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Exposição “Xingu”, do IMS, contará com itens do acervo do Museu do Índio
Integrante do Coletivo Kuikuro de Cinema durante ritual do Kuarup na aldeia Afukuri, no Território Indígena do Xingu (julho 2021) - Foto: Takumã Kuikuro
O Museu do Índio (MI) vai emprestar peças de seu acervo para a exposição “Xingu” que o Instituto Moreira Salles (IMS) vai realizar em sua sede em São Paulo, de 08 de outubro de 2022 a 02 de abril de 2023, com curadoria de Takumã Kuikuro e de Guilherme Freitas.
Além de fotografias e negativos, serão emprestados quatro filmes da Comissão Rondon e do Fundo do Serviço de Proteção aos Índios (SPI), entre eles o curta-metragem “Ronuro, selvas do Xingu”, de 1924, e o documentário “Ao redor do Brasil”, de 1932.
A mostra se propõe a discutir o papel das imagens na história da relação entre indígenas e não indígenas no Xingu, colocando obras do acervo do IMS e de outros arquivos em diálogo com o trabalho de artistas e comunicadores indígenas.
A curadoria do IMS destaca que a região do Xingu foi palco da primeira grande demarcação de terras indígenas no Brasil e inspiração para a luta por direitos indígenas e pela preservação da Amazônia. “Esses movimentos foram acompanhados por uma profusão de imagens: dos registros de viajantes europeus à documentação de expedições do Estado brasileiro, da intensa cobertura na imprensa sobre o Parque Indígena do Xingu até a revolução desencadeada pelo audiovisual indígena”, ressaltam.
Parque Indígena do Xingu
O Parque Indígena do Xingu (PIX) está localizado na porção sul da Amazônia brasileira. Com 2.642.003 hectares, abriga uma grande biodiversidade, em uma região de transição ecológica. A demarcação administrativa do Parque foi homologada em 1961, e sua área incide em diversos municípios mato-grossenses.
Sobre Takumã Kuikuro
Takumã Kuikuro é cineasta e foi o primeiro jurado indígena do Festival de Cinema Brasileiro de Brasília, na edição de 2019. Ele dirigiu o documentário “As hiper mulheres” (2011), junto a Leonardo Sette e Carlos Fausto, e teve produções premiadas em vários festivais. Em 2017, recebeu o prêmio honorário Bolsista da Queen Mary University London.
Os Kuikuro, etnia a que pertence, são o povo com a maior população no Alto Xingu e produtores dos famosos colares e cintos de caramujo. Takumã vive na aldeia Ipatse, no Parque Indígena do Xingu.