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Missão Colômbia
Ministério das Mulheres visita serviços de cuidado comunitário e obstetrícia em Quibdó, na Colômbia
Comitivas do MMulheres e do MDS conhecem trabalho e organização das parteiras de Quibdó, na Colômbia
No segundo dia de visita oficial à Colômbia, o Ministério das Mulheres esteve, nesta quinta-feira (18), no município de Quibdó para conhecer o projeto Piloto de Fortalecimento de Organização de Cuidado Comunitário colombiano e os Serviços de Obstetrícia voltados para a prevenção da mortalidade e enfermidade materna e infantil entre as populações rurais, indígenas e afrodescendentes do país vizinho.
Na quarta-feira (17), a ministra das Mulheres visitou as “Manzana del Cuidado”, ou quarteirões de cuidados, da Prefeitura de Bogotá - espaços que funcionam como centros de ajuda, educação e entretenimento e oferecem diversos serviços gratuitos a mulheres e a seus familiares. A comitiva contou ainda com a socióloga e primeira-dama, Janja Lula da Silva, e com os ministros do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, e dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida.
Os dois países, Brasil e Colômbia, têm um importante contingente de povos afrodescendentes e indígenas. Os presidentes Lula e Gustavo Petro, durante a missão brasileira ao país, reforçaram a prioridade das duas nações no fortalecimento de políticas sociais.
A 555 km de Bogotá, em Quibdó, capital do departamento de Chocó, um dos mais vulneráveis na Colômbia, a secretária Nacional de Autonomia Econômica e Política de Cuidados do Ministério das Mulheres, Rosane Silva, e a secretária Nacional de Cuidados e Família do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Laís Abramo, conheceram a atuação e organização das parteiras nas comunidades indígenas e afrodescendentes, que promovem, sobretudo, um trabalho de cuidado comunitário nessas regiões de difícil acesso, levando o conhecimento e a experiência dos cuidados de saúde, familiar e ancestral para toda a comunidade.
As profissionais são organizadas desde 2001 pela Associação da Rede Interétnica de Parteiras e Parteiros de Chocó, que contabiliza hoje 165 parteiras/os em âmbito municipal e 1.560 em âmbito departamental. Deste total, 3% são homens. Projetos como os de Quibdó vêm recebendo atenção especial do atual governo colombiano, em especial da vice-presidenta e ministra da Igualdade e Equidade, Francia Márquez, de origem pobre e cuja mãe era parteira.
Para Rosane Silva, a experiência pode inspirar o Brasil em suas políticas para alcançar as pessoas que vivem em regiões mais afastadas. “Conhecer experiências de outros países, especialmente da América Latina, é essencial para pensarmos o nosso Plano e Política Nacional de Cuidados, usar como modelo em nossas políticas de acesso e cuidado para atingir quem mais precisa e quem mais executa o trabalho invisibilizado e não remunerado em nosso país, que são as mulheres negras e mais pobres”.
Na avaliação da secretária, as parteiras fazem o que o sistema de saúde pública nem sempre consegue fazer. “Elas chegam às comunidades mais distantes, em especial as rurais e quilombolas, e fazem toda a preparação do parto e também a medicação necessária, através de ervas. Essas parteiras aprenderam esses processos com suas mães e avós e estão reproduzindo para as novas gerações. É uma experiência rica que vai nos inspirar, na Política e no Plano Nacional de Cuidados do Brasil”, afirmou.