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PLANEJAMENTO ENERGÉTICO
MME celebra 50 anos de carreira de servidor considerado “pai dos dados energéticos do Brasil”
Em outubro de 1972, há exatamente 50 anos, o engenheiro civil João Antônio Moreira Patusco pisou pela primeira vez no Ministério de Minas Energia (MME). Ele tinha 23 anos quando chegou animado no novo emprego, onde conheceu o universo de dados e, anos depois, transformaria as informações do setor energético no País.
Nesta quinta-feira (6/10), foi realizada uma homenagem ao servidor pelos 50 anos de dedicação e transformação do setor energético do país. O evento contou com a presença de colegas do ministério e do ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida.
O primeiro contato com as estatísticas foi no grupo de trabalho que desclassificou o “grau de sigilo” do projeto do IPEA e do MME “Matriz Energética Brasileira”, cujo acervo de documentos passava de 20 toneladas. “Foram selecionados e tornados públicos alguns documentos com os resultados finais dos estudos, e o restante do material foi doado para reciclagem. Nessa seleção de documentos, passei a ter uma compreensão sobre estatísticas e projeções de energia”, conta Patusco.
Em 1973, com o aumento do preço internacional do barril de petróleo de três para 12 dólares, o Brasil teve que pensar em alternativas nacionais para não ficar tão dependente da cara matéria-prima estrangeira. Foi então criado o Proálcool em 1975 (mais sobre o programa na Cartilha Bicentenário ) e, um ano depois, o MME começou a organizar e consolidar estatísticas do setor, para analisar as possibilidades que o País oferecia.
Começo do Balanço Energético Nacional
Exatamente nesta época, Patusco começou uma das grandes contribuições para o setor energético brasileiro. Em 1976, ele coordenou e elaborou o primeiro Balanço Energético Nacional (BEN). “A equipe entendeu que as estatísticas de energia eram essenciais para a compreensão das diferentes matrizes energéticas por fonte e setor econômico, além de permitirem identificar as fontes renováveis e calcular as emissões de dióxido de carbono”, conta o servidor.
Desde então, o BEN consolida os dados anuais seguindo padrões internacionais e compara indicadores. Levantamento que, segundo ele, não seria possível sem a qualidade e diversidade dos dados estatísticos, conquistadas ao longo dos anos, e o intercâmbio de informações do MME com a Organização Latino-Americana de Energia (OLADE), Agência Internacional de Energia (IEA) e Nações Unidas (ONU). “Tudo foi resultado de um grande trabalho de equipe e de um excelente relacionamento técnico de décadas, que também contribuiu para um vasto conhecimento de energia no mundo”, destaca ele.
Mapeamentos de dados energéticos no País
Os dados do BEN inspiraram quatro importantes documentos para o planejamento energético. O primeiro deles é o Sistema de Informações Energéticas (SIE Brasil), que armazena dados do setor desde 1970 e permite que qualquer pessoa tenha conhecimento sobre o assunto. O segundo é o boletim mensal , que oferece a dimensão sobre tudo que acontece no ano entre as principais variáveis de energia. O terceiro e quarto são os Planos Nacionais e Decenais de Expansão de Energia , que indicam as perspectivas do setor para os próximos anos numa visão integrada para os diversos segmentos energéticos.
Hoje, o BEN não é mais produzido pelo MME. Desde 2014, o levantamento é executado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal vinculada ao ministério. “No começo tive ciúmes”, brincou Patusco, sobre o processo de transição. Mas tudo ocorreu de forma organizada e gradativa, com a coordenação da EPE em cooperação com o MME e os órgãos e empresas do setor. “Pude contribuir com uma planilha Excel com mais de 100 tabelas setoriais vinculadas por regras de negócio, tendo como resultado final a matriz energética consolidada, resultado de toda uma experiência de quase 30 anos”, completa orgulhoso.
Pai dos dados sobre energia no Brasil
Por conta dessas contribuições, Patusco é considerado pai dos dados sobre energia no Brasil. “Ele é um gênio em sua área e contribuiu, ao longo de 50 anos, para que o Brasil e o mundo pudessem receber, com qualidade e confiabilidade, as informações energéticas necessárias para a tomada de decisões baseadas em evidências”, afirma o diretor do Departamento de Informações e Estudos Energéticos (DIE) do MME, Gustavo Masili.
“Se ele não tivesse feito o BEN com tanta qualidade e dedicação, talvez a gente não tivesse esse documento na potência que é hoje, muito menos teríamos o SIE Brasil”, reforçou o colega do DIE, Gilberto Ribeiro, que trabalhou durante 19 anos com Patusco.
Para novos técnicos da área, o servidor é sinônimo de referência, confiança e qualidade. “Se um dado energético vem do Patusco e outro diferente vem de uma agência, eu confio mais na informação que vem dele”, brincou o assessor técnico do DIE, Esdras Ramos, que também elogiou a generosidade do mentor, ao passar todo o conhecimento para a nova geração.
Novos rumos
A nova geração é motivo de orgulho e esperança para o servidor que dedicou 50 anos a área de dados energéticos. “O interesse em aprender e a facilidade que têm com a tecnologia da informação incrementam as contribuições. Essa potencialidade e a continuidade da presença de alguns técnicos experientes garantem a continuidade das atividades com excelência”, finaliza.
Patusco segue ajudando a equipe do MME e afirma que ainda vai ser fonte de muitos dados. Quer produzir análises sobre energia e economia, conteúdo que aprecia e já explorou no seu livro “Energia & Desenvolvimento”, da Editora Kiron.
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