Marco de fronteira português (1752)
Os marcos ou padrões de fronteira são utilizados para identificar os limites entre duas áreas de fronteira terrestre. Localizado na rotatória da entrada lateral leste do Palácio Itamaraty, este exemplar foi trazido de Portugal, em 1752, a pedido do governador-geral do estado do Grão-Pará e Maranhão, Capitão de Fragata Francisco Xavier de Mendonça Furtado, para balizar os domínios luso-hispânicos no Alto Amazonas.
No mesmo canteiro onde está exposto o marco, encontram-se três exemplares da árvore pau-brasil. A extração e comércio de pau-brasil foi uma das primeiras atividades econômicas exploradas por Portugal após sua chegada ao atual Brasil, que teria derivado seu nome da árvore nativa. Sua madeira avermelhada era usada na atividade têxtil. A presença do marco de fronteira e das árvores de pau-brasil fazem referência ao início do período colonial da história brasileira.
A origem da peça
Este marco (ou padrão) de fronteira foi trazido de Portugal, em 1752, a pedido do governador-geral do estado do Grão-Pará e Maranhão, Capitão de Fragata Francisco Xavier de Mendonça Furtado, para balizar os domínios luso-hispânicos no Alto Amazonas. Foi encontrado em 1963, em frente à cidade de Barcelos, no fundo do leito do Rio Negro, no estado do Amazonas.
O padrão é feito de blocos de pedra de Lioz, um calcário típico de certas regiões portuguesas, de onde foi originalmente retirado, e ilustra os primórdios da demarcação de nossas fronteiras, ainda no período do Brasil colonial.
Local onde está instalada a peça
Localizado na rotatória da entrada lateral leste do Palácio Itamaraty, o marco é cercado por três exemplares de pau-brasil, uma espécie nativa das florestas tropicais brasileiras, típica do bioma da Mata Atlântica.
Os exemplares não foram colocados ali por acaso. Dispostos lado-a-lado do marco de fronteira português, estas árvores nos remetem ao contexto histórico de exploração econômica colonial em terras brasileiras, no qual a madeira e a resina do pau-brasil foram os primeiros “produtos” de extração.
Desde o reconhecimento do nosso litoral e das possíveis riquezas da terra, o pau-brasil foi declarado monopólio da Coroa portuguesa, tendo sido a abundância dessa espécie em meio à imensidão das florestas tropicais, um dos possíveis motivos do nome conferido à nova colônia.
Detalhes das placas informativas
Na placa de metal fixada ao chão, ao lado do Marco, está inscrito o seguinte texto:
“Esta pedra, arrancada do solo português, foi carregada por homens destemidos até os confins do Alto Rio Negro. Nossos antepassados marcavam, assim, a posse ampla e arrojada das terras que os lusíadas abriam para a civilização no continente americano. Este testemunho de pedra conservou-se intocado e submerso nas águas do Rio Negro durante mais de 200 anos. Nele se sugere apenas o emblema de quem era o senhor da terra, como a antever que sobre ele seriam seladas, um dia, as armas de uma nova nação: o Brasil. // Trazido de Portugal em meados do século XVIII por Francisco Xavier Mendonça Furtado, para assinalar limites de domínios portugueses na América. Foi este marco aqui plantado, em abril de 1972, na presença dos Chefes de Estado do Brasil e de Portugal, General Emílio Garrastazu Médici e Almirante Américo Deus Rodrigues Thomaz.”
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REFERÊNCIAS:
Marco de Fronteira. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Marco_de_fronteira. Acesso em: 03 jul. 2024.
SIQUEIRA, Maria Isabel de. Considerações sobre ordem em colônias: as legislações na exploração do Pau-brasil. CLIO - Revista de Pesquisa Histórica, Recife, 19704. Disponível em:https://web.archive.org/web/20180521025648id_/https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaclio/article/viewFile/24300/19704. Acesso em: 03 jul. 2024.