Notícias
Pronunciamento da Embaixadora do Brasil junto às Nações Unidas, em Sessão da Assembleia-Geral da ONU de 13 de fevereiro de 2012, sobre a situação na Síria
“Senhor Presidente,
Obrigada por convocar esta reunião. Também agradeço a Senhora Pillay por sua apresentação.
O Governo Brasileiro está profundamente preocupado com a rápida deterioração da situação na Síria.
O nível de violência que vemos agora na Síria é extremamente grave. Episódios recentes em Homs e em outras cidades são particularmente perturbadores.
Reiteramos o nosso repúdio à violência e às violações de direitos humanos na Síria e o nosso total apoio ao trabalho da Alta Comissária para os Direitos Humanos e da Comissão de Investigação instituída pelo Conselho de Direitos Humanos.
Renovamos o nosso chamado às autoridades sírias a agirem de acordo com suas obrigações internacionais à luz dos direitos humanos e do direito humanitário e dos seus próprios compromissos com a Liga Árabe a esse respeito.
Senhor Presidente,
A solução para o conflito sírio requer um processo político, conduzido pelos próprios sírios. O Governo deve fazer mais e agir mais depressa para estabelecer as condições necessárias para o início as negociações. A repressão política deve cessar de imediato. As reformas devem permitir mudanças reais e tempestivas, capazes de promover uma governança mais democrática. A oposição deve contribuir por meio de um engajamento construtivo, assim que condições apropriadas sejam estabelecidas. O futuro da Síria está obviamente na mão dos sírios, mas a comunidade internacional pode e deve ajudar.
A ONU deve mandar uma mensagem clara e uníssona de condenação às violações de direitos humanos, ao mesmo tempo em que apoia os esforços da Liga Árabe e a situação central do processo político liderado pelos sírios. As nossas ações coletivas e individuais devem ser guiadas pela necessidade de por fim à violência, promover a estabilidade e ajudar as partes a encontrar uma saída para o atual impasse político. Nessa conjuntura, a comunidade internacional não deve poupar esforços diplomáticos e precisa buscar uma plataforma de consenso. O Brasil está pronto para dar a sua contribuição.
O engajamento da Liga Árabe continuará sendo decisivo. Apoiamos firmemente um maior envolvimento das Nações Unidas, em cooperação com a Liga Árabe. Compartilhamos os mesmos objetivos.
Este momento exige uma verdadeira cooperação entre nós e uma firme determinação, sobretudo para evitar ainda maior derramamento de sangue. Devemos isso ao povo sírio e aos seus vizinhos.
Muito obrigada, Senhor Presidente.”