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AQUICULTURA
Barra Bonita quer sair do zero a polo nacional de pescados
Barra Bonita às margens do rio Tietê, com o detalhe da barragem da usina hidrelétrica e o início da formação do lago. - Foto: Google Earth
Barra Bonita é uma estância turística encravada no meio do estado de São Paulo, a 284 quilômetros da capital. Tem pouco mais de 34 mil habitantes e organizou a economia em torno dos passeios nas águas limpas do rio Tietê, que a cortam de oeste a leste. Não há lá nenhuma tradição pesqueira. Nem aquícola. De qualquer modalidade. Grande ou pequena, artesanal ou esportiva. Pois hoje (21), a cidade enviou um emissário, o vice-prefeito Manoel Fabiano, ao Ministério da Pesca e Aquicultura portador de uma mensagem definitiva: o município decidiu se tornar um polo produtor de pescados.
“Pode crer que se houver jeito, o ministério vai ajudar”, disse o presidente da Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores (CNPA), Edivando Soares de Araújo, quando ouviu das autoridades municipais o desejo pelos pescados. Daí veio o pedido de audiência e o encontro de ambos, Edivando e Manoel Fabiano, com o ministro André de Paula.
Na audiência, o vice-prefeito informou que não há em Barra Bonita nenhuma indústria de pesca, nenhuma competição de pesca esportiva, nenhum tanque-rede cultivando qualquer tipo de pescado, nada. Mas há água. Muita água e de boa qualidade. Pois ali, no trecho conhecido como Médio Tietê Superior, o rio já não sofre com o esgoto industrial ou doméstico que o inviabilizam quando corre próximo à Região Metropolitana de São Paulo.
No limite leste do município fica a Usina Hidrelétrica de Barra Bonita e, depois dela, o lago formado pela barragem. É nesse lugar que a eclusa transporta turistas de um lado a outro entre o lago e o rio.
Por este motivo, André de Paula vislumbrou a possibilidade de instalar tanques-rede de aquicultura no lago da hidrelétrica. Ou nas lagoas próximas, todas com água limpa. “O primeiro passo é vocês receberem instrução sobre o tema. Então recomendo que encoragem lá a população, os possíveis empreendedores a fazerem o nosso curso de Multiplicadores Aquícolas , que vai ensinar passo a passo como essa cadeia funciona”, sugeriu o ministro da Pesca e Aquicultura.
O vice-prefeito se entusiasmou. “Nossas únicas fontes de renda são o turismo e a monocultura canavieira. Gostaríamos de ter uma terceira fonte que é justamente voltada para a pesca, já que nosso município tem recursos para isso, as lagoas ficam em saídas de minas, ou seja, uma água limpa e ainda inexploradas para a criação de peixes.”
“Teremos uma segunda reunião em breve para alinhar todos os aspectos técnicos, a Secretaria Nacional de Aquicultura vai acompanhar e dar o apoio necessário”, respondeu o ministro.
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