Acervo Museológico
O Museu do Índio abriga um rico acervo etnográfico dos povos indígenas no Brasil. São 20.521 objetos contemporâneos, expressões da cultura material de aproximadamente 150 povos indígenas que viveram e vivem no território brasileiro. As peças de uso ritual e cotidiano, feitas dos mais variados materiais como madeira, palha, argila, etc., foram obtidas diretamente dos índios por meio de doações e compras a partir de 1947.
A organização do acervo do Museu do Índio se baseia em categorias de classificação de objetos indígenas já consagradas na bibliografia etnológica. Essa classificação leva em conta a matéria-prima empregada, a técnica de confecção e a morfologia do artefato. Diferentes categorias para os tipos de coleções: objetos rituais, mágicos e lúdicos; adornos plumários; armas; cerâmica; cordões e tecidos; instrumentos musicais e de sinalização; utensílios e implementos de materiais ecléticos; trançados; etnobotânica e adornos de materiais ecléticos, indumentária e toucador.
O acervo apresenta, quantitativamente, um certo equilíbrio quanto à distribuição por tipo de categoria, cada uma com um total variando entre 1.750 e 2.400 itens, sendo as duas maiores coleções as de adornos de materiais ecléticos, indumentária e toucador, com 4.058 itens, seguida pela coleção de cerâmica, com 2.478 peças. A categoria com menor representatividade é do acervo de etnobotânica, que tem apenas 54 itens registrados.
No Museu do Índio, são inúmeras as coleções formadas pelos próprios indígenas desde os anos 1980, como as coleções de trançados dos indígenas Xyhcaprô Krahô, Jacalo Kuikuro e Julia Macuxi, bem como as de plumárias, de Talukumã Kalapalo e Arrula Waurá e a grande coleção de cerâmica de Quitéria Pankararu.
Destaque para o interesse crescente dos povos indígenas pelos museus etnográficos, contribuindo para a formação de novas coleções e para a qualificação das coleções existentes, agregando mais informações precisas sobre a produção e a utilização dos objetos.
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