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ENCONTRO DE OPMs
MMulheres reúne secretárias estaduais em Brasília para planejar segunda edição do fórum nacional
Foto: Gustavo Alcântara
Em reunião com secretárias estaduais das Mulheres realizada nesta terça-feira (24/10), o Ministério das Mulheres alinhou estratégias para concretizar o 2º Fórum Nacional de Organismos de Políticas para as Mulheres (OPMs), que ocorrerá em Brasília no próximo mês. Na ocasião, a ministra Cida Gonçalves ainda estabeleceu diálogo com as secretárias para o lançamento da iniciativa Brasil sem Misoginia nesta quarta-feira (25/10).
Ao longo do dia foi feita uma sessão de apresentação de informes e de trocas de conhecimento, com o objetivo de consolidar uma articulação federativa permanente entre ministérios, secretarias estaduais e municípios. A primeira edição do Fórum de OPMs foi em abril e contou com 258 representantes de municípios, além de secretárias de 25 Estados brasileiros. Para a segunda edição, o Ministério das Mulheres tem como meta aumentar a presença de representantes.
“Entendemos que essa articulação das prefeituras, das secretarias municipais e dos governos dos estados é decisiva para ter políticas para as mulheres do Brasil”, analisou Carmen Foro, secretária nacional de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política do Ministério das Mulheres.
Em abril, o Fórum ouviu as percepções sobre limitações e potencialidades da implementação de iniciativas. As escutas foram fundamentais para reunir as prioridades apontadas, pensar em um programa de formação das equipes estaduais e elaborar o Grupo de Trabalho Interministerial de Enfretamento à Violência Política contra as Mulheres, atualmente em curso.
Segundo Carmen Foro, a partir das escutas, mulheres apresentaram necessidades e o Governo Federal compreendeu que precisa fortalecer as Secretarias Estaduais das Mulheres ao investir em equipamentos públicos.
“Nosso grande desafio é fazer com que as ações do Ministério e as políticas para as mulheres aconteçam com capilaridade. Temos incentivado nessas articulações a criação de Organismos de Políticas para as Mulheres em municípios. Sem isso não há como discutir o tema porque fica impossível agir nos locais”, afirmou a secretária.
Carmen acrescentou que a última informação sobre os OPMs data do governo da ex-presidenta Dilma Rousseff. Antes do impeachment, o Brasil tinha cerca de mil OPMs. Na gestão passada foram encontrados os 258 organismos cujos representantes foram convidados para a primeira edição do Fórum.
No encontro também foi divulgado o projeto do edital lançado em 29 de setembro para estruturar as secretarias estaduais da Mulher. Por meio de um Termo de Execução Descentralizado (TED) com a Universidade Federal da Bahia, uma pesquisa quantitativa e qualitativa determinará onde estão, como estão formatados e quantos OPMs estão em funcionamento no país. Um esboço do relatório será apresentado no 2º Fórum Nacional.
Participaram também do encontro a secretária-executiva, Maria Helena Guarezi; a secretária de Enfrentamento à Violência Contra Mulheres, Denise Motta Dau; e a secretária Nacional de Autonomia Econômica e Política de Cuidados, Rosane da Silva.
Brasil sem Misoginia
A iniciativa permanente do Ministério das Mulheres atravessará toda a gestão do governo por meio de compromissos firmados com governadores, ministros, instituições, representantes da sociedade civil e empresas.
O principal objetivo é fomentar ações de enfrentamento à misoginia, a fim de mudar a mentalidade brasileira sobre o lugar das mulheres na sociedade, estimular o respeito, a não violência e a presença das mulheres nos espaços de poder e decisão.
“Precisamos pensar a partir da realidade de cada local para ter um Brasil sem Misoginia. Estou desde fevereiro planejando a iniciativa. Sei onde quero chegar. Não vamos chegar ao feminicídio zero se não enfrentarmos o ódio”, declarou a ministra Cida Gonçalves ao enfatizar que é preciso “fazer um grande barulho nesse país” para que haja uma vitória contra a violência.
“Se quisermos uma vereadora pelo menos em cada município no ano que vem, não podemos dar um passo atrás”, finalizou.