Maria Martins
A Coordenação-Geral de Patrimônio Histórico (CGPH) compartilha aqui informações sobre as obras de Maria Martins que podem ser apreciadas no percurso da visita cívico-educativa.
Canto da noite
Figura Feminina, nua, deitada. Da base da escultura projetam-se para o alto aspectos alongados, que se entrelaçam. Tal com em outras obras da artista, em "Canto da noite" Maria Martins mescla a forma humana com aspectos que remetem a ramos ou raízes vegetais. O catálogo da exposição "Maria Martins: metamorfoses", realizada entre 10 de julho e 15 de setembro de 2013 pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) Maria Martins: Metamorfoses apresenta conexões diretas entre esta obra e um dos cantos de Zaratustra do filósofo alemão Friedrich Nietzsche. O título da obra e do canto são os mesmos, e a leitura do poema pode dialogar com os aspectos da obra de Maria Martins:
É noite; eis que se eleva mais alto a voz fervilhante das fontes
[fervilhantes.
E minha alma é também uma fonte fervilhante.
É noite. Eis que despertam todas as canções amorosas,
[e minha alma é também uma canção de amante.
[…]
Nietzsche, Friedrich. “O canto da noite”
A Mulher e sua Sombra
Duas figuras femininas estilizadas, em bronze, sobre base de madeira. Ambas encontram-se em posição frontal e eretas, estando uma (em tom escuro) mais recuada que a outra (em tom dourado), representando a sombra da primeira. Da cabeça da sombra projetam-se dois aspectos alongados em formato que alude a serpentes que se entrelaçam e se aproximam da mulher em bronze dourado.
Em 2022, a pesquisadora Fernanda Lopes falou sobre as obras da mineira Maria Martins no Palácio Itamaraty (Confira aqui).
Maria de Lourdes Martins Pereira de Souza (Campanha MG 1894¹ - Rio de Janeiro RJ 1973). Escultora, desenhista, gravadora e escritora. Desenvolve grande parte de sua carreira no exterior em virtude das atividades do marido, o embaixador Carlos Martins. Influenciada pelo surrealismo, as suas obras foram reconhecidas internacionalmente, com exemplares expostos na seção de Arte Moderna do Museu de Arte da Filadélfia e também no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), no Paço das Artes da USP; trabalhos encontram-se também no Rio de Janeiro, no Palácio do Planalto, em Brasília, e ainda em países como a França e a Bélgica. Colaborou na organização das primeiras Bienais Internacionais de São Paulo e na fundação do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ. As duas obras apresentadas, foram doadas pela artista, na instalação do Palácio do Itamaraty em Brasília, em 1970.
Outras obras de Maria Martins em Brasília:
O Rito dos Ritmos – Palácio da Alvorada
Saiba mais
Referências:
Página da exposição "Maria Martins: metamorfoses". MAM, São Paulo, 2013.
Catálogo da exposição "Maria Martins: metamorfoses". MAM, São Paulo, 2013.