Geral
CELG-D é arrematada pela italiana Enel Brasil por R$ 2,187 bilhões, com ágio de 28%
O leilão de privatização da CELG-D, que ocorreu nesta quarta-feira (30/11), na BMF&Bovespa, resultou na venda do controle acionário da distribuidora por R$ 2,187 bilhões para a italiana Enel Brasil S.A, que representou um ágio de 28% sobre o preço mínimo de R$ 1,708 bilhão. O processo de desestatização foi gerido pelo Ministério de Minas e Energia (MME), com apoio técnico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Essa é a primeira empresa estatal privatizada no governo do presidente Michel Temer, em processo que não contou com financiamento público ou participação de empresas estatais para viabilizar a venda da empresa.
O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, que representou o MME no evento, avalia que o alto ágio obtido foi resultado da melhoria do ambiente de investimentos no país, garantindo competitividade, apesar de ter sido apresentada apenas a proposta vencedora no certame de hoje.
“O leilão capturou esse ambiente de competição e todos estão satisfeitos, inclusive o comprador, que pagou o que ele achava justo pela empresa. E agora ele vai trabalhar para valorizar seu ativo. Foi um processo muito bom para todos e houve competição”, disse Pedrosa, que destaca que outros investimentos recentes no setor elétrico no país e próximas oportunidades também acabaram competindo com o processo de privatização da CELG-D.
A venda evidencia o compromisso do governo em continuar trabalhando para que o ambiente de investimentos no país seja atrativo, com transparência e estabilidade regulatória. A liquidação financeira e efetiva transferência das ações ocorrerá em janeiro de 2017, após anuência do CADE e do órgão regulador do setor. A Enel, novo controlador, assumirá também obrigações no total de R$ 2,656 bilhões.
“’Privatização’ é a palavra e nós a falamos com muita satisfação, fundamentalmente porque isso é importante para sociedade de Goiás, para o consumidor, para o investimento, para o país e pela simbologia da melhora do padrão regulatório, que vai me beneficiar os consumidores de todo país”, afirmou Paulo Pedrosa.
Carlos Zorzoli, presidente da Enel Brasil S.A, afirmou que a oferta da empresa pela CELG-D reflete o valor estimado como o correto pelos seus novos controladores. “Ofertamos o preço que achamos justo para a oportunidade. Estamos felizes e trabalhando. O desenvolvimento do grupo Enel no Brasil não acaba hoje”, destacou o executivo.
O processo de privatização da CELG-D começou em maio de 2015, quando a companhia foi incluída no programa Nacional de Desestatização (PND). O BNDES foi responsável por coordenar os serviços necessários à desestatização. A International Finance Corporation (IFC), do Grupo Banco Mundial, foi contratada pelo BNDES para estruturar a operação. A próxima etapa do processo será a oferta de 5,09% das ações referentes aos empregados e aposentados, o que equivale a R$ 82,6 milhões. Para esses dois públicos, a ação tem 10% de desconto. Em caso de sobras, o novo controlador terá obrigação de adquiri-las. O prazo limite é 17 de abril de 2017.
Sobre a CELG-D e a Enel
A CELG- D é responsável pelo atendimento de 237 municípios goianos — o que corresponde a mais de 98,7% do território estadual — e que atende a 2,61 milhões de unidades consumidoras e abrange uma área de concessão de 336.871 km². O novo controlador terá como desafio cumprir as novas metas de desempenho operacional nos 5 anos subsequentes refletindo em melhora substancial do serviço prestado à população atendida.
O grupo Enel, multinacional do setor de energia, é um dos maiores investidores do mercado global de energia elétrica e gás, com forte atuação na Europa e América Latina. Presente em cinco continentes e com atuação em mais de 30 países e 61 milhões de usuários em todo o mundo, o grupo possui quase 89 GW de capacidade instalada e uma rede de distribuição de eletricidade e gás de cerca de 1,9 milhão de quilômetros. No Brasil, a Enel está presente por meio da holding Enel Brasil. Em distribuição, as empresas Enel Rio e Enel Ceará atendem cerca de 6,5 milhões de clientes – equivalentes a 8,5% do mercado nacional em número de usuários finais, em 250 municípios.
Segundo André Pepitone, diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), as distribuidoras da Enel no Brasil têm padrões regulatórios adequados e a Enel é benchmark na adoção de novas tecnologias.
Distribuidoras Eletrobras irão a leilão em 2017
No próximo ano, está prevista a venda de seis distribuidoras da Eletrobras, o que deve elevar o padrão regulatório e a qualidade de serviço em todo o país. Pedrosa explica que a previsão de que essas empresas serão privatizadas, abre maior possibilidade para a venda dessas distribuidoras, com concessões devolvidas pela Eletrobras.
“Isso nos permite associar a venda das distribuidoras da Eletrobras a um novo contrato de concessão, o que nos dará mais liberdade. São empresas de mercados mais complexos, mas teremos agora mais liberdade e teremos bons resultados, em empresas que têm grande espaço para melhorias”, disse.
*Com dados do BNDES.
Assessoria de Comunicação Social
Ministério de Minas e Energia
(61) 2032-5620/5588
ascom@mme.gov.br
antigo.mme.gov.br
www.twitter.com/Minas_Energia
www.facebook.com/minaseenergia