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Dia da Mulher indígena e Dia da Amazônia: Museu do Índio relembra a exposição A Arte Cerâmica das Mulheres Baniwa.
Mulher Baniwa e sua cerâmica - Acervo/MI
Nesta segunda-feira (5), são comemoradas duas datas símbolo de resistência e que se complementam: o Dia Internacional da Mulher Indígena e o Dia da Amazônia. No Brasil e em todo o mundo, as mulheres indígenas estão cada vez mais à frente dos movimentos ambientais. Para marcar esse dia tão importante, o Museu do Índio (MI) homenageia mulheres indígenas da Amazônia que se destacam nesse cenário, e relembra a exposição A Arte Cerâmica das Mulheres Baniwa.
Confira a exposição na nossa plataforma Google Arts & Culture.
Na exposição, o Museu do Índio apresenta, por meio de fotografias e material audiovisual, na Plataforma Google Arts & Culture, a tradição desse povo indígena que habita a região do Alto Rio Negro, noroeste da Amazônia brasileira, que concentra 23 povos indígenas.
No ano de 2014, um grupo de mulheres baniwa buscou o Museu do Índio para recuperar sua tradição cerâmica. Este complexo saber estava em vias de desaparecimento. No Museu, elas encontraram um acervo formado pelas suas antepassadas e, de volta à aldeia, se reuniram para recuperar os laços entre as técnicas, o conhecimento territorial e ritual.
A documentação, organizada pelo pesquisador Thiago Oliveira, foi produzida no âmbito do programa de Documentação de Culturas (ProDocult) e faz parte das ações do MI voltadas para a salvaguarda e a divulgação das culturas indígenas brasileiras.
A “cerâmica branca” é uma arte exclusivamente feminina entre os Baniwa, e funciona como um importante marcador de identidade no sistema interétnico do Alto Rio Negro. Ela é transmitida de geração a geração, das avós às netas, das mães às filhas. Como toda arte, a cerâmica encontra-se ligada a outros campos da cultura indígena: mitos, ritos, técnicas artísticas e corporais, trocas econômicas, matrimoniais e ecológicas.
A origem das datas
O Dia da Amazônia foi instituído em 2007, em homenagem à criação da província do Amazonas (atual estado do Amazonas) por meio de um decreto assinado por Dom Pedro II, em 1850.
A data relembra a importância de um dos patrimônios naturais mais valiosos de toda a humanidade, além da maior reserva natural do planeta, fundamental para o seu equilíbrio ambiental e climático.
Já o Dia Internacional da Mulher Indígena foi criado em 1983, durante o II Encontro de Organizações e Movimentos da América, em Tihuanacu (Bolívia). A data foi escolhida em memória à execução de Bartolina Sisa, em 1782, mulher quéchua que foi esquartejada durante a rebelião anticolonial de Túpaj Katari, no Alto Peru, após comandar uma rebelião contra os conquistadores e dominadores espanhóis.
Ser mulher, por si só, já é um grande desafio. Ser mulher indígena representa um desafio ainda maior. É lutar e tentar ocupar espaços a todo instante. As mulheres indígenas desempenham um papel fundamental nas famílias, comunidades e na proteção do meio ambiente. São trabalhadoras que devem ser visibilizadas e ter seus direitos preservados.
Confira a exposição A Arte Cerâmica das Mulheres Baniwa abaixo: