Relações Internacionais e História Diplomática do Brasil (FUNAG)

A Fundação Alexandre de Gusmão – FUNAG, de acordo com suas atribuições e com as orientações e políticas do Ministério das Relações Exteriores – MRE, desenvolve e implementa estratégia de diplomacia pública por meio da realização de cursos, eventos e pesquisas, bem como da edição e publicação de livros e periódicos no campo das relações internacionais e da história diplomática do Brasil.

Com seu acervo de mais de seiscentas publicações acessíveis gratuitamente pela internet, a FUNAG é um instrumento de democratização do conhecimento e de difusão do pensamento diplomático brasileiro. Internamente, esse esforço contribui para a compreensão das relações internacionais e estimula a capacidade de pensamento autônomo e de análise crítica das questões de política externa. No plano internacional, contribui para promover o entendimento de nossas visões sobre os temas da agenda internacional, bem como sobre os valores nos quais estas se fundamentam.

O trabalho da FUNAG vem merecendo reconhecimento tanto no Brasil como no exterior, tendo sido a Fundação incluída uma vez mais no principal estudo relativo a think tanks internacionais, Global Go To Think Tank Index Report, publicado anualmente pela Universidade da Pensilvânia.

Uma das principais áreas de atuação da FUNAG é a publicação de livros e estudos, que são postos à disposição do público para download gratuito em seu portal. Ao empregar recursos da internet, a fundação tem contribuído para o livre acesso ao conhecimento das relações internacionais, especialmente junto ao crescente público de estudantes, pesquisadores e especialistas, no Brasil e no exterior.

Foram baixados em 2017 mais de 2 milhões de livros. Trata-se da maior biblioteca digital gratuita sobre relações internacionais, política externa e memória diplomática do Brasil. Organizado em coleções temáticas, o acervo compreende mais de 600 obras de autores brasileiros; clássicos estrangeiros traduzidos para o português; documentos históricos de relevo para a política externa brasileira; títulos de interesse sobre questões contemporâneas; a coleção Em Poucas Palavras, destinada a um público amplo com vistas à divulgação sintética do conhecimento sobre tópicos de importância para as relações internacionais; e a coleção de teses do Curso de Altos Estudos (CAE). O acervo tem sido amplamente consultado e compartilhado por alunos e pesquisadores de relações internacionais e áreas afins dentro e fora do Brasil.

Em 2017, as visitas ao portal da FUNAG por usuários no exterior atingiram 74% do acesso total, frente a 26% no Brasil, o que demonstra o interesse externo nas publicações e atividades da Fundação. Os principais países de origem das consultas são França, Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha, Moçambique, Rússia, China, Portugal e Angola.

Diversas são as publicações disponíveis no idioma inglês, com destaque para:

• The Road Ahead – The 21st-Century World Order in the Eyes of Policy Planners (2018), org. Benoni Belli e Filipe Nasser;
• Brazilian Diplomatic Thought: Policymakers and Agents of Foreign Policy – 1750-1964 (3 vols., 2016), org. José Vicente de Sá Pimentel;
• BRICS: Studies and Documents (2017), org. Renato Baumann e outros;
• A Security Council for the 21st Century Challenges and Prospects (2017), org. Eugênio Vargas Garcia, Maria Clara de Paula Tusco e Sérgio Eduardo Moreira Lima;
• The Universal Obligation of Nuclear Disarmament (2017), de Antônio Augusto Cançado Trindade;
• Righteous among the Nations: Souza Dantas and Raoul Wallenberg (2017), de Fábio Koifman e Jill Blonsky;
• Brazil, The Non-Proliferation Treaty and Latin America as a Nuclear Weapon-free Zone (2017), de Paulo Wrobel;
• Statistics for the Study of International Relations (2016), org. Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais – IPRI;
• The Quest for Autonomy: the Evolution of Brazil's Role in the International System – 1964-1985 (2013), de Andrew Hurrell.

Cabe mencionar, também, importantes obras publicadas nos últimos anos em português, que podem ser de interesse do público:

• Princípios do Direito Internacional Contemporâneo (2017), de Antônio Augusto Cançado Trindade;
• Oswaldo Aranha: Um estadista brasileiro (2 vols., 2017), org. Sérgio Eduardo Moreira Lima, Paulo Roberto de Almeida, Rogério de Souza Farias;
• Os desafios e oportunidades na Relação Brasil-Ásia na perspectiva de Jovens Diplomatas (2017), org. Pedro Henrique Batista Barbosa;
• Mudanças no Panorama Internacional por meio das Relações Sul-Sul: Relações do Brasil, Chile e Venezuela com os Países em Desenvolvimento da África, Ásia e Oriente Médio (2 vols., 2016), de Élodie Brun;
• Brasil-China: 40 Anos de Relações Diplomáticas: Análises e Documentos (2016), org. Sérgio Moreira Lima;
• Relações Internacionais do Brasil: Antologia Comentada de Artigos da Revista do IHGB (1841-2004) (2016), de Luiz Felipe de Seixas Corrêa;
• O Brasil e as Nações Unidas: 70 Anos (2015), org. Paulo Roberto Tarrisse da Fontoura, Maria Luísa Escorel de Moraes e Eduardo Uziel;
• BRICS: Estudos e Documentos (2015), de Renato Baumann et al.;
• Pensamento Diplomático Brasileiro: Formuladores e Agentes da Política Externa (1750-1964) (3 vols., 2013), org. José Vicente de Sá Pimentel;
• As Novas Relações Sino-Africanas: Desenvolvimento e implicações para o Brasil (2013), de Gustavo Rocha de Menezes;
• O Brasil e o Mundo Ásio-Africano (2012), de Adolpho Justo Bezerra de Menezes.

Outra importante iniciativa editorial da FUNAG são os manuais de diversas disciplinas para o concurso do Instituto Rio Branco. Referências básicas para os postulantes à academia diplomática brasileira, essas publicações são também fontes de informação de alta qualidade para o público em geral versando sobre economia, história do Brasil, geografia, história mundial contemporânea, política internacional, noções de direito e direito internacional, inglês, espanhol e francês.

O Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI) e o Centro de História e Documentação Diplomática (CHDD), que integram a FUNAG, têm contribuído de forma particular para a ampliação das atividades e publicações.

O IPRI interage com pesquisadores e o meio acadêmico promovendo e divulgando estudos e pesquisas sobre relações internacionais, coletando e sistematizando informações e realizando palestras e seminários. Além disso, atua como órgão de intercâmbio científico e colaboração com instituições nacionais e estrangeiras. Entre as recentes atividades do IPRI, vale mencionar os Cadernos de Política Exterior; o Repertório de Política Externa; a Coletânea de Indicadores da Conjuntura Internacional; e o mapeamento de teses e dissertações sobre temas específicos de relações internacionais e política externa.

Já o CHDD, com sede no Palácio Itamaraty do Rio de Janeiro, onde está localizado o mais rico acervo sobre a história diplomática do Brasil, promove estudos sobre a história diplomática, edita obras e documentos e realiza exposições. A penúltima edição dos Cadernos do CHDD, também disponível para download gratuito (nº 30), apresenta interessante seleção de expedientes trocados entre o Itamaraty e a Embaixada do Brasil em Londres imediatamente antes do início da Segunda Guerra Mundial (1937-38).

Em 2017, a FUNAG organizou vários eventos em parceria com instituições estrangeiras. Entre outros:

• “Towards a World without Nuclear Weapons: challenges and perspectives" (07-08/12/17);
• “II Seminário sobre Diplomacia e Inovação Científica e Tecnológica: Ação Internacional no Brasil” (08/12/17);
• “Bertha Lutz and Women’s Rights in the UN Charter – How a Brazilian delegate successfully championed gender-equality in the San Francisco Conference" (20/11/17);
• “BRICS Co-operation: Assessment and Next Steps” (01/08/17);
• “Diálogo sobre financiamento de florestas e mudança do clima" (26/06/17);
• “O Papel dos Tribunais Internacionais na Regulação da Economia Internacional – uma visão brasileira" (21/06/17);
• “Crises Globais e desafios humanitários: a atuação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha frente às crises humanitárias de nosso tempo" (12/06/17);
• “O Brasil para refugiados: contexto histórico" (19/05/17);
• “A situação do Oriente Médio: uma equação complexa com múltiplas variáveis" (11/04/17);
• “Recuperação Econômica do Japão e Integração Regional na Ásia-Pacífico" (16/03/17).

A FUNAG mantém mecanismos de cooperação de variados formatos com uma ampla gama de parceiros internacionais, com destaque para: Wilton Park; King's College; Università di Bologna; China Institutes of Contemporary International Relations (CICIR); Chongyang Institute for Financial Studies (RDCY); Indian Council of World Affairs (ICWA); Intitute for Peace and Democracy of Indonesia (IPD); Instituto de Estudos Hispano-Lusófonos do Marrocos (IEHL); Consejo Argentino para las Relaciones Internacionales (CARI); Academia Diplomática Augusto Ramírez Ocampo, Colombia; Centro de Investigaciones de Política Internacional de Cuba (CIPI); e Institute for Foreign Affairs and Trade of Hungary (IFAT).

Ademais dessas parcerias institucionalizadas, a FUNAG coopera e / ou dialoga em bases informais com diversas outras instituições com interesses análogos, tais como o International Institute for Strategic Studies (IISS); Egmont. Royal Institute for International Relations; South Centre; German Marshall Fund (GMF); Leibniz-Institut für Regionale und Globale Studien (GIGA); Atlantic Council; Center for Strategic and International Studies (CSIS); Inter-American Dialogue; Carnegie Endowment for International Peace; Brookings Institution; George Washington University; e Brazil Institute, Wilson Center.

Vídeos de eventos da FUNAG podem ser acessados pelo portal e pela página da fundação no Youtube. Da mesma forma, vídeos e podcasts da série de entrevistas “Relações Internacionais em Pauta” estão disponíveis na página do IPRI no portal da FUNAG. As atividades da FUNAG podem ser acompanhadas também pelo Facebook, Twitter, Instagram e Linkedin.

Registra-se, por fim, que o portal da FUNAG dispõe de recurso de acessibilidade com livros em formato que facilita o acesso de deficientes visuais à sua biblioteca digital. A iniciativa é uma parceria entre a Fundação e o Comitê de Pessoas com Deficiência do MRE, no espírito da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.