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PESCA ARTESANAL
Ministério da Pesca e Aquicultura lança ações para o enfrentamento de tragédia com petróleo no litoral brasileiro
Nestas quinta e sexta-feira (30/8), o Ministério da Pesca e Aquicultura lançou ações de enfrentamento à tragédia de derramamento de petróleo que atingiu o litoral brasileiro em 2019. O desastre atingiu cerca de 70% das cidades do litoral nordestino, além das costas do Rio de Janeiro e Espírito Santo, afetando diretamente o ecossistema marinho e as populações da pesca artesanal.
Uma das parcerias foi firmada hoje (30) com a Rede PRODEMA, que é um programa de pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente das universidades federais nordestinas e tem como objetivo desenvolver ações para o enfrentamento ao racismo ambiental, que afeta os povos da pesca artesanal. Cerca de 80% da população atingida pela tragédia é de pessoas pretas e pardas, assim, essa ação será desenvolvida por meio da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com o projeto “Petróleo e os Povos da Pesca Artesanal: Enfrentando o Racismo e a Injustiça Ambiental”.
Durante a cerimônia de assinatura do acordo, o ministro André de Paula falou sobre o desenvolvimento dessas ações pelo governo: “Nós temos um conjunto de ações no campo socioambiental e econômico para enfrentar eventos como esse e mitigar os efeitos que eles promovem sobre nossas comunidades. O que estamos vivendo hoje é fruto de uma escuta social, reflexo de uma prioridade que foi apontada nas ações que a Secretaria Nacional de Pesca Artesanal desenvolve. Estamos, de forma concreta, dando uma resposta à sociedade”.
Saúde dos Povos das Águas
Na quinta-feira (29/8), foi o lançamento da parceria com a Fiocruz, que ofereceu uma formação aos agentes populares de saúde nos territórios da pesca artesanal, para uma vigilância popular e participativa. Também, será realizada formação com profissionais da atenção básica, vigilância em saúde e da Rede de Saúde do Trabalhador, para qualificar o processo de trabalho no SUS na perspectiva da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, Floresta e das Águas. Essa ação também conta com as Universidades Federais da Bahia (UFBA) e da Paraíba (UFPB), além de lideranças dos movimentos sociais da pesca artesanal.
Para o secretário Nacional de Pesca Artesanal, Cristiano Ramalho, “essas ações visam a reparação com essas comunidades e o desenvolvimento de um futuro melhor. Há 5 anos, exatamente nesta data, começaram a surgir os fragmentos de petróleo no litoral brasileiro, atingindo mais de mil localidades dessa costa, se estima que foram, no mínimo, 300 mil pessoas ligadas à pesca artesanal foram afetadas diretamente por esse desastre, assim, esse é um momento de concretização, firmamos um compromisso com a saúde dos povos das águas”.