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Brasil de 2050 exigirá transição energétca
O Brasil deverá chegar a 226 milhões de habitantes em 2050. Desse total, quase 90% viverão em centros urbanos, em mais de 39 milhões de novos domicílios. A economia e a frota de veículos leves no país deverão triplicar: o PIB per capita atingirá o patamar atual da França (entre US$ 36 mil e US$ 42 mil) e o número de carros pelas ruas brasileiras alcançará patamar da Alemanha (130 milhões).
Essas estimativas, que constam do documento Cenário Sócio-econômico e Demanda de Energia, elaborado pela
Empresa de Pesquisa Energética (EPE)
,
estão subsidiando a elaboração do
Plano Nacional de Energia (PNE) 2050
do Ministério de Minas e Energia, que define as políticas energéticas do país e, consequentemente, os planos de investimentos futuros.
Além disso, levanta também algumas questões centrais: qual será e como nos planejaremos para oferecer a energia necessária para mover o Brasil do futuro?
Para o Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Altino Ventura, teremos que fazer uma importante transição para garantir a energia elétrica necessária às próximas gerações: "Tudo indica que, conforme sinalizou o PNE 2030, nós teremos que fazer a transição para a termoeletricidade, achando um caminho que combine três fontes: gás natural, carvão e nuclear. O potencial hidrelétrico brasileiro não tem condições de atender as demandas até 2050."
Respondendo por 68% ou 86 GW de toda a energia elétrica ofertada no Brasil em 2013, a hidroenergia poderá alcançar até 174 GW, conforme indica o PNE 2030, documento finalizado em 2008. Considerando que a capacidade instalada necessária para atendimento da demanda em 2030 é de 225 GW, os restantes 61 GW deverão sair de outras fontes. Para 2050, a necessidade será ainda maior.
A política energética brasileira já prevê a diversificação de suas fontes energéticas, aproveitando as características regionais, explica Ventura, e isso terá que ser intensificado. "Nos próximos 10, 15 anos nós vamos construir as hidrelétricas na Amazônia, de maior porte; eólicas no Nordeste e um pouco no Sul, que tem potencial; vamos desenvolver biomassa do bagaço de cana em São Paulo; vai ter alguma coisa de carvão mineral no Sul; provavelmente vai ter gás no Sudeste e Sul por causa do pré-sal, fazendo uma matriz diversificada no país."
O Plano Decenal de Expansão da Energia 2023, em voga, já reflete essa tendência. O percentual de hidroenergia na matriz elétrica brasileira vai cair dos atuais 68% para 59%, apesar de subir em números absolutos - 86 GW hoje para 121 GW em 2023. Dos 77,2 GW programados para serem instalados entre 2013 e 2023, 45% são de hidrelétricas, 26% de eólicas, 9% vem da biomassa e 5% da fonte solar. Ou seja, 85% da expansão provém de fontes renováveis, mas, tendo como horizonte 2050, Ventura ressalta que isso não será suficiente. Teremos que usar mais energia termelétrica (gás natural, nuclear e carvão):
"Fica claro que o Brasil vai ter que usar todas as fontes energéticas. Eólica, solar, biomassa, conservação de energia, tudo isso vai ser feito, mas não se pode num país como o nosso, que tem um crescimento de [consumo de] 7 mil megawats por ano, se manter só com essas fontes, que são interruptíveis e tem problema de instabilidade da rede."
Os dados do MME de 2013 indicam que o Brasil produz hoje 78,4% de sua energia elétrica por meio de fontes renováveis e 19,2% a partir de combustíveis fósseis, praticamente o inverso dos números globais, onde essa proporção é de 21,2% e 68,1%, respectivamente.
O PNE 2050 será finalizado no segundo semestre de 2015.
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