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“Precisamos ouvir e ter a participação dos movimentos permanentemente no governo”, diz ministra Cida Gonçalves no Mercosul Social
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, participou nesta segunda-feira (04), no Rio de Janeiro, da abertura da Cúpula Social do Mercosul. O evento reuniu representantes da sociedade civil e dos governos dos países que compõem o bloco, com o objetivo de discutir o fortalecimento da democracia na região do Cone Sul e ampliar a participação social na agenda política. Após sete anos, a Cúpula Social foi retomada no formato presencial, sob a presidência pro tempore do Brasil no Mercosul.
O encontro antecede a Cúpula de Líderes do Mercosul, quando altas autoridades e chefes de Estado discutirão iniciativas para a integração e desenvolvimento da região. Durante a abertura do evento, a ministra Cida destacou a importância da participação dos movimentos sociais na formulação de políticas públicas dos países e abordou problemas comuns dos integrantes do Mercosul, como a desigualdade de gênero e a misoginia.
“Minha origem é do movimento de mulheres, então eu sei da importância do lugar de fala dos movimentos e o que representam esses movimentos quando se está no governo. Como os movimentos nos ajudam a avançar, mesmo na crítica. Eu sempre tenho dito dentro do governo que o movimento está 50 anos à frente de quem está no Estado”, discursou.
"Nós precisamos ouvir e precisamos ter a participação dos movimentos sociais permanentemente em nossas relações enquanto governo", prosseguiu a ministra das Mulheres. Cida Gonçalves trouxe ainda a relevância de o encontro acontecer no atual momento, após o enfrentamento do fascismo e a vitória da democracia no Brasil.
Outro ponto destacado em sua fala foram os desafios comuns dos países que formam o Mercosul na questão de gênero. “Não se constrói a igualdade sem discutir a igualdade de gênero. Outro desafio na pauta do Mercosul é a política de cuidado. Não alcançaremos a verdadeira igualdade se as mulheres ainda dedicarem a maior parte do tempo dentro de casa lavando, passando, cozinhando e cuidando. É essencial que a responsabilidade pelo cuidado não recaia única e exclusivamente sobre as mulheres. Temos ainda o desafio de discutir a misoginia, que é o ódio contra as mulheres, e o feminicídio”, ressaltou a ministra.
“Que os movimentos feministas e de mulheres possam contribuir com seus debates e seus estudos com a formulação das políticas públicas do Mercosul. Precisamos discutir no âmbito do Mercosul, homens e mulheres juntos, qual é o novo país, qual é o novo Mercosul, qual é a nova cidade que nós queremos. Porque nós não temos democracia sem a participação das mulheres”, completou Cida Gonçalves.
A abertura do evento também contou com a presença da ministra substituta da Secretaria-Geral da Presidência da República, Maria Fernanda Ramos Coelho; da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco; da ministra substituta do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Fernanda Machiavelli; da embaixadora Gisela Padovan, do Ministério das Relações Exteriores; do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes; e do Secretário de Estado de Governo do Rio de Janeiro, Bernardo Rossi.
Além da Cúpula Social, a Cúpula do Mercosul é dividida em mais dois momentos ao longo desta semana: a Reunião do Conselho do Mercado Comum, no dia 6, e a Cúpula de Líderes, em 7 de dezembro.
Assista ao discurso da ministra Cida Gonçalves durante a abertura do Mercosul Social: