Escultura sem título, de Bruno Giorgi (1967)
Bruno Giorgi (Mococa, São Paulo, 1905 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1993) produziu, na década de 1960, três maquetes de esculturas, como propostas para obra de grande porte a ser instalada no espelho d’água do Palácio Itamaraty, em Brasília.
Esta escultura sem título foi uma das maquetes. Tem uma composição marcada por sete segmentos de círculo que criam um semicírculo. Assim como o Meteoro, foi feita em mármore, na Itália, e ficou pronta em 1967. Esteve durante 20 anos na Residência Oficial do Ministério e, depois, foi instalada em seu local atual, nos jardins do Anexo II do MRE, edifício conhecido popularmente como ‘’Bolo de Noiva’’.
A obra escolhida para instalação no espelho d’água, em frente ao Palácio Itamaraty, foi o Meteoro.
A encomenda da obra de arte
Como sede do Ministério das Relações Exteriores, o Palácio Itamaraty tem, entre suas muitas atribuições, a de auxiliar na função de representação do Brasil no exterior.
Quando a capital nacional foi transferida do Rio de Janeiro para Brasília, a Comissão de Transferência do Itamaraty, presidida pelo Embaixador Wladimir Murtinho, convidou grandes nomes do design e artes plásticas brasileiras para que obras culturais de relevante teor artístico e simbólico compusessem a ambientação do novo Palácio. Convidado em 1965 para desenvolver um monumento que estaria à frente do novo palácio, Bruno Giorgi foi incumbido de produzir uma obra artística escultural conectada à abstração plástica das obras de Niemeyer, que se integrasse ao espelho d’água.
Os estudos prévios para a escultura
Bruno Giorgi produziu três diferentes maquetes em mármore, inclusive do que se tornaria o Meteoro, para avaliação de Oscar Niemeyer, Wladimir Murtinho e demais envolvidos.
Esta escultura sem título foi uma das maquetes. Tem uma composição marcada por sete segmentos de círculo que criam um semicírculo. Assim como o Meteoro, foi feita em mármore, na Itália, e ficou pronta em 1967. Esteve 20 anos na Residência Oficial do Ministério e, depois, foi instalada em seu local atual, nos jardins do Anexo II do MRE, edifício conhecido popularmente como ‘’Bolo de Noiva’’.
Em entrevista, o Embaixador Wladimir Murtinho se refere a esta obra como um segundo modelo, que Bruno Giorgi ofereceu como opção para o monumento que viria a ficar de frente para o Palácio Itamaraty. Com a escolha do Meteoro para o espelho d’água, esta obra foi transferida para a residência oficial do Ministério das Relações Exteriores, onde permaneceu por cerca de 20 anos.
Além do Meteoro e desta obra, um terceiro modelo foi criado por Bruno Giorgi em mármore. Essa peça hoje se encontra exposto na área interna do MRE.
Acerca da escolha entre as três esculturas, disse o embaixador Wladimir Murtinho:
"De um lado, e o fato que ele fez três variantes disso, nós acabamos escolhendo esta. Eu tinha esse privilégio maravilhoso, não? De tudo chegava e diziam: "O que quê cê quer? Você quer essa, aquele ou aquele outro? ’’E claro que me valia de todos os amigos, então, eu discuti: "Qual é que você acha melhor dos três?", então, é das três maquetes, não? Se escolheu uma que depois ele foi para a Itália e desenvolveu."
Saiba mais
Reportagem sobre a vida e obra de Bruno Giorgi, produzida e veiculada pela TV Direta de Mococa (TVD).
Baixe a publicação "Palácio Itamaraty" (edição bilíngue português-inglês).
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BRUNO Giorgi. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2024. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8920/bruno-giorgi. Acesso em: 02 de julho de 2024. Verbete da Enciclopédia.
MURTINHO, Wladimir do Amaral. Depoimento - Programa de História Oral. Brasília, Arquivo Público do Distrito Federal, 1990. 43 p.
PRIETO, Sônia. Quatro décadas de escultura. Dissertação de Mestrado em Artes – Escola de Comunicações e Artes da USP. São Paulo, 1981.