir com a operação dos equipamentos que integram o sistema de prevenção contra incêndios, a modernização do sistema elétrico vai permitir a automação dos sistemas de monitoramento e operação das reservas técnicas e espaços expositivos, ação fundamental à garantia da preservação e à incorporação de novos itens aos acervos museológicos, arquivístico e bibliográfico do órgão.
A adequação da rede elétrica às normativas vigentes está em fase final e vai proporcionar ainda maior segurança contra sinistros ao Centro de Processamentos de Dados (CPD) instalado e em funcionamento no MI, onde está abrigada parte do acervo da instituição que já foi digitalizado, e também aos demais equipamentos utilizados em tarefas rotineiras ou mais específicas.
Readequação dos espaços
Executada simultaneamente ao projeto de modernização da rede elétrica, a obra de readequação de espaços do MI abrange as instalações que abrigam as reservas técnicas, laboratórios, espaço de exposições, escritórios dos projetos e salas da direção e coordenações do órgão.
Essas intervenções visam assegurar um ambiente adequado e seguro ao funcionamento das instalações técnicas, sistemas e equipamentos necessários à atuação museológica e à reabertura do museu, proporcionando conforto aos servidores e usuários das instalações do órgão, bem como o cuidado necessário com os bens culturais protegidos pela instituição.
Outras iniciativas
Entre as obras previstas para atendimento ao público está a reconstrução da recepção aos visitantes. A edificação tradicional Guarani, localizada no jardim de entrada do museu, estava em vias de desabamento, colocando em risco a segurança de servidores que diariamente circulavam pelo espaço para identificação pessoal ao entrar e sair da instituição.
No intuito de valorizar o conhecimento tradicional Guarani, uma associação indígena foi contratada, no início de 2020, para reconstrução da casa. Entretanto, o andamento do trabalho ficou comprometido devido à pandemia, pela necessidade de isolamento dos indígenas na aldeia. Atualmente, a direção do museu estuda a possibilidade de projetos alternativos para recompor a identidade arquitetônica, que é um "cartão de visita" da instituição.
Outra modernização prevista é na loja Artíndia, destinada à comercialização de artesanatos indígenas. A equipe do Museu trabalha na revisão e modernização dos principais normativos que regem o funcionamento da loja, de forma a compatibilizá-los com o ordenamento jurídico vigente e, assim, possibilitar sua reabertura e operação segura dos pontos de vista administrativo, fiscal e indigenista, disponibilizando à Funai um meio efetivo de promoção da geração de renda para os indígenas.
Atualmente, o MI iniciou a fase preliminar da obra do casarão central, denominada identificação e conhecimento do bem. A etapa contará com a realização dos estudos necessários para a elaboração de um diagnóstico e, posteriormente, do projeto básico e executivo de reforma do espaço. Acompanhe, em breve, nos próximos episódios da série.
Novas perspectivas de atuação
O avanço da pandemia da covid-19 obrigou os museus de todo o mundo a repensarem suas ações de forma a encontrar estratégias para manter o diálogo com o público, contornando as distâncias impostas pelo isolamento social, de modo que as ferramentas digitais se apresentaram como um caminho inescapável para que a instituição pudesse continuar a se comunicar, expor seus acervos e prestar serviços à sociedade.
Nos últimos anos, foram realizados investimentos na digitalização dos acervos e no aprimoramento da arquitetura das informações disponíveis nos repositórios digitais e bancos de dados para armazenamento, organização e difusão do patrimônio cultural indígena. O fato de a maior parte do acervo arquivístico do MI estar digitalizado e disponível para acesso remoto fez com que o atendimento ao público não fosse interrompido durante a pandemia, permitindo a pesquisadores e outros usuários a consulta e o recebimento dos arquivos de interesse.
Mesmo fechado temporariamente, o MI continua realizando atividades de preservação, pesquisa, educação e divulgação, atendendo às demandas do público de maneira remota. Estamos trabalhando para trazer, em breve, um museu com novas atrações para você.
Os próximos vídeos serão divulgados conforme o andamento das obras. Aguarde!