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ENERGIA RENOVÁVEL
Programa Nacional do Hidrogênio é destacado em evento sobre tendências do setor
Programa Nacional do Hidrogênio é destacado em evento sobre tendências do setor - Foto: Iara Corrêa/Enap
O Ministério de Minas e Energia (MME) apresentou, nesta quarta-feira (16/11), o Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2) durante o Seminário Perspectivas Internacionais, Nacionais e Subnacionais para o Hidrogênio. O evento foi realizado na sede da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), em Brasília (DF).
Foram destacados os trabalhos das cinco câmaras temáticas do PNH2 para fomentar o uso, a comercialização e a produção do hidrogênio no Brasil. Entre eles, o estudo das regulações necessárias para desenvolvimento da atividade. A ideia é estabelecer um arcabouço regulatório competitivo que consiga atrair investimentos seguros de estrangeiros e de empresas locais que desejam atuar com o hidrogênio. “Para isso, estamos mapeando todas as regulações existentes, analisando o que temos e que precisamos incluir para que evoluir nesta questão”, explica a coordenadora da Câmara de Arcabouço Legal e Regulatório-Normativo do PNH2, Patricia Naccache, do MME.
A coordenadora da Câmara de Planejamento Energético, Samira Sana, do MME, ressaltou os levantamentos para medir os potenciais de produção, de consumo e estruturas geológicas disponíveis para produção de hidrogênio, bem como os possíveis impactos ambientais e sociais. Outro ponto levantado foi a logística da atividade no País. “Existe uma série de questões tecnológicas que precisam ser aprimoradas para fazer o transporte de hidrogênio e definir isso é fundamental para o planejamento energético”, completa Samira.
Também foram apresentadas atividades das Câmaras de Capacitação de Recursos Humanos, da Câmara de Abertura e Crescimento do Mercado e Competitividade e da Câmara de Fortalecimento das Bases Científico-Tecnológicas. Foram destacadas a capacitação de agentes de governo que vão liderar a atividade, a criação do Sistema Brasileiro de Laboratórios de Hidrogênio, os impactos da precificação de carbono e as estimativas de custos para a produção da matéria prima no País.
Segundo a coordenadora do Comitê Gestor do PNH2, Agnes da Costa, todas as discussões estão sendo feitas de forma colaborativa, com governos estaduais e federal, agências reguladoras, potenciais consumidores e investidores, consultores de energia, advogados, academia e organizações da sociedade civil. “Essa é a nossa preocupação, não deixar de fora todas as possibilidades que possam beneficiar a indústria brasileira e os produtores desse vetor energético super versátil e potencialmente limpo”, afirma.
O resultado desse trabalho colaborativo vai ser enviado por todas as câmaras ao comitê gestor do Programa até o fim deste mês e colocado em consulta pública, em dezembro, para que a sociedade possa contribuir. O plano começa a ser implantado a partir do ano que vem.
IEA recomenda ações para fomentar o mercado de hidrogênio no Mundo
Representantes do Ceará, Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia divulgaram no evento políticas públicas estaduais sobre hidrogênio de baixo carbono. A responsável por inovações em energia da Agência Internacional de Energia (IEA), Amália Pizzaro, por sua vez, apresentou as perspectivas de crescimento do mercado de hidrogênio no mundo. Ela aproveitou a fala para recomendar ações importantes para que o setor continue crescendo nas próximas décadas. Por exemplo, uma cooperação internacional sistemática para o comércio de hidrogênio, o uso de mecanismos que garantam a preocupação ambiental por todos os envolvidos no projeto, a diminuição de custos para alguns países e a remoção de barreiras regulatórias.
“Precisamos que os diferentes atores que advogam pelo hidrogênio intensifiquem este trabalho, sejam lideres neste processo, para diminuir os gargalos e a gente consiga avançar na questão do hidrogênio”, destacou Amália.
Desde a instituição do PNH2, em agosto deste ano, este evento foi a segunda iniciativa de capacitação e de nivelamento de servidores e empregados públicos sobre o hidrogênio, desenvolvido em parceria com a ENAP. Desta vez, foi ainda orientado aos demais membros das câmaras temáticas, além dos servidores do Ministério de Relações Exteriores (MRE) lotados nos postos diplomáticos no exterior. O chefe da Divisão de Energia Renovável, do MRE, Renato Godinho, que também palestrou no seminário, frisou a relevância do alinhamento do Estado brasileiro para atuação no País e no mundo, nessa temática cujo desenvolvimento depende muito da cooperação internacional, corroborando o apontamento da representante da IEA.
Assessoria de Comunicação Social