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Estoques pesqueiros
Brasil defende sua cota de 6.043 ton para pesca da albacora bandolim
Posição brasileira é defendida pela secretária Flávia Lucena Frédou durante painel 1 do ICCAT. - Foto: Rafael Dias/MPA
Terminou hoje (31) em Lisboa, Portugal, a 1ª Reunião Intersessional do Painel 1 da Comissão Internacional de Conservação dos Atuns do Atlântico (ICCAT). Liderada pela secretária nacional de Registro, Monitoramento e Pesquisa do Ministério da Pesca e Aquicultura, Flávia Lucena Frédou, a delegação brasileira defendeu firmemente a manutenção da cota de captura das atuais 6.043 toneladas de albacora bandolim para o Brasil.
A albacora bandolim, ou simplesmente bandolim, é uma das principais espécies da pesca no oceano Atlântico. Sua carne saborosa e riquíssima em ômega-3 gerou uma demanda tão forte que, desde 1969, na fundação do ICCAT, 53 países se uniram para fazer o ordenamento pesqueiro, de forma a impedir a aniquilação desse e de outros tipos de atum.
Na primeira reunião do Painel 1 do ICCAT, as negociações se deram inicialmente para estabelecer a cota de captura para o mundo – atualmente é de 62.000 toneladas – e, em seguida, dividir esse bolo entre os países.
Houve pelo menos três propostas formuladas sobre o limite mundial: a do Japão eleva a cota global para 70 mil toneladas; a da União Europeia para 75 mil toneladas; e a dos países da América Central, para 77 mil toneladas.
Na discussão das cotas nacionais, há propostas que reduzem as atuais 6.043 toneladas do Brasil e outras que o aumentam ligeiramente. A posição levada pela delegação, que contou com nove membros entre técnicos do MPA, cientistas e um advogado, é o ponto médio, ou seja, a de manutenção do número atual, definido em 2019.
O debate ainda não foi concluído. Haverá uma segunda rodada técnica, em junho, em Madri, antes da reunião decisiva, marcada para novembro, no Egito.
“A delegação brasileira está atenta aos detalhes da negociação e assumindo uma postura ativa para buscar o consenso entre as mais de 30 delegações presentes. Concentramos nossos esforços em torno de uma proposta que garante nossa conquista histórica de 2019, do nosso limite de captura de 6.043 toneladas de albacora bandolim”, diz a secretária Flávia Lucena Frédou. “Estamos fortalecidos na relação com os outros países, e prontos para fazermos nossas tarefas de casa necessárias para melhorarmos o monitoramento e gestão da informação para contribuir para a sustentabilidade do estoque, sem dar nenhum passo atrás nas nossas conquistas”, completou.
Além da secretária, a delegação brasileira contou com o secretário nacional de Pesca Industrial do MPA, Expedito Neto, com o diretor do Departamento de Pesca Industrial, Édipo Cruz, com a diretora do Departamento de Registro e Monitoramento da Pesca e Aquicultura, Elielma Borcem, o chefe da Assessoria Internacional do MPA, Rafael Dias, o professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Paulo Eurico Pires Ferreira Travassos, como assessor científico, o professor da Universidade Federal do Rio Grande, Luís Gustavo Cardoso, o advogado da Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores (CNPA), Leonardo Torres Figueiró, e a tradutora Idara Nogueira Corrêa Guimarães Barbosa, também da CNPA. Outros 16 cientistas da universidade e do setor privado brasileiros participaram remotamente.
ICCAT
A Comissão Internacional de Conservação dos Atuns do Atlântico (ICCAT, na sigla em inglês) é uma organização intergovernamental que se dedica à conservação e gestão dos recursos marinhos e das pescarias relacionadas aos atuns e outras espécies altamente migratórias no Oceano Atlântico e mares adjacentes.
Fundada em 1969, é composta por 53 países membros, incluindo a União Europeia, e é responsável pela implementação de medidas de gestão e conservação dos estoques de atuns e outras espécies marinhas, como espécies de tubarões, peixes-espada e marlins. A ICCAT também realiza pesquisas sobre as espécies que gerencia e monitora a atividade pesqueira nas áreas de jurisdição de seus membros. A organização busca equilibrar a conservação das espécies com a sustentabilidade das pescarias, garantindo assim que esses recursos possam ser utilizados de maneira responsável e sustentável para as gerações presentes e futuras.
SOBRE A ALBACORA BANDOLIM
A espécie albacora bandolim, também conhecida como albacora-de-bando ou apenas bandolim, é um peixe encontrado em águas temperadas e tropicais de todo o mundo. É um membro da família Scombridae e é altamente valorizado por sua carne saborosa e rica em ômega-3.
Os bandolins são peixes pelágicos, o que significa que passam a maior parte de suas vidas nadando livremente em alto mar. Eles têm um corpo esguio e alongado, com uma coloração azul-esverdeada na parte superior e prateada na parte inferior. Os bandolins têm uma cabeça pequena e afilada com uma boca grande cheia de dentes afiados.
Os bandolins são animais migratórios e formam grandes cardumes durante suas migrações sazonais. Eles se alimentam de uma variedade de presas, incluindo pequenos peixes, lulas e crustáceos.
Infelizmente, a pesca excessiva e a degradação do habitat têm levado a uma diminuição das populações de bandolins em algumas áreas. Como resultado, muitos países agora impuseram regulamentações de pesca mais rigorosas para ajudar a proteger essa espécie importante.
Clique AQUI para mais fotos. Crédito: Rafael Dias/MPA