BRICS
O BRICS é um agrupamento formado por onze países: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. O BRICS serve como foro de articulação político-diplomática e de cooperação de países do Sul Global nas mais diversas áreas. Não possui tratado constitutivo, orçamento próprio ou secretariado permanente.
Juntos, os países do BRICS formam agrupamento com expressiva participação demográfica, econômica, comercial, energética e alimentar no mundo, o que propicia a formação de parcerias ampliadas e fortalece a cooperação para o desenvolvimento.
Desde a criação do termo “BRIC”, há 24 anos, os membros originais do agrupamento mais a África do Sul, incluída em 2011, ampliaram sua participação no PIB global. Em 2003, as economias de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul representavam, conjuntamente, pouco mais de 20% do PIB global em PPP (a preços correntes); em 2023, o agrupamento ampliou sua participação para 33% do PIB global em PPP, totalizando, aproximadamente, US$ 60 trilhões. Considerando a recente adesão da Indonésia e dos cinco membros que entraram em 2024 (Arábia Saudita, EAU, Egito, Etiópia e Irã), a participação do BRICS no PIB mundial aumentou para aproximadamente 40%.
Presidência Pro-Tempore brasileira
Em 1º de janeiro de 2025, o Brasil assumiu pela a quarta vez a presidência pro tempore (PPTB) do BRICS, guiada pelo lema: "Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável".
Como em mandatos anteriores (2010, 2014 e 2019), a presidência brasileira planeja contribuir para o avanço do diálogo e da concertação no BRICS em temas políticos e de segurança, econômico-financeiros, e relativos à sociedade civil. O Brasil seguirá buscando reformas no sistema de governança global, sempre em prol da maior participação dos países emergentes e em desenvolvimento e de maior legitimidade e eficiência das organizações internacionais existentes.
BRICS: histórico
Inspirados pelo acrônimo que Jim O’Neil, analista da Goldman Sachs, criou em 2001 para designar economias emergentes, os chanceleres de Brasil, Rússia, Índia e China decidiram reunir-se anualmente, a partir de 2006, às margens da Assembleia Geral da ONU, para discutir temas da agenda internacional, sobretudo a necessidade de reforma da governança global.
Três anos depois, em Ecaterimburgo, ocorreu a primeira Cúpula de Chefes de Estado e de Governo do então BRIC, poucos meses após a eclosão da crise financeira de 2008, quando ficou evidente a necessidade de reformar as instituições de governança global, sobretudo na área financeira.
Desde então, o agrupamento tem funcionado como foro de concertação político-diplomática e plataforma de cooperação nas mais diversas áreas. Em 2011, ocorreu a primeira expansão, com a entrada da África do Sul, o que levou ao acréscimo do “S” final ao acrônimo. Já em 2024, em cumprimento ao acordado em Johanesburgo, em 2023, cinco novos membros aderiram ao BRICS - Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. No dia 6 de janeiro, foi oficializada a entrada da Indonésia como membro do mecanismo.
Desde 2009, os Chefes de Estado e de Governo do BRICS encontram-se anualmente, tendo ocorrido, até o momento, 16 reuniões de Cúpula:
- I Cúpula: Ecaterimburgo, Rússia, junho de 2009;
- II Cúpula: Brasília, Brasil, abril de 2010;
- III Cúpula: Sanya, China, abril de 2011;
- IV Cúpula: Nova Délhi, Índia, março de 2012;
- V Cúpula: Durban, África do Sul, março de 2013;
- VI Cúpula: Fortaleza, Brasil, julho de 2014;
- VII Cúpula: Ufá, Rússia, julho de 2015;
- VIII Cúpula: Benaulim (Goa), Índia, outubro de 2016;
- IX Cúpula: Xiamen, China, setembro de 2017;
- X Cúpula: Joanesburgo, África do Sul, julho de 2018;
- XI Cúpula: Brasília, Brasil, novembro de 2019.
- XII Cúpula: virtual, Rússia, novembro de 2020;
- XIII Cúpula: virtual, Índia, setembro de 2021;
- XIV Cúpula: virtual, China, junho de 2022;
- XV Cúpula: Joanesburgo, África do Sul, agosto de 2023;
- XVI Cúpula: Kazan, Rússia, outubro de 2024.
BRICS e cooperação
A parceria do BRICS está estruturada em três pilares de cooperação:
- Política e Segurança,
- Economia e Finanças, e
- Intercâmbio Cultural e da Sociedade Civil.
Nos últimos 19 anos, a agenda do grupo expandiu-se consideravelmente em escopo e complexidade e abrange hoje quase todos os principais temas da agenda internacional. Essa evolução é particularmente evidente na crescente importância atribuída a temas de meio ambiente, energia, ciência e tecnologia, e saúde e na incorporação de mais atores da sociedade civil ao debate.
A cooperação intra-BRICS no setor financeiro, por exemplo, levou ao lançamento do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) e do Arranjo Contingente de Reservas (ACR). A criação do banco visou a responder ao problema global da escassez de recursos para o financiamento de projetos de infraestrutura. O objetivo do ACR, por sua vez, é assegurar liquidez para enfrentar crises na balança de pagamentos dos países do agrupamento.