Notícias
ENERGIA ELÉTRICA
Integração energética do SIESUR gerará ganhos econômicos e ambientais aos países
Representantes do Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai e Chile participam de encontro do SIESUR, em Brasília (DF). - Foto: BID
Representantes do Ministério de Minas e Energia (MME) mediaram, nesta quarta-feira (30/11), a sétima mesa de diálogo do Sistema de Integração Energética do Sul (SIESUR), em Brasília (DF). Na ocasião, foram apresentados os ganhos econômicos e ambientais que Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai e Chile podem ter com uma integração energética.
Segundo dados apresentados pelo diretor de Estudos e Projeto da Organização Latino-Americana de Energia (Olade), Medardo Cadena, a integração energética plena entre os países pode reduzir, por ano, US$ 2,4 milhões nos custos operacionais, a partir de 2025. “Podemos ter também uma diminuição de 8% nas emissões de gases poluentes no meio ambiente anualmente. Tudo isso, aproveitando a infraestrutura existente e avançando em estudos para criação de novas. Os ganhos energéticos podem chegar a 19.400 GWh a partir de 2025”, destacou Cadena.
A reunião foi convocada pelo Brasil para divulgar os resultados de estudos sobre as oportunidades de fortalecer o intercâmbio e melhorar, ainda mais, os serviços às populações dos países integrantes do sistema. “O objetivo é aproveitar melhor os investimentos realizados, as infraestruturas regionais e a criação de novas, de maneira a permitir outras formas de integração energética, oferecendo todos esses benefícios econômicos e ambientais”, ressaltou o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, José Guilherme de Lara.
As integrações permitem que um país compartilhe a energia com o outro, quando há escassez hidrológica, por exemplo, evitando o corte ou redução do fornecimento de energia elétrica nessas situações. O intercâmbio favorece também o melhor aproveitamento dos recursos renováveis. De acordo com dados levantados pelo Banco Internacional de Desenvolvimento (BID), cerca de 70% da integração seria feita por meio de fontes renováveis. “Normalmente, são energias que são desperdiçadas se não são utilizadas. Com a integração, tudo que iria embora agora vai ser bem aproveitado. Estamos falando de fornecimento de energia intermitente, utilizando por completo a potencialidade solar, hidrológica e eólica da cada país”, reforça o consultor do BID, Jaime García.
Principais desafios
Tanto os representantes dos organismos internacionais como os dos governos do Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai e Chile foram uníssonos ao apontar a necessidade de criar marcos regulatórios para diminuir riscos cambiais, jurídicos e estruturais. Esses marcos permitirão mais segurança às empresas, aos governos e à população que vai usufruir desta integração, exigindo uma atuação mais ampla de todos os países.
Por isso, representantes do MME sugeriram uma parceria técnica entre SIESUR e Mercosul, para aproveitar as instâncias políticas e fortalecer a integração. “Nossa intenção é trazer as contestações técnicas, traduzi-las em políticas e levar em discussão ao Parlasul, para que possamos ampliar nossa integração elétrica regional”, completa o diretor de Planejamento Energético da SPE/MME, Thiago Prado. Agora, a ideia será apreciada entre os participantes e representantes do Paraguai, novo coordenador pro-tempore do SIESUR.
Assessoria de Comunicação Social