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CMSE avalia condições de suprimento de energia no País e reafirma compromisso com a garantia do atendimento
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CMSE avalia condições de suprimento de energia no País e reafirma compromisso com a garantia do atendimento - Foto: Bruno Spada/MME
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) se reuniu nesta quarta-feira (03/08), em caráter ordinário, e avaliou, dentre outros assuntos, as condições de suprimento eletroenergético ao Sistema Elétrico Brasileiro.
Conforme destacado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em julho, a ausência de precipitações significativas, comportamento típico do período seco, resultou em baixos valores de afluências às usinas hidrelétricas, em montantes inferiores aos observados nas médias históricas em todos os subsistemas. Ainda assim, os armazenamentos equivalentes finalizaram o mês em patamares superiores aos dos anos anteriores, contribuindo para a garantia da segurança do atendimento inclusive nos próximos meses, quando se espera a permanência da condição seca no País e o aumento da carga.
O Operador registrou também os esforços envidados para a preservação dos armazenamentos da bacia do Paraná, especialmente nas cabeceiras, bem como o relevante uso de usinas hidrelétricas para atendimento à demanda de potência. Dessa maneira, para reequilibrar o sistema e, visando o atendimento futuro da demanda, foi sinalizada a necessidade de se aumentar as defluências no baixo Paraná com maior utilização dos recursos das bacias dos Rios Grande e Paranaíba.
Foi também destacada a exportação de energia elétrica ocorrida em julho para a Argentina e para o Uruguai, proveniente de usinas termelétricas que não estão sendo utilizadas para atendimento ao SIN, em modalidade comercial, conforme regramento estabelecido pela Portaria MME nº 418/2019. Relativo à exportação em caráter comercial realizada em junho de 2022, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) informou que houve a arrecadação de R$ 42 milhões destinados à compensação da Conta Centralizadora dos Recursos de Bandeiras Tarifárias. Dessa maneira, foi evidenciada a relevante contribuição da iniciativa, que traz benefícios diretos ao consumidor brasileiro de energia elétrica.
Relativo às perspectivas de atendimento para os próximos meses, o ONS registrou que os estudos prospectivos apresentados, que contemplam avaliações estendidas até o final de janeiro de 2023, indicam o pleno atendimento tanto em termos de energia quanto de potência em todo o período, com perspectivas de níveis de armazenamento superiores aos verificados no último ano.
Além disso, foram apresentados os resultados do mais recente Plano Anual da Operação Energética (PEN), que contemplou avaliações no horizonte entre os anos 2022 e 2026. Na análise conjuntural, até 2023, foi mencionada a expectativa de que os armazenamentos continuem em patamares mais elevados do que os verificados no passado recente, bem como a aderência do comportamento com as curvas referenciais de armazenamento utilizadas pelo CMSE. Em relação ao atendimento dos requisitos de potência, há sinalização do pleno atendimento.
Já em relação ao panorama estrutural, entre os anos 2024 e 2026, dentre outras conclusões, há a perspectiva de pleno atendimento aos critérios de suprimento de energia. Sobre o atendimento da demanda de potência, para alguns cenários futuros prospectados, é apontada necessidade de ações no sentido de se manter o equilíbrio estrutural no atendimento à ponta.
Por fim, o CMSE acompanhou também a situação dos empreendimentos de geração e transmissão de energia elétrica que estão em fase de implantação e os montantes de expansão já verificados no ano 2022. Conforme destacado, em julho entraram em operação as linhas de transmissão - LT 500 kV Presidente Juscelino - Itabira 5 e LT 500 kV Poções III - Padre Paraíso 2 - Governador Valadares 6, que juntas adicionam 600 MW à capacidade de intercâmbio de energia entre as regiões Norte/Nordeste e Sudeste/Centro-Oeste, contribuindo para a otimização energética e o aproveitamento dos recursos disponíveis no País.
O CMSE reafirmou seu compromisso com a garantia da segurança e da confiabilidade no fornecimento de energia elétrica no País no cenário atual e futuro, por meio da continuidade do monitoramento permanente realizado, respaldado pelos estudos elaborados sob as diversas óticas do setor elétrico brasileiro, e com a ação das instituições que compõem o Comitê, fortalecendo a governança e ampliando a transparência e a segurança jurídica e regulatória do setor.
Informações Técnicas:
Condições Hidrometeorológicas: em julho, os maiores totais de precipitação ocorreram na bacia do rio Jacuí que apresentou valores observados próximos à média histórica. As demais bacias hidrográficas da região Sul apresentaram anomalia negativa de precipitação no mesmo período. Em relação à Energia Natural Afluente (ENA), foram verificados valores abaixo da média histórica em julho em todos os subsistemas. Considerando a ENA agregada do Sistema Interligado Nacional (SIN), foi verificado valor próximo de 69% da Média de Longo Termo (MLT). Para agosto, a previsão de fechamento indica uma ENA abaixo da média histórica para todos os subsistemas. No que diz respeito ao sistema como um todo, a previsão mensal para agosto é de 72% da MLT, sendo o 14º menor de um histórico de 92 anos.
Energia Armazenada: ao final de julho, foram verificados armazenamentos equivalentes de 61,5%, 75,1%, 82,8% e 89,2% nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente. A previsão para o fim de agosto nesses subsistemas é de 53,1%, 72,6%, 75,9% e 89,8% da EARmáx. Para o SIN, a previsão para o último dia de agosto é 60,4% da EARmáx.
Expansão da Geração e Transmissão: a expansão verificada em julho de 2022 foi de aproximadamente 510 MW de capacidade instalada de geração centralizada de energia elétrica e 544 km de linhas de transmissão. Assim, em 2022, a expansão totalizou 2.905 MW de capacidade instalada de geração centralizada, 5.587 km de linhas de transmissão e 17.431 MVA de capacidade de transformação. Sobre geração distribuída, a expansão verificada em 2022 foi de 3.549 MW, atingindo o total de aproximadamente 12,1 GW instalados no país.
O CMSE, na sua competência legal, continuará monitorando, de forma permanente, as condições de abastecimento e o atendimento ao mercado de energia elétrica do País, adotando as medidas para a garantia do suprimento de energia elétrica. As definições finais sobre a reunião do CMSE de hoje, bem como as demais deliberações do Colegiado, serão consolidadas em ata devidamente aprovada por todos os participantes do colegiado e divulgada conforme o regimento.
Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico
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