O Ministério das Mulheres vem a público externar sua revolta e indignação com o assassinato da líder de movimentos sociais Iracema Correia dos Santos, de 64 anos, ocorrido na noite da última quinta-feira, 19 de dezembro, na comunidade Faxinal Bom Retiro, área rural da cidade de Pinhão, na Região Centro-Sul do Paraná.

Dona Iracema, como era conhecida, foi morta a tiros, dentro de sua própria casa. As circunstâncias têm todas as características de violência política de gênero, pois Iracema era ativista social que defendia a preservação do meio ambiente, dos direitos humanos e dos direitos territoriais dos povos faxinalenses, população que há anos luta pelo direito à terra no estado do Paraná.

Iracema era também uma liderança comunitária que lutava contra a grilagem de terras, em região marcada por conflitos fundiários, entre madeireiras e plantadores de erva mate e comunidades tradicionais e áreas de floresta mista conhecidas como faxinais.

O caso é investigado pela Polícia Civil, que trabalha com a tese de latrocínio - roubo seguido de morte. O Ministério das Mulheres se solidariza com a família de Dona Iracema e cobra a imediata apuração do assassinato, com o devido rigor considerando o contexto político da região, e a punição dos assassinos e mandantes deste crime que apresenta fortes indícios de um feminicídio político. 

O feminicídio político vem se manifestando a cada dia em nosso país contra mulheres que resistem e enfrentam seus agressores, seja na atuação da política institucional, seja em movimentos da sociedade civil, territórios, comunidades ou outros espaços. O assassinato desta grande liderança feminina não pode ficar impune.

Ministério das Mulheres
24 de dezembro de 2024