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Sustentabilidade e inclusão de gênero no setor energético: Ministério marca presença no Congresso ‘Mulheres da Energia’
Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançava em Brasília a Política Nacional de Transição Energética (PNTE), a secretária executiva do Ministério das Mulheres e coordenadora do Grupo de Trabalho de Empoderamento de Mulheres do G20 (EWWG/G20), Maria Helena Guarezi, participou da 3a edição do Congresso Brasileiro Mulheres da Energia, em São Paulo/SP. Estima-se que pelo menos uma centena de mulheres que atuam no setor compareceram às palestras e painéis de discussão, incluindo a mesa de debate sobre a Agenda 2030 e Sustentabilidade.
O objetivo do Congresso é fortalecer a presença de mulheres que, segundo pesquisa da FESA Executive Search de 2023, representam apenas 19% dos empregados no setor elétrico e apenas 6% dos cargos de liderança. Já de acordo com os dados da Agência Internacional de Energia de 2019, mulheres representam apenas 22% da força de trabalho no setor de energia solar. No setor de energias renováveis, 32%. “Não existe mundo sustentável sem a mudança desses números e sem a inclusão de mulheres nas mesas de decisão sobre políticas de energia”, afirmou Guarezi.
Em sua exposição, a secretária executiva lembrou da disparidade de acesso às fontes de energia que tanto ocorrem como fruto da desigualdade de remuneração entre mulheres e homens como também causa de manutenção das mulheres na condição de únicas responsáveis pelos trabalhos não remunerados com o cuidado da casa e dos filhos. “A pobreza energética gera ainda mais pobreza de tempo em um contexto em que mulheres já trabalham três horas a mais por dia em afazeres domésticos. Afinal, o tempo que mulheres dedicam buscando madeira para cozinhar em fogões à lenha é maior do que aquele que gastariam cozinhando em um fogão elétrico”, disse.
Outros temas tratados foram o papel do Brasil na transição energética, regulação, liderança empresarial e tomada de decisões. O Congresso contou com a presença de diversas lideranças femininas da área e representantes de empresas do setor e de iniciativas do terceiro setor como Neoenergia, Microsoft Brasil, Electy, Instituto Nacional de Energia Limpa, BNDES, Instituto Nacional de Energia Limpa (INEL), entre outros.
Sobre o Plano Nacional
R$ 2 trilhões em investimentos e a expectativa de criação de 3 milhões de empregos, é isso o que representa a Política Nacional de Transição Energética (PNTE). O objetivo é articular e coordenar as iniciativas de transição energética no Brasil, criando sinergia entre as políticas do Governo Federal e a nova economia global. “Vamos protagonizar, no mundo, a nova economia – a economia verde”, explicou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, na ocasião do lançamento. O PNTE inclui compromissos com a redução das emissões de gases de efeito estufa, mas também com a segurança do suprimento e o combate às desigualdades sociais e regionais, incluindo as desigualdades de gênero.
O Plano está sendo estruturado com base em dois eixos: um de abordagem setorial, contemplando setores industrial, transportes, elétrico, mineral e petróleo e gás natural; e o segundo de abordagem transversal, focado em combate à pobreza energética e às desigualdades.
Transição Energética no G20
Os Grupos de Trabalho de Transição Energética e de Empoderamento de Mulheres do G20, coordenados pelo Ministério de Minas e Energia e pelo Ministério das Mulheres, respectivamente, juntaram-se para promover e aprofundar o diálogo em busca de uma participação equitativa de mulheres e homens no setor de energia nos mercados das vinte maiores economias do mundo. Para isso, será realizado no dia 2 de outubro, um evento paralelo que reunirá as delegações internacionais que compõem os dois GTs e que será aberto para estudantes, sociedade civil e os demais interessados no tema.
O encontro acontecerá em Foz do Iguaçu/PR com o apoio da Itaipu Binacional. Dentre os objetivos do evento, além da promoção do diálogo sobre o tema, está disseminar boas práticas e experiências governamentais quanto à implementação de políticas públicas para inclusão e empoderamento de mulheres no setor e identificação dos impactos da adoção de tecnologias de transição energética na vida de mulheres e meninas. Em breve serão divulgadas informações de cadastramento.