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JUVENTUDE
Ministério das Mulheres participa de Cúpula do Juventude 20, grupo de engajamento do G20
Fotos: Audiovisual/G20
"Adiar o fim do mundo e fazer com que os povos do mundo inteiro sejam plenamente felizes", esperançou o Secretário Nacional da Juventude, Ronald Sorriso, na abertura da Cúpula de Juventudes do G20, que aconteceu de 12 a 17 de agosto, no Rio de Janeiro (RJ). O Y20 (Juventude 20, em inglês) é um grupo de engajamento que funciona desde 2006 e é direcionado para jovens de 18 a 30 anos, mobilizando cerca de 200 representantes internacionais e um público geral estimado em mais de 2 mil pessoas.
Em 2024, a pauta do Y20 foi "Juventudes: construindo um mundo justo e um planeta sustentável", em consonância com às prioridades definidas pelo governo brasileiro e anunciadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em dezembro de 2023. O Ministério das Mulheres – que coordena o Grupo de Trabalho de Empoderamento de Mulheres do G20 (EWWG, em inglês) – acompanhou os debates em busca das consonâncias entre aquilo que está em negociação entre os membros das delegações que compõem o Grupo e os pedidos das mulheres jovens refletidos no Communiquê.
"Dentre os pontos onde há convergência, o tema da Justiça Climática é aquele onde encontramos mais afinco da juventude", explicou Dandara Lima, Gerente de Projetos do Ministério das Mulheres. Nos diálogos sociais, nas rodadas de negociações ou em conversas particulares, as emergências climáticas estão "na boca da juventude". Segundo Marcus Brandão, Chair do Y20, "a juventude tem como objetivo liderar os processos globais de combate às mudanças climáticas, enfatizando a transição energética para o desenvolvimento sustentável".
O Communiquê pede aos líderes do G20 por um financiamento climático robusto. Porque, segundo Darlly Tupinambá, Conselheira Nacional da Juventude, "é fácil falar, queremos que tirem do papel as políticas de justiça climática garantindo demarcação de terras para as comunidades indígenas e demais comunidades afetadas. Isso vai garantir a sobrevivência das futuras gerações".
Outros temas
Além da emergência climática, as delegações também apresentaram propostas sobre inovação no mundo do trabalho; inclusão e diversidade; combate à pobreza e governança global. No que tange às mulheres e meninas, "o primeiro consenso foi uma proposta de combate à violência de gênero contra meninas e mulheres para que as cidades sejam espaços seguros para que elas transitem, vivam e trabalhem", disse Daniela Costa, delegada brasileira que acompanha a track de inclusão e diversidade.
Outras propostas tratam ainda da representação de mulheres nos parlamentos e em todos os espaços de tomada de decisão; inclusão de mulheres e meninas na área de STEM (sigla, em inglês, para "ciência, tecnologia, engenharia e matemática"); direitos sexuais e reprodutivos; dignidade menstrual e combate ao discurso de ódio online.
Daniela comemora os resultados: "muito trabalho ocorreu previamente, antes das reuniões, para a gente conseguir chegar aqui um pouco mais alinhado". Segundo ela, a metodologia do consenso progressivo permite que um diálogo avance em relação ao anterior. "Não existe nota de rodapé. Tudo é em consenso e se não for consensuado aquela proposta cai", resumiu. Além de Daniela, a delegação do Brasil é formada ainda por Philippe Silva, Mahryan Sampaio, Leandro Corrêa e Guilherme Rosso.
Abertura: música e irreverência
A cerimônia de abertura do Y20 aconteceu na segunda-feira, 12 de agosto, data que marca também o Dia Internacional da Juventude. Em um Theatro Municipal completamente lotado, a Cúpula apresentou jovens fazedores de cultura do funk, do samba e do slam, unindo a arquitetura neoclássica com a irreverência da cena cultural carioca.
Na ocasião, líderes de 26 delegações tomaram o palco, além de representantes da sociedade civil organizada e do Governo brasileiro que aproveitaram para realizar o lançamento do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania - Pronasci Juventude e o Jovens Defensores Populares, iniciativas do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Já o Conselho Nacional da Juventude (CONJUVE) realizou o lançamento do Comitê de Articulação do Plano Nacional de Juventude.
Além do Theatro Municipal, diálogos sociais, workshops e mesas de debate ocorreram no Museu de Arte do Rio (MAR), no Ação da Cidadania e no Museu do Amanhã. A grande maioria das atividades foram abertas ao público geral. Entre as pessoas inscritas como ouvintes, a jovem Sthepany Borges, moradora da periferia do Rio de Janeiro que, assim como várias das vozes ouvidas no Y20, também defende a Justiça Climática como ponto fundamental para a juventude. "Na periferia do Rio de Janeiro sentimos no dia a dia a questão do racismo ambiental e os impactos que as mudanças climáticas causam na comunidade", afirmou.
G20 Social
O G20 Social é uma das grandes inovações da presidência brasileira frente ao Grupo dos 20 – lado a lado à criação da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza e o inédito Grupo de Trabalho de Empoderamento de Mulheres. Na prática, o G20 Social nasce como uma trilha a mais na estrutura do G20 que possui, historicamente, a Trilha de Finanças - coordenada pelo Ministério da Fazenda – e a Trilha de Sherpas, que reúne os Grupos de Trabalho de temas sociais e políticos.
Com o G20 Social, os trabalhos e debates dos grupos de engajamento – que em anos anteriores eram trabalhados à parte do G20 – agora fazem parte do processo, atendendo à indicação do presidente Lula por mais participação social. O ponto alto do trabalho conjunto entre Governos e sociedade será a Cúpula Social do G20, que vai anteceder a Cúpula de Líderes, em novembro, no Rio de Janeiro.