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MINERAIS ESTRATÉGICOS
Potencial brasileiro de minerais para transição energética é destaque no maior evento mundial do setor, no Canadá
Convenção é uma das maiores para negociações e captação de investimentos em mineração e reúne mais de 30 mil participantes, de 130 países - Foto: Ascom/SGB
A complexidade geológica do território brasileiro coloca o país entre os que têm mais reservas minerais no mundo, principalmente os definidos como estratégicos por decreto do Ministério de Minas e Energia (MME). Com potencial para atender a demanda que será gerada pela transição energética para fontes com menor emissão de carbono, o Brasil pode ser um dos protagonistas globais no fornecimento de commodities.
As oportunidades para produção de minérios estão sendo apresentadas a investidores, organizações governamentais e entidades da indústria mineral no maior evento internacional de prospecção do setor: PDAC 2023 - Prospectors and Developers Association of Canada, que segue até esta quarta-feira (08/03), em Toronto.
A convenção é uma plataforma para negociações e captação de investimentos e reúne mais de 30 mil participantes, de 130 países. O Brasil está sendo representado por uma delegação composta pelo secretário de Planejamento e Transição Energética do MME, Thiago Barral, por pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB), entre eles o Diretor de Geologia e Recursos Minerais, Paulo Afonso Romano; e integrantes da Agência Nacional de Mineração (ANM).
“Para construir a infraestrutura necessária para mudar a matriz energética – de fontes baseadas em combustíveis fósseis para fontes menos poluentes – o mundo vai precisar de minerais estratégicos. Mas muitos dos recursos já disponíveis não são suficientes para a demanda prevista”, explica o chefe da Divisão de Geologia Econômica (DIGECO) da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM) do SGB, Guilherme Ferreira.
O pesquisador em geociências ressalta que esse cenário é uma oportunidade para os países produtores de matérias-primas. “O Brasil tem praticamente tudo para ser um dos principais fornecedores mundiais dessas commodities”, enfatiza. “Explorar a potencialidade brasileira abrirá portas para desenvolver toda a cadeia produtiva desses minerais”, observa o chefe do Departamento de Recursos Minerais (DEREM), Marcelo Esteves Almeida.
Uma evidência disso é que o Brasil possui atualmente a 7ª maior reserva de urânio do mundo, está entre os seis principais países na extração global de lítio, além de 22% das reservas globais de grafita. O país é ainda o terceiro maior detentor de reservas de níquel. As informações consolidadas sobre reservas e jazidas minerais estão em relatório inédito do SGB, que foi apresentado na convenção, na segunda-feira (06/03), durante o Brazilian Mining Day. O documento “An overview of Critical Minerals Potential of Brazil” (Uma visão geral do potencial de minerais críticos do Brasil) trouxe dados sobre as principais ocorrências de cobre, grafita, lítio, níquel, fosfato, potássio, urânio e Elementos de Terras Raras. “Construímos um panorama dos recursos e reservas que estão disponíveis ou têm potencial de exploração aprovado”, esclarece Ferreira.
No mesmo dia, o geólogo Gilmar Rizzotto, assessor da DGM, apresentou uma palestra sobre os subsídios fornecidos pelas geociências para a exploração mineral, com foco nas novas fronteiras exploratórios e nos desafios futuros da pesquisa no Brasil. Mapeamentos realizados pelo SGB são importantes para fornecer dados pré-competitivos, que subsidiam a descoberta de novos depósitos, reduzem riscos de exploração e impulsionam investimentos.
Na convenção, o SGB também compartilhou informações sobre os cinco ativos minerais que serão alvo de leilões para cessão dos direitos minerários no âmbito dos projetos: Caulim do Rio Capim (PA), Fosfato de Miriri (PB-PE), Gipsita e Calcário de Aveiro (PA), Diamante de Santo Inácio (BA) e Ouro Natividade (TO).
Ao longo do evento, o SGB trouxe um stand no “Brasil Pavilion”, na área de exposição Trade Show, do PDAC 2023. No local, foram disponibilizados para o público o Mapa de Províncias e Depósitos Minerais do Brasil e um conjunto de três mapas com as poligonais dos dados geofísicos, geoquímicos e geológicos.
Também estão sendo exibidos vídeos institucionais e distribuídos materiais impressos com informações sobre o potencial de minerais estratégicos, projetos de pesquisa e outros produtos. Todos os materiais contam com QR Code direcionando para a página Geological Survey of Brazil at PDAC 2023, que agrega informações, produtos e dados geocientíficos.
MISSÃO BRASILEIRA - Também participam da Missão Oficial Brasileira à Convenção PDAC 2023 representantes da Agência para o Desenvolvimento e Inovação do Setor Mineral Brasileiro (ADIMB), do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM), da Câmara do Comércio Brasil-Canadá em Toronto (BCCC) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), além das empresas patrocinadoras.
O SGB, vinculado ao MME, está sendo representado no PDAC 2023 pelo Diretor de Geologia e Recursos Minerais interino, Paulo Afonso Romano; pelo chefe da Divisão de Geologia Econômica (DIGECO), Guilherme Ferreira da Silva; pelo chefe da Divisão de Geologia Exploratória e Economia Mineral (DIEMGE), Ruben Sardou Filho; pela pesquisadora da Divisão de Projetos Especiais e Minerais Estratégicos (DIPEME), responsável nacional pelo projeto Fosfato, Tamara Reginatto Manfredi; pelo coordenador-executivo, Iago Sousa Lima Costa; pelo gerente de Geologia e Recursos Minerais de São Paulo, Maurício Pavan Silva; e pelos assessores da DGM, Gilmar Rizzotto e Leandro Guedes Bertossi.
*Assessoria de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil (SGB)