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CMSE reafirma segurança do suprimento elétrico e diz que há sobra estrutural de 7.300 MW
Em reunião presidida pelo Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) informou nesta quarta-feira, 7 de janeiro, que o Sistema Interligado Nacional (SIN) dispõe das condições necessárias para o abastecimento do País. Segundo o órgão, há sobra estrutural de 7.300 MW médios para atender à carga prevista. Para 2015, prevê-se a entrada em operação de 6.410 MW de capacidade de geração. O risco de déficit de energia, de acordo com o CMSE, é de 4,9% e 1,2%, respectivamente, para as regiões Sudeste/Centro Oeste e Nordeste.
Veja abaixo a Nota Informativa.
Nota Informativa de 07 de janeiro de 2015
O sistema elétrico apresenta-se estruturalmente equilibrado, devido à capacidade de geração e transmissão instalada no país, que continua sendo ampliada com a entrada em operação de usinas, linhas e subestações, considerando-se tanto o critério probabilístico (riscos anuais de déficit), como as análises com as séries históricas de vazões, para o atendimento da carga prevista para 2015, da ordem de 67.260 MW médios de energia.
O Sistema Interligado Nacional – SIN, dispõe das condições para o abastecimento do País, embora as principais bacias hidrográficas onde se situam os reservatórios das regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste tenham enfrentado uma situação climática desfavorável no período úmido do ano anterior. Considerando o risco de déficit de 5%, conforme critério estabelecido pelo Conselho Nacional de Política Energética – CNPE, há sobra estrutural de cerca de 7.300 MW médios para atender a carga prevista, valor esse atualizado com as datas de entrada em operação das usinas para os próximos meses e a nova projeção de demanda. Em 2015, há a previsão de entrada em operação de 6.410 MW de capacidade de geração.
Segundo informações do CEMADEN e INPE/CPTEC, no mês de dezembro choveu acima do normal na Região Sul, com exceção do oeste e sul do Paraná. As chuvas foram inferiores à média histórica na maior parte do país, especialmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte. Na Região Nordeste as precipitações também foram deficitárias, porém com valores mais próximos à média histórica. Nas regiões citadas choveu acima da média histórica apenas no extremo oeste dos estados de AM e RO, em pequenas áreas próximas da divisa dos estados de GO, MT e MS e no centro-oeste de SP. Assim, as afluências verificadas em dezembro foram 85%, 64%, 106% e 80% da média histórica nas regiões Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste, Sul e Norte, respectivamente.
Chama-se a atenção que o Programa Mensal de Operação – PMO do mês de janeiro de 2015 se situa ainda em um período de transição hidrológica (dados até o final de dezembro de 2014), tendo forte influência da tendência do período hidrológico anterior. Assim, a avaliação conjuntural do desempenho do sistema e de riscos de déficit associados deve ser feita de forma cuidadosa, uma vez que o período úmido ainda não está caracterizado.
Considerando a configuração do sistema do Programa Mensal de Operação – PMO, de janeiro de 2015, e simulando-se o desempenho do sistema utilizando as 82 séries observadas no histórico
[i]
, considerando o despacho das térmicas por ordem de mérito, obtêm-se valores para o risco de qualquer déficit de energia iguais a 4,9% e 1,2% respectivamente para as regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste
[ii]
.
Mesmo com o sistema em equilíbrio estrutural, ações conjunturais específicas podem ser necessárias, em função da distribuição espacial dos volumes armazenados, cabendo ao Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS a adoção de medidas adicionais àquelas normalmente praticadas, como a estratégia que vem sendo adotada desde 2014, para preservação dos estoques nos principais reservatórios de cabeceira do SIN.
Além das análises apresentadas, outras avaliações de desempenho do sistema, utilizando-se o valor esperado das previsões de afluências e anos semelhantes de afluências obtidas do histórico, indicam condições adequadas de suprimento no ano de 2015, uma vez que se dispõe atualmente de um parque de geração termelétrico significativo, que vem sendo utilizado como complementação à geração hidrelétrica.
O CMSE, na sua competência legal, monitora as condições de abastecimento e o atendimento ao mercado de energia elétrica do País.
Ministério de Minas e Energia – MME
Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP
Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE
Empresa de Pesquisa Energética – EPE
Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS
Centro de Pesquisas de Energia Elétrica – CEPEL (convidado).
[i] Conforme recomendado no documento “Sumário Executivo do Programa Mensal de Operação - PMO de Março - Semana Operativa de 01/03/2014 a 07/03/2014, de 28/02/2014” e também utilizado como critério na elaboração do Planejamento Anual da Operação Energética – PEN.
[ii] Simulando-se o desempenho do sistema por meio de 2.000 séries sintéticas de afluências e considerando o despacho das térmicas por ordem de mérito, encontram-se valores para o risco de qualquer déficit de energia iguais a 7,3% e 2,5% respectivamente para as regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste, respectivamente.