Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (BRICS)
A coordenação entre Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC) iniciou-se de maneira informal em 2006, com reunião de trabalho entre os chanceleres dos quatro países à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Desde então, o acrônimo, criado alguns anos antes pelo mercado financeiro, não mais se limitou a identificar quatro economias emergentes. O BRIC passou a constituir mecanismo de cooperação em áreas que tenham o potencial de gerar resultados concretos aos brasileiros e às populações dos demais integrantes. Em 2011, a África do Sul passou a fazer parte do agrupamento, acrescentando o "S" ao acrônimo, agora BRICS.
Desde 2009, os Chefes de Estado e de Governo do agrupamento se encontram anualmente, tendo ocorrido já 11 reuniões de Cúpula:
• I Cúpula: Ecaterimburgo, Rússia, junho de 2009;
• II Cúpula: Brasília, Brasil, abril de 2010;
• III Cúpula: Sanya, China, abril de 2011;
• IV Cúpula: Nova Délhi, Índia, março de 2012;
• V Cúpula: Durban, África do Sul, março de 2013;
• VI Cúpula: Fortaleza, Brasil, julho de 2014;
• VII Cúpula: Ufá, Rússia, julho de 2015;
• VIII Cúpula: Benaulim (Goa), Índia, outubro de 2016;
• IX Cúpula: Xiamen, China, setembro de 2017;
• X Cúpula: Joanesburgo, África do Sul, julho de 2018;
• XI Cúpula: Brasília, Brasil, novembro de 2019.
Desde a primeira cúpula, em 2009, o BRICS têm expandido significativamente suas atividades em diversos campos. Foi na área financeira que os então quatro países passaram a atuar de forma concertada, a partir da crise de 2008, no âmbito do G20, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, com propostas de reforma das estruturas de governança financeira internacional, em linha com o aumento do peso relativo dos países emergentes na economia mundial.
A cooperação intra-BRICS no setor financeiro levou ao lançamento das duas primeiras instituições do mecanismo: o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) e o Arranjo Contingente de Reservas (ACR). A criação do banco visou a responder ao problema global da escassez de recursos para o financiamento de projetos de infraestrutura. O objetivo do ACR é assegurar liquidez para enfrentar crises na balança de pagamentos dos países do agrupamento.
Em 2019, o Brasil exerceu a presidência de turno do BRICS, sob o mote “Crescimento Econômico para um Futuro Inovador”. Foram priorizadas iniciativas nas áreas de ciência, tecnologia e inovação, economia digital, saúde, cooperação no combate ao crime transnacional e aproximação entre os setores privados dos cinco países e o Novo Banco de Desenvolvimento. A presidência de turno brasileira organizou mais de cem reuniões ao longo do ano, inclusive 16 em nível ministerial. A Cúpula de Brasília, realizada em 13 e 14 de novembro de 2019, contou com a presença dos cinco Chefes de Estado e de Governo.
Em 2020, a presidência de turno do BRICS cabe à Federação da Rússia, que organizará a XII Cúpula do agrupamento em São Petersburgo, no último trimestre do ano.