Notícias
Investimento alemão poderá alavancar projetos de hidrogênio de baixo carbono no Brasil
Ministro federal de Economia e Ação Climática da Alemanha, Robert Habeck, e o ministro Alexandre Silveira, assinam documento que reafirma a parceria energética entre os dois países. - Foto: Tauan Alencar/MME
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o ministro federal de Economia e Ação Climática da Alemanha, Robert Habeck, assinaram nesta segunda-feira (13/03) o documento que reafirma a Parceria Energética Brasil-Alemanha. A colaboração contribui significativamente para o desenvolvimento do setor energético em ambos os países, com o objetivo de fortalecer a segurança energética, promover a transição energética e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Entre as ações previstas pela cooperação está a atuação de um comitê diretor de alto nível, além de três grupos de trabalho temáticos "Energias Renováveis", "Eficiência Energética" e “Hidrogênio Verde”. O objetivo é realizar um diálogo profundo e contínuo a nível operacional e técnico para avançar nas implementações das medidas proveniente da Parceria Energética Brasil-Alemanha. A previsão é que a primeira reunião do Comitê Diretor da Parceria ocorra, ainda este ano, para discutir os próximos passos e definir planos concretos, além das prioridades a serem trabalhadas no âmbito da cooperação bilateral em energia, tema essencial para o desenvolvimento econômico, social e ambiental dos dois países.
Na ocasião da renovação da parceria, o ministro Alexandre Silveira, sugeriu a contratação de hidrogênio de baixo carbono por parte dos alemães para fomento de projetos relacionados ao tema, fortalecendo o Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2), prioridade deste governo. “Tivemos uma conversa bastante objetiva no sentido de demonstrar a direção do Brasil de continuar desenvolvendo seu parque de energias renováveis e limpas. Trata-se de um esforço do Brasil, uma política defendida pelo presidente Lula, que pode avançar de forma mais rápida, com o investimento do governo alemão, principalmente no que se refere a instalação de plantas industriais de hidrogênio de baixo carbono no nosso País”, destacou o ministro.
A ideia é fazer um leilão no Brasil, com garantia de contratação pelo governo alemão, para o desenvolvimento do programa de hidrogênio de baixo carbono tanto para o governo brasileiro, quanto para o alemão. “Uma ação que vai ajudar a avançar ainda mais a matriz energética limpa do Brasil e que é o desafio do MME, de conciliar esta política de governo com o desenvolvimento econômico para geração de oportunidades para o povo brasileiro de forma a combater as desigualdades, ainda muito latentes na nossa sociedade”, completou Alexandre Silveira.
Durante a assinatura, o ministro de Minas e Energia destacou a importância do acordo e a intenção por parte do governo brasileiro, sob a orientação do presidente Lula, em manter a colaboração bilateral na área energética. Segundo ele, o Brasil tem potencial para ser protagonista nessa pauta, tendo escala de mercado, recursos energéticos diversificados e abundantes, além de um setor energético com elevada matriz de fontes renováveis. “As nossas energias limpas - solar, eólica e hidráulica –, vem se desenvolvendo de forma exponencial. Há uma tendência de termos um grande superávit de energia no Brasil, que pode ser conciliado com os interesses da Alemanha em relação ao hidrogênio verde”, afirmou Alexandre Silveira.
Dentro do acordo, ficou firmada a intenção de fortalecer essa cooperação por meio do aprimoramento dos ecossistemas técnicos, regulatórios, jurídicos e financeiros, na promoção de projetos concretos na cadeia de valor do hidrogênio e produtos derivados e no fortalecimento do intercâmbio técnico e tecnológico entre ambos os países.
O ministro federal de Economia e Ação Climática da Alemanha, Robert Habeck destacou a iniciativa do país “H2 Global” e o interesse em contar com o engajamento de atores brasileiros na promoção da exportação de hidrogênio verde e produtos derivados para a Alemanha. Habeck destacou o potencial brasileiro na geração de energias renováveis e a expectativa da parceria entre os dois países. Considerando os enormes potenciais do Brasil, no fim da década corrente creio que iniciaremos um verdadeiro salto nestas novas energias, porque os equipamentos serão cada vez mais potentes e produtivos. Por esta razão, nós queremos elevar a uma grande escala a nossa cooperação na geração de energia. Nos próximos anos podemos chegar a bons resultados neste campo, este é um dos objetivos desta parceria energética”, ressaltou.
Energia verde
Ainda no evento, o ministro de Minas e Energia reafirmou aos parceiros alemães que a definição de energia “verde” inclui a diversidade de fontes energéticas limpas que o Brasil possui e que serão mantidos os elevados padrões de sustentabilidade energética. “A cooperação deve levar em consideração não apenas a busca por fontes competitivas de hidrogênio verde para importação pela Alemanha, mas também o objetivo do presidente Lula de promover uma reindustrialização da economia brasileira. Temos interesse em contar com o engajamento de atores alemães na promoção da produção e uso de hidrogênio de baixo carbono, inclusive o verde, e produtos derivados no Brasil”, finalizou o ministro.
Mais sobre a cooperação
No começo de março (02/03), ocorreu a Reunião do Grupo de Trabalho de Hidrogênio Verde da Parceria Energética, em formato virtual. No encontro, foram apresentados e discutidos relatórios das três “Task Forces” estabelecidas no âmbito do GT (produção, logística e aplicação de hidrogênio verde). Os dois países compartilharam informações sobre recentes avanços na pesquisa e desenvolvimento de projetos de hidrogênio. O objetivo é que todos os trabalhos do GT apoiem o fortalecimento da cooperação em energia entre os dois países e na implementação de políticas públicas e investimentos privados.
Acesse mais detalhes do acordo
Assessoria de Comunicação Social