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CMSE: risco de déficit de energia é zero em 2015
O risco de qualquer déficit de energia elétrica neste ano se mantém em zero, em todas as regiões do Sistema Interligado Nacional (SIN) e nos diversos cenários avaliados pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), segundo nota emitida pelo colegiado em sua reunião desta quarta-feira (4/11).
Em 2015, foram acrescentados 4.436 MW de energia nova ao SIN, afirma o CMSE. Desse total, 303 MW desde a última reunião do comitê.
Para este ano, está prevista a entrada de 6.410 MW de energia, que contarão com os mais de 1.820 MW da UHE Teles Pires, previstos para este ano.
Veja a íntegra da nota do CMSE:
Nota Informativa de 4 de novembro de 2015
O sistema elétrico apresenta-se estruturalmente equilibrado, devido à capacidade de geração e transmissão instalada no país, que continua sendo ampliada com a entrada em operação de usinas, linhas e subestações, considerando-se tanto o critério probabilístico (riscos anuais de déficit), como as análises com as séries históricas de vazões, para o atendimento da carga prevista para 2015, de 64.017 MW médios de energia.
O Sistema Interligado Nacional – SIN, dispõe das condições estruturais para o abastecimento do País, embora as principais bacias hidrográficas onde se situam os reservatórios das regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste tenham enfrentado uma situação climática desfavorável. Considerando o risco de déficit de 5%, conforme critério estabelecido pelo Conselho Nacional de Política Energética – CNPE, há sobra estrutural de cerca de 9.359 MW médios para atender a carga prevista, valor esse atualizado com as datas de entrada em operação das usinas para os próximos meses e a projeção de demanda. Em 2015, entraram em operação 4.436 MW do total de 6.410 MW de capacidade de geração previstos, dos quais 303 MW desde a última reunião deste Comitê, conforme listado a seguir:
Segundo informações do CEMADEN e INPE/CPTEC, no mês de outubro de 2015, predominaram chuvas acima da média nas bacias do subsistema Sul e na bacia do rio Paranapanema. As outras bacias do subsistema Sudeste e as bacias do subsistema Nordeste apresentaram chuvas abaixo dos valores médios históricos. Consequentemente, as afluências verificadas foram 93%, 29%, 231% e 59% da média histórica das regiões Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste, Sul e Norte, respectivamente.
Em reunião realizada em 05 de agosto de 2015, o CMSE deliberou pelo desligamento das usinas térmicas com custo variável unitário (CVU) acima de R$600/MWh, por segurança energética. O ONS deverá continuar efetuando o acompanhamento das condições hidroenergéticas do SIN visando, em função da sua evolução, propor ao CMSE a definição da geração térmica necessária para a garantia do atendimento energético do SIN.
Considerando a configuração do sistema do Programa Mensal de Operação – PMO, de novembro de 2015, e simulando-se o desempenho do sistema utilizando as 82 séries de energias afluentes observadas no histórico
[i]
, considerando tanto o despacho das térmicas por ordem de mérito quanto o despacho das térmicas até o CVU de R$600/MWh, obtêm-se valores para o risco de qualquer déficit de energia iguais a 0,0%, para as regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste
[ii]
. Com base nas análises efetuadas, observa-se que as condições de suprimento de energia do Sistema Interligado Nacional se mantiveram estáveis em relação ao mês anterior.
Mesmo com o sistema em equilíbrio estrutural, ações conjunturais específicas podem ser necessárias, em função da distribuição espacial dos volumes armazenados, cabendo ao Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS a adoção de medidas adicionais àquelas normalmente praticadas, como aquelas adotadas em 2014, buscando preservar os estoques nos principais reservatórios de cabeceira do SIN.
Além das análises apresentadas, outras avaliações de desempenho do sistema, utilizando-se o valor esperado das afluências e anos semelhantes de afluências obtidas do histórico, não indicam, no momento, insuficiência de suprimento energético neste ano.
O CMSE, na sua competência legal, continuará monitorando, de forma permanente, as condições de abastecimento e o atendimento ao mercado de energia elétrica do País.
Ministério de Minas e Energia – MME
Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP
Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE
Empresa de Pesquisa Energética – EPE
Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS
Centro de Pesquisas de Energia Elétrica – CEPEL (convidado).
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[i] Conforme recomendado no documento “Sumário Executivo do Programa Mensal de Operação - PMO de Março - Semana Operativa de 01/03/2014 a 07/03/2014, de 28/02/2014” e também utilizado como critério na elaboração do Planejamento Anual da Operação Energética – PEN.
[ii] Simulando-se o desempenho do sistema por meio de 2.000 séries sintéticas de afluências e considerando o despacho das térmicas por ordem de mérito, encontram-se valores para o risco de qualquer déficit de energia iguais a 0,0% tanto para a região Sudeste/Centro-Oeste quanto para a região Nordeste. Da mesma forma, considerando o despacho das térmicas até o CVU de R$600/MWh, no ano de 2015, os valores para o risco de qualquer déficit de energia são também iguais a 0,0% em ambas as regiões.