Notícias
FUTEBOL FEMININO
Governo altera horário de expediente em jogos da seleção feminina de futebol na Copa do Mundo
As jogadoras brasileiras irão escrever um importante capítulo na história do futebol nacional ao participarem, na próxima segunda-feira (24), do primeiro jogo da seleção na Copa do Mundo Feminina 2023, que acontece na Austrália e Nova Zelândia, entre os dias 20 de julho e 20 de agosto.
Para estimular a população brasileira a prestigiar as jogadoras, o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), atendendo pedido do Ministério do Esporte (MEsp) e cumprindo determinação do presidente Lula, publicou a Portaria MGI nº 3.814, de 17 de julho de 2023, facultando alteração no horário de trabalho do serviço público, para quem desejar assistir aos jogos da Seleção Feminina de Futebol na Copa do Mundo 2023.
A portaria “estabelece orientações aos órgãos e entidades integrantes da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, acerca do expediente nos dias de jogos da Seleção Brasileira de Futebol na Copa do Mundo Feminina da FIFA 2023.”
Para a ministra Cida Gonçalves, este é apenas o início de uma trajetória de valorização das mulheres no esporte. “O Ministério das Mulheres sempre apoiou a ideia, pois estabelecer os mesmos incentivos é o começo da mudança de cultura e do interesse da sociedade pelo futebol feminino”, ressaltou a ministra das Mulheres.
“É uma medida de equidade, garantindo aos servidores e servidoras que optarem por ver os jogos, o mesmo direito que tiveram na Copa do Mundo de futebol masculino”, explica a ministra Esther Dweck, da Gestão e Inovação..
A ministra do Esporte, Ana Moser, afirmou: “O futebol é a maior cultura esportiva, no Brasil, de homens. A inclusão das mulheres nesse cenário é uma quebra de paradigma que fura a bolha do próprio esporte, dentro da cultura nacional. É muito simbólico e estratégico porque é o momento, no Brasil, de se ampliar a inclusão, abertura, entendimento e respeito. O governo tem investido muito no desenvolvimento do futebol feminino”, disse a ministra.
História
As jogadoras brasileiras hoje brilham nos estádios, mas não foi sempre assim. No país do futebol, a participação de mulheres nesta modalidade é bem recente e revela o quanto o potencial das mulheres foi desmerecido ao longo do tempo. As primeiras partidas entre mulheres datam dos anos 1920, ainda assim, muito longe de clubes e de ligas. Se em 1940, as mulheres puderam jogar no Estádio do Pacaembu, em São Paulo, essa visibilidade delas em campo foi motivo de revolta no seio da sociedade brasileira.
Em 1941, atendendo aos reclamos em favor da proibição de jogos de bola entre mulheres, o governo Vargas publicou o Decreto-Lei nº 3.199, de 14 de abril de 1941, que estabeleceu as bases de organização dos desportos em todo o país. Segundo o artigo 54 deste decreto, “às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza, devendo, para este efeito, o Conselho Nacional de Desportos baixar as necessárias instruções às entidades desportivas do país.”
Essa proibição foi ratificada em 1965, pelo governo militar, levando as mulheres a jogarem futebol, clandestinamente, até o final de 1970, quando a lei finalmente foi revogada.
Em 1983, o futebol feminino foi regulamentado no Brasil, levando a FIFA a realizar em 1988, um mundial em caráter experimental, com uma seleção feminina competindo. Neste certame, as jogadoras brasileiras não dispunham sequer de uniformes, mas o evento serviu para contribuir com o desenvolvimento do futebol feminino no mundo.
Hoje, no Brasil, a Seleção Feminina de Futebol tem torcida organizada e um governo que acredita nelas. Como costuma afirmar a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, “esse é um governo que respeita as mulheres”.
Confira neste link a Portaria 3.814/2023 na íntegra.
Colaboraram Edneide Arruda e Luzinete Carvalho, da Secretaria Nacional de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política (SENATP), do Ministério das Mulheres.