Residência Oficial da Embaixadora
Photo by Jessica Patterson
A Residência do Embaixador do Brasil em Washington, ou Villa McCormick, como é denominada pela Comissão de Belas Artes de Washington, foi construída em um lote da chamada “Pretty Prospect”, que por sua vez fazia parte de uma propriedade maior e mais antiga, conhecida como "Rock of Dumbarton".
Em 1907, o Embaixador Robert S. McCormick e sua mulher Katherine compraram o referido lote de Alfred Fleming e, em 1908, encomendaram o projeto da residência a John Russell, tendo a construção ficado a cargo de William P. Lipscomb.
A obra arquitetônica de John Russell Pope já incluía um conjunto versátil de prédios públicos, faculdades, igrejas, hospitais e monumentos, bem como residências particulares nos Estados Unidos e na Europa. Entre suas obras mais conhecidas estão: o Templo Maçônico do Rito Escocês, reconstrução grandiosa do Mausoléu de Halicarnassus; a Galeria Nacional de Arte, o Memorial de Jefferson, o Memorial de Theodore Roosevelt e o Arquivo Nacional, todos situados em Washington, D.C. Assim como outros arquitetos norte-americanos que seguiam estilos tradicionais, suas obras caracterizam-se pela leveza da execução e elegância sutil.
Formado em arquitetura em Nova York, Pope recebeu a McKim Roman Scholarship e a Schemerhorn Scholarship, que juntas lhe deram a oportunidade de estudar dois anos na American Academy em Roma. É possível que sua predileção pela antiguidade clássica por meio do Renascimento italiano seja proveniente dessa época.
Ele começou sua carreira de 40 anos como um arquiteto talentoso e erudito, projetando prédios dramáticos e populares, e terminou como um dos arquitetos mais consagrados e famosos dos Estados Unidos. A Villa McCormick é um exemplo clássico de sua obra.
Em 1924, a Sra. McCormick, então viúva, deixou a residência e a mobília para seu filho, o Senador Joseph Meddill McCormick, que era casado com Ruth Hanna McCormick. Dez anos mais tarde, em 12 de setembro de 1934, Ruth Hanna Simms (que se casara novamente após a morte do senador) e o General Charles G. Dawes venderam a Villa McCormick ao Governo brasileiro pela quantia negociada de US$ 200.000,00.
O Brasil conseguia, então, resolver o grande inconveniente de não ter um local permanente para acolher seu representante diplomático em Washington. Em comunicação ao Ministro das Relações Exteriores, em julho de 1934, o Ministro Cyro de Freitas Valle, Chargé d’Affaires, expressou-se da seguinte maneira: “A situação atual – como o Embaixador Oswaldo Aranha teve a oportunidade de indicar ao Chefe de Estado – que requer mudança para uma casa diferente todas as vezes que um novo Embaixador do Brasil chega, inspira pouco respeito e acarreta, sobretudo, um grave inconveniente para os nossos arquivos”.
A residência é um estudo elegante. É uma estrutura simétrica e poderosa sem elementos ornamentais supérfluos. A casa está situada no meio da propriedade, com entrada oposta à Massachusetts Avenue.
O exterior da residência foi concebido com linhas semelhantes às de um palácio italiano do século XV, tendo sido inspirada especificamente pelo Palazzo Massimi Colonne. O interior, no entanto, tem influência predominantemente francesa e inglesa. A fachada é austera, simétrica e com poucos elementos ornamentais.