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BRASIL SEM MISOGINIA
Futebol sem misoginia: ministérios das Mulheres e do Esporte promovem iniciativa com faixas nos campos antes dos jogos
Jogos de futebol da Copa do Brasil e de diversos campeonatos estaduais estão sendo palco para a intervenção de uma faixa com os dizeres “Futebol sem misoginia”, levada ao campo antes do início de cada partida. Trata-se de uma parceria entre os ministérios das Mulheres e do Esporte durante o mês de março no âmbito da iniciativa Brasil sem Misoginia.
As ações de conscientização sobre a importância do enfrentamento à misoginia nos estádios e arenas têm como foco os jogos de futsal, futebol e futebol de areia. As intervenções realizadas com faixas antes do início das partidas são um um convite aos times, torcidas e espectadores para que não se calem diante do assédio ou qualquer expressão de violência contra meninas e mulheres durante os jogos.
Neste mês já foram realizadas intervenções nas partidas de São Bernardo x Corinthians, no último dia 14, em São Bernardo do Campo (São Paulo), pela Copa do Brasil; Ferroviária x Botafogo pelo BR Feminino, no dia 15, em Araraquara (SP); e o clássico Bahia x Vitória, nesta quarta-feira (20), em Salvador, pela Copa Nordeste. Constam no calendário ainda previsões de partidas dos campeonatos Goiano, Pernambucano, Gaúcho e Maranhense - esse confirmado para o próximo sábado (23), na partida entre Moto Club x Sampaio Corrêa.
O ministério das Mulheres e o ministério dos Esportes assinaram Acordo de Cooperação Técnica, em novembro de 2023, para uma ação conjunta nos estádios de futebol durante os campeonatos profissionais e recreativos para o enfrentamento à violência contra meninas e mulheres nos ambientes futebolísticos, dos campos às arquibancadas. O MEsp executa uma série de políticas de inclusão e segurança das mulheres nesses espaços tradicionalmente machistas.
A discussão da necessidade de mobilização surgiu a partir de torcedoras do Pará durante visita da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, ao estado por ocasião dos “Diálogos Amazônicos”, em agosto de 2023. A conversa teve adesão do Movimento Feminino de Arquibancada e da Associação Nacional das Torcidas Organizadas do Brasil (que abarca mais de 100 times), além de demais torcidas e coletivos femininos do país. As reivindicações apresentadas incluíam segurança nos estádios, melhor estrutura dos banheiros, trocadores para crianças e a presença de profissionais da Rede de atendimento à Mulher.
Violência contra mulheres no futebol
A pesquisa “violência contra as Mulheres” e o futebol, realizada pelo Instituto Avon em 2022, revelou que em dias que o time da cidade joga há um aumento de 23,7% nos registros de ameaça contra mulheres. Os casos de lesão corporal crescem 20,8% e a notificação de lesão corporal alcança a marca de 25,9% de alta nos dias em que a partida do time é realizada “em casa”. Os dados foram levantados a partir dos resistores das capitais São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Salvador.
Brasil sem Misoginia
A mobilização pela igualdade de gênero nos estádios é parte do Brasil sem Misoginia, iniciativa do ministério das Mulheres que convoca todos os setores brasileiros — governos, empresas, sociedade civil, ONGs, movimentos sociais, entidades, instituições de ensino, torcidas organizadas, times de futebol, grupos religiosos, artistas, entre outros — para o enfrentamento à misoginia - o ódio e todas as formas de violência e discriminação contra as mulheres.