Por que uma Rede de Aprendizagem voltada para edifícios públicos?
Estima-se que no Brasil existam cerca de 500 mil edificações públicas administradas pelas três esferas do poder (federal, estadual e municipal). Seu consumo de eletricidade totalizou 15 TWh ou 4,8% do consumo total no mercado regulado de energia elétrica (ACR) em 2018. Estudos indicam que existe um potencial de redução de consumo e gastos com energia no setor público em torno de 20 a 30%. Esse potencial elevado é justificado tanto pela idade das instalações e dos equipamentos, quanto pela incipiência das iniciativas para o uso eficiente da energia voltadas para este setor. Colaboram para este número as mudanças frequentes no quadro de pessoal das instituições públicas, o que afeta diretamente a sua gestão da energia, bem como a falta de conhecimentos técnicos específicos da temática da eficiência energética por parte dos profissionais envolvidos.
Embora grande parte das instituições públicas brasileiras ocupem instalações ainda ineficientes, são inúmeras aquelas que já se interessaram e obtiveram sucesso na implementação de ações de eficiência energética, alcançando um patamar destacado dentre as demais nesse quesito. A este respeito, uma medida do interesse que o tema desperta atualmente nas instituições públicas é a frequente abordagem que estas têm feito tanto ao Ministério de Minas e Energia quanto à Cooperação Alemã em busca de apoio às suas intenções de avançar em questões relativas à eficiência energética e à redução de gastos com energia.
Tendo em vista o grande potencial e a demanda das instituições públicas em se tornarem capazes de implementar projetos de eficiência energética, a metodologia das Redes de Aprendizagem foi identificada como uma alavanca capaz de alçar os resultados a elevados patamares. Esta estratégia permite, ainda, incluir instituições mais avançadas na matéria, com vistas a compartilhar o conhecimento adquirido por elas e promover a troca de experiências entre os integrantes do setor público.