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ERESP assina convênio com Unicamp para colaboração no ingresso de estudantes refugiados
O programa de refúgio acadêmico da Unicamp será aprimorado por meio de uma parceria entre a Universidade e o Itamaraty. A subchefe do Escritório de Representação do Ministério das Relações Exteriores em São Paulo (ERESP), embaixadora Irene Vida Gala, e o reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, assinaram um termo de cooperação técnica para que o Itamaraty preste auxílio na comprovação de veracidade dos documentos apresentados por solicitantes de refúgio acadêmico.
“Para mim, o elemento primordial é a convergência de interesses entre a Unicamp e o projeto de país que o Brasil tem revelado na política do governo em relação ao refúgio”, disse a embaixadora. A iniciativa do convênio partiu da Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM) da Unicamp, órgão vinculado ao Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).
Da esquerda para a direita: Reitor Antonio José de Almeida Meirelles, Embaixadora Irene Vida Gala, Ana Carolina de Moura Delfim Maciel e Adriana Nunes Ferreira. Foto: Antonio Scarpinetti.
Atualmente, a Unicamp conta com cerca de 20 estudantes em cursos de graduação e pós-graduação que ingressaram por meio do programa de refúgio acadêmico da CSVM. São alunos de várias faixas etárias, oriundos do Afeganistão, de Angola, do Congo, do Egito, de Gana, do Irã, da Palestina, da Rússia e da Síria.
Para essas vagas, a Unicamp aceita, no momento, pessoas refugiadas, apátridas ou indocumentadas. Os procedimentos envolvidos na comprovação dessas condições não são triviais – por isso, a colaboração do Itamaraty revela-se tão oportuna, avalia a embaixadora.
“A nossa disposição de acelerar os procedimentos de verificação da documentação é total. Nós manifestamos interesse em fazer esse acordo porque a realidade do refúgio se torna cada vez mais forte. E o Brasil quer ser uma referência. Eventualmente, esse modelo de convênio pode ser estendido para outras universidades e outros Estados”, complementa.
Para o reitor, o acordo é um passo adicional no esforço da Unicamp para ser um espaço aberto de acolhimento de refugiados na estrutura de ensino, pesquisa e formação. “O Ministério das Relações Exteriores, com seu acesso a informações no mundo todo, pode nos auxiliar bastante nesse esforço”, afirmou.
O ERESP também prestará auxílio à Unicamp na tradução de documentos oficiais de identificação, nacionalidade e escolaridade vindos de países que tenham representação diplomática brasileira.
Atualmente, 40 instituições de ensino superior do país são conveniadas à CSVM, das quais 22 contaram com procedimentos de ingresso facilitado entre 2022 e 2023.
O assistente sênior de proteção da Acnur, William Laureano, esteve presente na reunião de assinatura do convênio e declarou que a parceria inédita firmada entre a Unicamp e o Itamaraty pode se tornar referência para outras instituições.
O acordo foi assinado em uma reunião realizada na Unicamp no dia 22 de novembro. Também participaram do evento a presidenta da CSVM, Ana Carolina de Moura Delfim Maciel, a chefe de gabinete adjunta da Unicamp, Adriana Nunes Ferreira, a chefe do setor de Ciência, Tecnologia e Inovação do ERESP, Segunda-Secretária Mariana Ferreira Cardoso Thiele, e o Assistente Consular do ERESP, Cassio Tales.
A reportagem original, na íntegra, pode ser vista no site oficial da Unicamp clicando aqui.