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Geologia e Mineração
Governo Federal descobre novos alvos para o setor mineral de depósitos de potássio para uso na agricultura
Governo Federal descobre novos alvos para o setor mineral de depósitos de potássio para uso na agricultura - Foto: Unsplash
O Ministério de Minas e Energia (MME), por meio do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), apresenta oportunidades para reduzir alta dependência externa de fertilizantes e atender a demanda crescente de produção de alimentos. Essencial para qualquer tipo de cultivo, o potássio é um dos minérios mais importantes para a indústria de fertilizantes.
O Brasil importa 96,5% do cloreto de potássio que utiliza para fertilização do solo. Também ostenta o título de maior importador mundial de potássio, com 10,45 milhões de toneladas adquiridas em 2019, de acordo com dados do Ministério da Economia.
Com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre o potencial no país de minerais usados na agricultura, o Serviço Geológico do Brasil, empresa pública ligada ao Ministério de Minas e Energia (MME), finalizou o Informe Avaliação do Potencial de Potássio no Brasil - Área Bacia do Amazonas, setor Centro Oeste, Estado do Amazonas e Pará.
O estudo identifica na Bacia do Amazonas novas ocorrências e amplia em 70% a potencialidade sobre depósitos de sais de potássio, ou silvinita, como é denominado o mineral cloreto de potássio, do qual se extrai o potássio (K). O mineral é largamente utilizado para aumentar a produtividade no campo e, juntamente com o nitrogênio e o fósforo, forma a tríade presente nas formulações NPK.
De acordo com o estudo, até o momento, pode-se afirmar a existência de depósitos em Nova Olinda do Norte, Autazes e Itacoatiara, com reservas em torno de 3,2 bilhões de toneladas de minério, além de ocorrências em Silves, São Sebastião do Uatumã, Itapiranga, Faro, Nhamundá e Juruti. Na região de Autazes, o minério pode ser encontrado a profundidades entre 650m a 850m, com teor de 30,7% KCl. Em Nova Olinda, a profundidade varia em torno de 980m e até 1200m, com teor médio de 32,59% KCl.
De acordo com o diretor de Geologia e Recursos Minerais do SGB/CPRM, Marcio Remédio, caso esses depósitos já identificados entrem em produção, o impacto para o setor agrícola e para produção de fertilizantes no Brasil pode ser imediato. “A expectativa é que ao reduzir a importação de fertilizantes, o insumo torne-se mais barato e acessível, eliminando custos de transporte e logística”, explicou.
O Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, ressaltou a importância do trabalho que o Serviço Geológico do Brasil tem realizado para viabilizar insumos tão necessários para o desenvolvimento do país. “O Brasil é conhecido mundialmente por ser uma potência agroambiental, atendendo parte significativa da demanda mundial e crescente de alimentos. A pesquisa voltada a minimizar a dependência de agrominerais importados é uma ação estratégica e uma meta do Programa Mineração e Desenvolvimento recentemente lançado”, destacou.
Outro ponto importante é a questão da soberania nacional. Neste ano, o mercado do potássio entrou em alerta devido à crise política em Belarus, maior fornecedor mundial da commodity, levando à elevação de preços e preocupação com o fornecimento do insumo. “Uma das nossas linhas de atuação é fomentar o descobrimento de novas jazidas para commodities estratégicas como o fosfato e o potássio, por meio de diversos projetos de prospecção, principalmente diante da preocupação em atender a projeção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) de aumento de cerca de 27% da nossa produção de grãos na próxima década”, ressaltou o diretor-presidente do SGB/CPRM, Esteves Pedro Colnago.
O uso de fertilizantes traz mais produtividade no campo, ainda mais no solo brasileiro, que necessita de bastante correção. Ou seja, permite atender a demanda crescente por alimentos, sem a necessidade de explorar novas áreas agricultáveis, contribuindo para evitar o desmatamento.
O secretário de Geologia e Transformação Mineral, Alexandre Vidigal, lembrou, além dos benefícios para o agronegócio e para a economia do país, o impacto que a atividade mineral pode gerar em âmbito regional, com a criação de novos empregos, melhoria na renda da comunidade local e mais arrecadação nos municípios produtores, que passam a receber a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). “Quando se tem a possibilidade desse desenvolvimento econômico-social ser para a população da região amazônica, muitas vezes tão necessitada, os avanços com o conhecimento geológico na região se tornam ainda mais relevantes”, ponderou.
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