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No CMSE, Alexandre Silveira destaca plena garantia de suprimento eletroenergético em 2023
- Foto: Tauan Alencar/MME
O Ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira destacou, nesta quarta-feira (14/06), que as condições do sistema elétrico brasileiro são suficientes para garantir o pleno suprimento eletroenergético às brasileiras e aos brasileiros no ano de 2023. A afirmação ocorreu na 278ª reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), na sede do Ministério de Minas e Energia (MME), em Brasília. Na ocasião, o ministro destacou a importância de aproveitar esse cenário de suprimento eletroenergético para fortalecer ainda mais a segurança energética no país.
Segundo ele, é imprescindível e fundamental aprofundar as análises de dados do setor, bem o diálogo permanente entre os agentes, para ter cada vez mais soluções, em todas as frentes e cenários possíveis. “A segurança energética é uma cláusula pétrea no nosso planejamento e temos profissionais muito qualificados para fazer uma gestão completamente compartilhada, com diálogo permanente, corrigindo e construindo rotas juntos. Dessa forma, vamos fazer história, protegendo o Brasil, as brasileiras e brasileiros, fortalecendo nossa economia, gerando emprego e renda, como tanto prioriza o presidente Lula”, completou Alexandre Silveira.
Ainda durante sua participação, o ministro ressaltou que essa união e diálogo entre o setor também é importante para atender a demanda mundial pela transição energética, reforçando o protagonismo do país, hoje responsável por uma matriz energética invejável. “Precisamos ver como podemos aproveitar isso, exercitar nossa criatividade e inteligência que temos para que a gente transforme isso em um bem social, no combate das desigualdades no Brasil. Nós não podemos perder esta oportunidade”, acentuou Silveira.
Condições favoráveis:
Estudos prospectivos apresentados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram a expectativa de se atingir, no cenário mais conservador, o terceiro melhor armazenamento do histórico para o final do mês de novembro. *O armazenamento previsto no Sistema Interligado Nacional (SIN) é entre 59,0% e 73,5%*. Ao final de maio, foram verificados armazenamentos equivalentes de 86,2%, 81,9%, 89,1% e 98,4% nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente. Para o SIN, o armazenamento ao final de maio foi de 87,1%, melhores níveis de armazenamento do SIN dos últimos 12 anos.
O ONS também informou que foi verificado um recorde histórico de geração solar fotovoltaica no SIN. *No dia 2 de junho, esse tipo de geração*, incluindo a Micro e Mini Geração Distribuída (MMGD), atingiu o valor médio diário de 5.444 MWmédios (MWmed) no SIN, o que correspondeu a 7,5% da carga. Nesse dia, também houve recorde de geração solar média horária entre 11 e 12 horas, chegando a 17.542 MWmed, o que correspondeu a 22,8% da carga do SIN.
Com relação à exportação de excedentes de energia elétrica aos países vizinhos, no contexto da diminuição das chuvas e dos vertimentos nas usinas hidrelétricas, o ONS destacou que, em maio, houve a exportação, para a Argentina, de 458 MWmed de origem hidrelétrica e de 235 MWmédios de origem termelétrica. Para o Uruguai, a exportação foi de 272 MWmed de origem hidrelétrica e de 66 MWmed de origem termelétrica.
Foi informado, ainda, da realização bem-sucedida de testes com vistas à assunção da regulação secundária do sistema isolado de Roraima por meio da Usina Termelétrica Jaguatirica II, o que permitirá solução mais adequada do ponto de vista técnico e de custo-benefício para o atual cenário de geração.
O colegiado também foi alertado ao início da configuração do fenômeno El Niño, agora em junho. Os efeitos típicos desta época, no Brasil, estão associados à ocorrência de temperaturas acima da média no Centro-Sul do país e ao aumento da precipitação na região Sul, principalmente na primavera. Também se inicia o período de monitoramento das queimadas nas linhas de transmissão dos subsistemas Norte e Nordeste, devido ao período seco destas regiões.
Adicionalmente, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) informou os resultados da contabilização e liquidação do Mercado de Curto Prazo do mês de abril, bem como apresentou avaliações relacionadas ao cenário de sobrecontratação das distribuidoras, ao balanço de oferta e demanda no Ambiente de Contratação Livre (ACL) e ao potencial de migração para o ACL em 2024.
Na reunião, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) também realizou apresentação sobre a previsão de expansão da capacidade instalada de geração de energia elétrica, considerando os cenários do Programa Mensal de Operação (PMO) Sombra e *panoramas* de sensibilidade. *No contexto em que são consideradas as usinas com contratos associados de compra e venda de energia de longo prazo* e Contrato de Uso do Sistema de Transmissão (CUST) assinado, haveria agregação de cerca de 2,5 GW de capacidade instalada em relação ao PMO vigente.
Informações Técnicas:
Condições Hidrometeorológicas: em maio, a precipitação verificada ficou acima da média no extremo Sul, nas bacias dos rios Jacuí e Uruguai, e no Norte, nas bacias do Madeira e São Francisco e no trecho baixo das bacias dos rios Xingu e Tocantins. Nas demais bacias hidrográficas de com relevante participação de geração hidrelétrica no SIN, predominaram valores inferiores à média histórica.
Em relação à Energia Natural Afluente (ENA), foram verificados valores abaixo da média histórica para todos os subsistemas. O Sudeste/Centro-Oeste apresentou condições de 92% da Média de Longo Termo (MLT); o Sul de 62%; o Norte de 92% da MLT e o Nordeste cerca de 54%. A ENA agregada do SIN registrou índice de 85% MLT. Em junho, a indicação é de uma ENA abaixo da média histórica para todos os subsistemas. Para o Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte a ENA prevista é de 85%, 37%, 43% e 87% da MLT, respectivamente. No que diz respeito ao SIN, o estudo indica condições de afluência de 74% da MLT, sendo o 6º menor valor para junho de um histórico de 93 anos para o cenário inferior.
Energia Armazenada: ao final do mês de maio, foram verificados armazenamentos equivalentes de 86,2%, 81,9%, 89,1% e 98,4% no Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente. Para o SIN, o armazenamento ao final de maio foi de 87,1%. Para o último dia de junho, a expectativa é de 85,7%, 75,4%, 84,0% e 97,9%, considerando o cenário inferior, enquanto o cenário superior há a previsão de 85,9%, 85,9%, 84,1% e 97,7%. Para o SIN, os resultados para o fim do mês devem ser de 85,3%, para o cenário inferior e 86,2% para o cenário superior.
Expansão da Geração e Transmissão: a expansão verificada em maio de 2023 foi de aproximadamente 1.286 MW de capacidade instalada de geração centralizada de energia elétrica, 523 km de linhas de transmissão e 2.487 MVA de capacidade de transformação. Assim, em 2023, a expansão totalizou 4.626 MW de capacidade instalada de geração centralizada, 2.969 km de linhas de transmissão e 7.760 MVA de capacidade de transformação. Sobre geração distribuída, a expansão verificada em 2023 foi de 4.943 MW, atingindo o total de aproximadamente 21,3 GW instalados no país.
O CMSE, na sua competência legal, continuará monitorando, de forma permanente, as condições de abastecimento e o atendimento ao mercado de energia elétrica do País, adotando as medidas para a garantia do suprimento de energia elétrica. As definições finais sobre a reunião do CMSE de hoje serão consolidadas em ata devidamente aprovada por todos os participantes do colegiado e divulgada conforme o regimento.
Acesse aqui a Agenda da 277ª reunião ordinária do CMSE
*Com informações do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico
Assessoria Especial de Comunicação Social