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BOLETIM MULHERES NO G20
Avanços para combater a fome em nível global devem ser especialmente comemorados por mulheres
Na ocasião, as lideranças dos países membros e convidados para a Cúpula bateram o martelo pela implementação desta Aliança que vai viabilizar parcerias, sejam técnicas ou financeiras, para que os países possam aderir e implementar programas de combate à fome e à pobreza.
A Força-Tarefa da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza é integrada pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) e pelo Ministério da Fazenda (MF).
Linha do Tempo da Aliança Global Contra a Fome
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Para explicar a iniciativa, o grupo vem trabalhando com a analogia de uma cesta. Ou seja, uma espécie de cardápio de boas experiências que serão, com a Aliança, disponibilizadas para implementação em todos os países do globo que quiserem aderir à iniciativa. Um exemplo de política pública dessa natureza é o Programa Bolsa Família, que hoje auxilia, aproximadamente, 20,8 milhões de famílias (ComunicaBR/maio de 2024).
Contra outro tipo de pobreza: a pobreza de tempo
No Brasil, mulheres pretas e pardas são mais afetadas pelas desigualdades de renda, de acesso à educação e ao mercado de trabalho. Também há disparidades explícitas no tempo que as mulheres dedicam ao trabalho doméstico e aos cuidados de outras pessoas. Em 2022, elas dedicaram quase o dobro de tempo que homens com este trabalho invisibilizado.
Segundo a Oxfam, se o trabalho invisível executado por mulheres fosse remunerado com um salário mínimo, isso representaria a injeção de US$ 10,8 trilhões ao ano para a economia mundial.
Ou seja, no caso das mulheres, o combate à miséria também passa pelo combate à pobreza de tempo que mulheres vivenciam e este tema recebeu grande destaque no Grupo de Trabalho de Empoderamento de Mulheres (EWWG, em inglês) e no Grupo de Trabalho de Emprego, além do grupo de engajamento da sociedade civil Woman20.
“Todos os membros do G20 têm discutido a questão do cuidado como um elemento importante para o desenvolvimento e para o crescimento do PIB, inclusive", alertou a Secretária-Executiva do Ministério das Mulheres e coordenadora do EWWG, Maria Helena Guarezi.
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No início de julho, o governo federal brasileiro se antecipou ao debate do G20 e enviou ao Congresso a proposta da Política Nacional de Cuidados que tem a missão de garantir os direitos tanto de quem cuida quanto de quem é cuidado. O texto foi construído com a coordenação do Ministério das Mulheres e o MDS, além de outros 18 ministérios, representantes de estados, municípios e acadêmicos.
Como explica a coordenadora do Woman20, Ana Fontes, cabe aos membros do Fórum reconhecerem que o cuidado é um trabalho. “Queremos assegurar remuneração e proteção social para as mulheres, e, ainda, eliminar o elevado trabalho informal que existe na maioria dos países do G20”, resumiu.
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G20 Social e participação da sociedade civil
Outra novidade do mês de julho foi o lançamento da Cúpula Social do G20, uma inovação do Governo brasileiro que assume a mobilização de milhares de organizações sociais de mais de 60 países. “A ideia é que a sociedade civil apresente um documento que trará a visão do povo, daqueles que são atingidos pelas políticas que são decididas no ambiente do G20, mas que historicamente nunca participaram desta decisão”, informou o ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência da República, durante o Fórum Político de Alto Nível na ONU sobre Desenvolvimento Sustentável.
A iniciativa segue a recomendação do presidente Lula por mais participação social nas discussões da Cúpula durante o ano de 2024. O projeto da presidência brasileira junto à sociedade civil ocorrerá dos dias 14 a 16 de novembro, no Rio de Janeiro.
Os grupos de engajamento mantiveram uma agenda agitada de eventos como a realização da 1ª Reunião de Mulheres Parlamentares do P20, grupo estreante em 2024. Na ocasião, as parlamentares apresentaram a Carta de Alagoas com 17 recomendações para os Legislativos dos estados-membros com foco em aumentar a participação das mulheres nas decisões políticas, o combate à crise climática e a promoção de igualdade econômica e produtiva.
Também ocorreram reuniões dos grupos de Favelas20 e o encontro inédito das trilhas de sherpas com a de finanças. O Sherpa brasileiro do G20, o embaixador Mauricio Lyrio, afirmou que busca-se um “G20 mais perto da sociedade”. Por isso a interação direta entre os Sherpas e os coordenadores e as coordenadoras dos Grupos de Engajamento Mulheres (W20), Juventude (Y20), Empresários (B20), entre outros.