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SÉRIE ESPECIAL
Da Mineração à Mesa: reservas de matérias-primas podem ampliar a produção de fertilizantes no Brasil
Arte/MME
O Brasil é um dos poucos países no mundo com vastas reservas de matérias-primas essenciais, como gás natural, rochas fosfáticas e potássicas, além de macro e micronutrientes minerais. Apesar disso, apresenta uma grande dependência e é um dos maiores consumidores de fertilizantes, respondendo por cerca de 8% do consumo global, segundo o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF). Para fortalecer a produção nacional de fertilizantes e reduzir as importações, o Governo Federal vem reunindo esforços para otimizar o aproveitamento dos recursos naturais do país, como mostra o segundo conteúdo da série “Da Mineração à Mesa” produzida pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
Devido ao seu alto potencial na produção de grãos e por ser o segundo maior exportador mundial, o solo brasileiro demanda grande quantidade de fertilizantes para a produção agrícola. Dados de 2024 do Anuário Estatístico do Setor Não Metálico do MME, indicam que o Brasil importou, no ano anterior, cerca de 90% de seus fertilizantes, sendo 93% de nitrogênio, 97% de potássio e 76% de fosfato. Esse volume de importação pode contribuir para deixar o país mais suscetível às variações nos preços e a possíveis interrupções na cadeia de suprimentos.
Para o MME, o investimento no processamento local desses minerais pode trazer grandes benefícios para o Brasil. Além de garantir uma fonte estável e econômica de fertilizantes, a estratégia tende a impulsionar a economia local, criar empregos e estimular a inovação tecnológica no setor. “A transição para a energia limpa depende inteiramente das políticas e estratégias para aproveitarmos, de forma segura, as reservas minerais do país. É com o uso correto dos minerais, como potássio, fósforo e outros, que o Brasil vai se consolidar também como potência no mercado de fertilizantes e garantir a segurança alimentar, permitindo uma base sólida para a produção de alimentos no futuro”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Além disso, o país conta com iniciativas como a criação, em 2022, do Conselho Nacional de Fertilizantes e Nutrição de Plantas (Confert), do qual também fazem parte representantes do MME, para otimizar o aproveitamento dos recursos naturais do país. Sua principal meta é aumentar a produção nacional e reduzir as importações, tornando a produção agrícola brasileira mais segura e sustentável. Alinhado a esse objetivo, o PNF também busca, até 2050, garantir que a produção interna atenda entre 45% e 50% da demanda nacional, contribuindo para a segurança alimentar do país.
O MME destaca seu envolvimento ativo no acompanhamento das iniciativas públicas e privadas voltadas para o aumento dessa produção. No setor público, o Programa Nacional de Minerais para Segurança Alimentar, coordenado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) – órgão vinculado ao MME –, tem como foco identificar áreas promissoras para a exploração de fosfato, potássio e outros minerais essenciais. Além disso, a Agência Nacional de Mineração (ANM) realiza leilões para concessão de áreas com potencial para a extração desses recursos.
Na iniciativa privada, é possível destacar projetos como o Consórcio Santa Quitéria, no Ceará, uma parceria da empresa pública Indústrias Nucleares do Brasil (INB) que explora urânio e fosfato; e o Potássio Autazes, que trabalha na extração da rocha silvinita, rica em potássio e cloreto de sódio. Outro projeto relevante é o Fosfato Três Estradas, no Rio Grande do Sul, que pretende produzir fosfato natural para aplicação direta no solo, beneficiando os produtores locais.
Além de reduzir a dependência externa, o PNF também busca promover práticas sustentáveis e a utilização de insumos de origem biológica e agromineral, integrando a dimensão ambiental à produção de fertilizantes.
Leia também o primeiro conteúdo da série:
Da Mineração à Mesa: a importância da mineração para a segurança alimentar
Assessoria Especial de Comunicação Social - MME
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