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Entrevista coletiva do presidente em exercício, Geraldo Alckmin, no Palácio do Itamaraty
Presidente em exercício Geraldo Alckmin — Olha, um importante encontro do cooperativismo. Cooperativismo no Brasil cresce fortemente, o cooperativismo de crédito, com Sicredi [Sistema de Crédito Cooperativo], Sicoop [Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil], Cresol [Cooperativa Central de Crédito com Interação Solidária]. Então, muito bom. Cresce o cooperativismo de saúde, odonto, medicina. Cresce o agro, as maiores cooperativas do mundo, como a Cooxupé [Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé], de café, estão no Brasil. Cresce o cooperativismo de transporte, cresce de infraestrutura, de serviços, trabalho, o que é muito bom, porque o cooperativismo permite ao pequeno ter escala, ter um suporte de apoio, conquistar novos mercados. Então, é uma maneira de crescer melhor com melhor distribuição de renda. Então, se o cooperativismo há 150 anos já era necessário, imagina hoje. A outra, a Ursula von der Leyen declarou hoje que a Europa deve investir 240 bilhões na América Latina em transição energética, através do Global Gateway, então, inúmeras oportunidades aí de investimento no Brasil.
E, o presidente Lula está exatamente em Bruxelas, no encontro CELAC-União Europeia. Então, acho que as coisas estão caminhando bem, inflação em queda, câmbio competitivo, reforma tributária aprovada na Câmara, arcabouço fiscal encaminhado. Só falta os escandalosos juros caírem. Aí nós vamos ter uma geração de emprego ainda mais forte.
Jornalista — Presidente, presidente, tudo bem? Saiu uma pesquisa interna do IPEA hoje dizendo que devido aos benefícios que foram dados com a reforma, o IVA pode ser, chegar a 28%, seria uma alíquota muito grande. O senhor acha que tem realmente essa possibilidade do imposto tão alto com a reforma tributária?
Geraldo Alckmin — O princípio da reforma está corretíssimo: simplificar. Você ter apenas… eu sempre defendi um IVA só. Que que a Europa tem: um IVA e pode ter mais de uma alíquota, mas poucas alíquotas. Eu acho que é meio cedo pra gente ter o resultado final desse trabalho, mas eu diria que foi um passo importante. Os princípios da reforma tributária tão colocados: simplificação, redução de custo Brasil, diminuição de judicialização, desoneração completa de investimentos, e desoneração completa para o comércio exterior, porque você acaba com a cumulatividade.
Jornalista — Presidente, está se cogitando aí a possibilidade de uma eventual reforma, reforma ministerial e o senhor voltar a ser apenas vice-presidente pra abrir uma vaga para o PSD, para entrada do Centrão. O senhor já conversou com o presidente Lula sobre isso? Como é que o senhor vê essa possibilidade.
Geraldo Alckmin — Olha, cargo de confiança é do Presidente da República, só ele fala sobre isso.
Jornalista — Mas, o senhor não teme que o PSB perca espaço?
Geraldo Alckmin — Não… eu acho que isso é uma decisão do presidente da República, eu não tenho ouvido nada a não ser a substituição que já ocorreu do Ministério do Turismo, porque ela foi feita o entendimento em torno de uma articulação partidária, que era com o União Brasil. Então, teve o mesmo entendimento, o mesmo partido que é o União Brasil.
Jornalista — O Republicanos no Governo, o Senhor acha que seria bom?
Geraldo Alckmin — Eu acho, eu sou da tese de que é importante a governabilidade, é importante você ter mais apoio, isso é bom. O que nós precisamos ter no Brasil é menos partidos, aqui você tem um quadro muito fragmentado, muito fragmentado. Mas, acho que o apoio é super importante. E eu acho que o Congresso tem dado demonstrações de maturidade, maturidade. Não é fácil você votar uma PEC de reforma tributária, com uma votação tão expressiva, como também o arcabouço fiscal. O que mostra que nós estamos vivendo um momento de mais diálogo.
Aliás, o presidente Lula, a sua marca é o diálogo, a sua marca é o diálogo. Eu era governador de São Paulo, o presidente Lula tinha acabado de ser eleito, e o primeiro encontro que nós tivemos, ele falou: “Olha, queria que você fosse comigo pra China". E nós viajamos juntos, eu governador de São Paulo recém eleito e ele presidente do Brasil, em 2003. O único problema é que nós fomos de sucatão. Foi uma epopeia: Brasília - Ilha do Sal; Ilha do Sal - Kiev, na Ucrânia, que tá em Guerra agora; de Kiev-Beijing.
Mas, chegamos bem. Um abração.