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Ailton Krenak visita o Museu/Funai e propõe colaboração para divulgação das línguas indígenas
Em sua primeira visita ao Museu/Funai, Aílton Krenak, liderança indígena e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), propôs uma colaboração para efetivar a criação da plataforma de línguas indígenas Língua Mãe, uma proposta que lançou logo após ser eleito para a ABL.
“Esperamos que esse museu ganhe a relevância de ser o Museu Nacional dos Povos Indígenas no país. O papel cultural do museu vai muito além de ser apenas um depósito de acervos, ele pode dinamizar a presença da cultura dos povos indígenas em todo o país”, ressaltou.
Proposta de Colaboração
“Nessa minha visita, vim anunciar que a minha passagem pela ABL pode ser uma oportunidade de ampla divulgação da diversidade linguística dos novos povos, que ainda não está sendo reconhecida na sua grandeza. Espero que a nossa cooperação com o Museu e outras instituições como a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e o Museu da Pessoa dê suporte à divulgação das línguas indígenas”.
Krenak veio acompanhado de Karen Worcman, diretora do Museu da Pessoa, de Nelson Simões da Silva e Álvaro Augusto Malagutti, da RNP, e do diretor de cinema Marco Altberg.
A diretora do Museu, Fernanda Kaingáng, destacou que essa colaboração com Krenak e as instituições presentes poderá render muitos frutos. Ela lembrou que estamos na Década Internacional das Línguas Indígenas (2022 – 2032) e que a Unesco escolheu o Rio de Janeiro como a Capital Mundial do Livro em 2025. “Será uma oportunidade de mostrar a diversidade, a existência e a resistência das línguas indígenas”, destacou.
Experiências e Tecnologia
O Museu/Funai já desenvolve, desde 2008, um Programa de Documentação de Línguas Indígenas (Prodoclin), resultado de uma cooperação técnica internacional com a Unesco. E um dos produtos desse programa é o Portal Japiim (japiim.museudoindio.gov.br/), que abriga, atualmente, 15 línguas indígenas. Na plataforma, os visitantes podem consultar a grafia, áudios com a pronúncias das palavras e exemplos de uso gravados pelos falantes nativos, com o uso de imagens ilustrativas.
Da mesma forma, o Museu da Pessoa desenvolve o programa Vidas Indígenas que apresenta narrativas de pessoas indígenas de diferentes povos, especialmente anciãos, que falam sobre suas origens, deslocamentos e luta pelo direito de ser e existir no mundo contemporâneo.
Já a RPN é uma plataforma de comunicação e colaboração digital que trabalha para promover e implementar a inovação em aplicações de tecnologia da informação. O sistema inclui universidades, institutos educacionais e culturais, agências de pesquisa e polos tecnológicos e é utilizado por milhares de alunos, professores e pesquisadores brasileiros.
A proposta é associar essas experiência e tecnologias para ampliar a divulgação das línguas indígenas em sua enorme diversidade e riqueza.