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Reunião do GT da Agricultura do G20 encerra com aprovação de documento sobre a promoção da pesca e aquicultura
A 3ª Reunião do Grupo de Trabalho (GT) da Agricultura do G20 encerrou nesta quarta-feira (14/6) com um marco histórico: pela primeira vez, o evento dedicou dois dias inteiros à discussão sobre pesca e aquicultura.
O ponto culminante do evento, no último dia, foi a aprovação de um documento consolidado pelos países membros, ato que refletiu os debates em torno da promoção e da integração da pesca e aquicultura.
Desafios e prioridades da cadeia do pescado em destaque
Na programação de ontem (11/06), durante a 3ª sessão de reuniões, o secretário Nacional de Pesca Industrial, Amadora e Esportiva, Expedito Neto, moderou uma discussão crucial sobre os desafios e prioridades da cadeia do pescado.
Expedito destacou a importância de se debater a sustentabilidade na pesca, garantindo que essa prática continue a fornecer alimento para a população mundial sem comprometer o futuro. “Milhões de pessoas dependem da pesca para alimentação, e a ciência desempenha um papel vital ao trazer inovação e melhorias”, afirmou.
Já o secretário Nacional da Pesca Artesanal, Cristiano Ramalho, enfatizou a necessidade de enfrentar os desafios atuais, especialmente as desigualdades sociais e as mudanças climáticas. Ele ressaltou a urgência dessas questões e a importância do planejamento conjunto entre governos globais e comunidades tradicionais.
“É fundamental combater a vulnerabilidade socioeconômica dessas populações por meio do financiamento de políticas públicas e do reconhecimento de seus direitos. Essas comunidades não devem apenas ser ouvidas, mas suas demandas históricas precisam ser atendidas”, reforçou.
Aquicultura no centro das discussões
Hoje, no segundo dia de encontro, a secretária Nacional de Aquicultura, Tereza Nelma, mediou a 4ª sessão, focada na aquicultura como um mecanismo essencial para o desenvolvimento das diretrizes do G20. Tereza sublinhou o papel da aquicultura em atender à crescente demanda por alimentos e em fornecer soluções para as crises climáticas.
“Ao investir em pesquisa e desenvolvimento, podemos explorar novos métodos de cultivo e espécies mais resilientes e produtivas. Fortalecer a aquicultura é essencial para garantir um futuro sustentável para a terra. A colaboração internacional é crucial para compartilhar conhecimentos, tecnologias e melhores práticas, beneficiando todos os países”, afirmou Tereza.
O diretor do Departamento de Desenvolvimento e Inovação do MPA, Paulo Faria, apresentou dados recentes da realidade brasileira, destacando que, pela primeira vez na história, a produção da aquicultura superou a da pesca, uma tendência que deve se consolidar no futuro.
Paulo enfatizou a necessidade de investimentos em conhecimento técnico, desde a base com os aquicultores, até o incentivo à pesquisa e à extensão. Ele destacou que a aquicultura não apenas fornece alimento, ajudando milhares de brasileiros em situação de fome, mas também produz outros produtos valiosos. “A gente tem que aproveitar 100% o pescado. Eu vou utilizar as escamas, eu vou produzir medicamentos, eu vou produzir não subprodutos, mas coprodutos que às vezes são até mais valorizados do que o próprio peixe. Eu utilizo, por exemplo, colágeno para saúde corporal, eu utilizo a pele da tilápia com a queimadura de pessoas para a regeneração da pele, por exemplo”, concluiu.
Sobre o G20
O Brasil assumiu a presidência do G20 em dezembro de 2023. O país planeja mais de 100 reuniões de grupos de trabalho e cerca de 20 reuniões ministeriais durante o mandato. Em novembro de 2024, ocorrerá a Cúpula de Chefes de Governo e Estado, no Rio de Janeiro, marcando a primeira vez que o Brasil ocupa tal posição no formato atual do grupo.