Cooperação esportiva
Por criar laços com outras nações e contribuir para a projeção da imagem do Brasil o esporte é um instrumento importante de diplomacia no Século XXI.
O Itamaraty emprega a diplomacia esportiva como ferramenta para fortalecer relações bilaterais e para a atração e realização de megaeventos esportivos no Brasil. Além disso, a diplomacia esportiva é fundamental para a promoção dos serviços no exterior dos profissionais do esporte brasileiro e para a exportação de produtos da indústria brasileira de materiais do esporte. Criada em 2008, a Coordenação-Geral de Turismo e Esporte é a unidade do Ministério das Relações Exteriores responsável por esses temas.
O Brasil viveu sua “Década do Esporte”, durante a qual sediou os Jogos Mundiais Militares (2011), a Copa das Confederações (2013), a Copa do Mundo de Futebol (2014), os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (2015) os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro (2016) e a Copa América de Futebol (2019).
O fato de que todos esses megaeventos esportivos foram realizados no Brasil demonstra a crescente importância do país para a comunidade internacional. Não é por acaso que, nos últimos anos, todos os países dos BRICS sediaram ou foram escolhidos para sediar megaeventos esportivos (Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Pequim 2008, Copa do Mundo da África do Sul 2010, Jogos da Commonwealth de Nova Délhi 2010, Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno de Sochi 2014 e Copa do Mundo da Rússia 2018). E em fevereiro de 2022 a capital chinesa será sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno.
Megaeventos esportivos representam oportunidades de desenvolvimento e de inclusão social, além de contribuírem no combate à discriminação racial, étnica e de gênero. São, também, instrumentos de promoção de paz e cooperação – que utilizam e reforçam o soft power brasileiro. O Brasil já assinou memorandos de cooperação esportiva com mais de 70 países – e a demanda por este tipo de acordo tem aumentado. O tema também está cada vez mais presente no âmbito multilateral – e, diante da visibilidade adquirida pelo Brasil como país-sede dos principais eventos esportivos mundiais, a atuação diplomática brasileira nesses foros tem se intensificado.
No âmbito das Nações Unidas, o Brasil co-patrocinou as resoluções da Assembleia Geral para "Trégua Olímpica" (A/RES/66/5 e A/RES/68/9) e a resolução para a criação do "Dia Internacional do Esporte para o Desenvolvimento e a Paz" (A/RES/67/77). Em 2010, o Brasil patrocinou a resolução A/RES/65/4 sobre "Esporte para a Promoção da Educação, da Saúde, do Desenvolvimento e da Paz".
No Conselho de Direitos Humanos, o Governo brasileiro trabalhou pela aprovação das resoluções pela "Promoção da Declaração dos Direitos Humanos por meio do esporte e do ideal olímpico" (Resoluções 24/1 e 18/23), pela realização de Painéis de Alto-Nível, sobre "Racismo e Esporte" (outubro de 2013) e sobre "Promoção dos Direitos Humanos através do Esporte e do Ideal Olímpico" (fevereiro de 2012 e de 2013). Na abertura dos XIV Jogos Paralímpicos, em Londres, os Governos de Brasil, Reino Unido, Federação Russa e República da Coreia divulgaram comunicado conjunto vinculando os Jogos à promoção dos direitos humanos.
No âmbito da Organização do Estados Americanos (OEA), em 2016 o Brasil foi o proponente, com co-patrocínio da Argentina, da declaração, adotada em plenário, “Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 e a Promoção da Paz e do Desenvolvimento por meio do Esporte” (AG/DEC. 87 (XLVI-O/16) http://www.oas.org/en/council/AG/ResDec/.