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INDICADORES SOCIAIS
Análise de indicadores de desigualdades de gênero é urgente para gestão de políticas públicas para mulheres
Reunião contou com a presença de 78 representantes de ministérios e instituições públicas federais.
No último 18 de maio foi realizada, em Brasília, a segunda reunião de trabalho interministerial sobre indicadores sociais de desigualdade de gênero. O Observatório Brasil da Igualdade de Gênero, responsável pela edição do RASEAM - Relatório Anual Socioeconômico da Mulher, organizou o encontro, que contou com a presença de 78 representantes de ministérios e instituições públicas federais.
Na reunião, foram apresentados diagnósticos sobre o estado atual do registro dos dados produzidos pelos órgãos, que retratam o contexto social dos últimos quatro anos. O reconhecimento dessa realidade de coleta, produção e gestão da informação é essencial para a elaboração do RASEAM, previsto para publicação em dezembro deste ano. Os indicadores utilizados e analisados no relatório são subsídios para a formulação, implementação e acompanhamento de políticas públicas para mulheres no Brasil.
O objetivo central do primeiro encontro foi alcançado com o restabelecimento da articulação entre os ministérios e os principais órgãos federais para retomar a publicação do RASEAM, enquanto o segundo mostrou a importância e urgência na organização e coordenação da produção de dados.
A Secretária-Executiva do Ministério das Mulheres, Maria Helena Guarezi, reiterou a importância da troca permanente de conhecimento e práticas na gestão e difusão da informação com os especialistas de cada área, da visão de futuro a respeito dos dados capazes de traçar novos cenários, do incentivo à pesquisa e produção de conteúdo a partir de indicadores para a construção e consolidação de políticas públicas para as mulheres em cada órgão do Governo Federal.
Nas apresentações, foi possível verificar quais foram os principais fatores que interferiram na realização de pesquisas, coleta de dados, análise e publicação das informações, entre eles: pandemia de Covid-19, falta de orçamento, carência de recursos humanos especializados, incompletude do preenchimento de formulários e falta de percepção de como segmentar as políticas para mulheres.
Além de questões relacionadas ao processo da pesquisa, foram identificados problemas relativos à ausência de coleta, dados destruídos, informações não confiáveis, não realização de relatórios, falta de planejamento e perda de séries históricas.
Roberta Viegas, coordenadora-geral do Observatório Brasil da Igualdade de Gênero, ressaltou a importância dos relatórios e afirmou que a “perspectiva é a de estabelecer contato permanente com os produtores de pesquisa e informação“.
Camila Firmino, coordenadora do Observatório, ressaltou que os documentos são referências e as informações serão consolidadas para uma análise do que poderá ser produzido e revisto para a elaboração do Raseam.
Na avaliação dos participantes o encontro foi motivador e importante para que sejam revistos alguns processos e métodos, intercâmbio de informações, com a inclusão, em alguns casos, de recortes de sexo, gênero e raça, ampliando a gama de indicadores.