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Seminário debate alternativas econômicas para povos indígenas
Ida Pietricovsky de Oliveira
Técnicos do Projetos Demonstrativos dos Povos Indígenas (PDPI) do Ministério do Meio Ambiente, indígenas e representantes de outros programas governamentais estarão, até quarta-feira (28), discutindo cenários, tendências, dificuldades, oportunidades e desafios de projetos indígenas voltados para atividades econômicas sustentáveis, sobretudo àqueles voltados à comercialização.
O seminário Temático Atividades Econômicas Sustentáveis - Os desafios da comercialização de produtos indígenas, organizado pelo PDPI, componente do Subprograma Projetos Demonstrativos (PDA), no Amazon Eventos, em Rio Branco (AC) está discutindo propostas de melhoria das perspectivas de sustentabilidade econômica, social e cultural dos povos indígenas da Amazônia.
Além da equipe do PDPI, estão presentes ao evento membros de organizações indígenas e outros representantes da coordenadoria das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), organizações indigenistas (CPI) e governamentais (Sepi, Seater, Sebrae etc.) do Acre, do MMA e Funai, entre outros, participarão do seminário.
Na tarde do dia 28, começa a reunião da Comissão-Executiva do PDPI, quando serão analisados novos projetos. A Comissão é composta por quatro membros do governo (MMA, Ibama, Funai e Banco do Brasil) e quatro lideranças indígenas dos nove estados da Amazônia Legal, indicados pela Coiab.
Serão analisados cinco projetos: um do Acre, um Maranhão, um de Roraima e dois do Amazonas. Todos eles já receberam pareceres favoráveis dos pareceristas e agora caberá à Comissão Executiva realizar o julgamento final. A divulgação dos resultados será feita na sexta-feira (30).
Sustentabilidade e comércio - A preocupação com a sustentabilidade econômica dos povos indígenas é resultado das demandas já apoiadas pelo Componente Subprojetos do PDPI. As atividades econômicas sustentáveis representam a maior demanda dos povos indígenas.
Dos 261 projetos recebidos pelo PDPI, 173 estão nesta área temática. Destes, 106 são exclusivamente voltados para atividades econômicas e 67 mistos (47 economia e cultura, 12 economia e proteção territorial e 8 economia, proteção territorial e cultura).
Entre as atividades mais freqüentes dos projetos com ênfase em economia são criação de animais (inclusive silvestres) e agricultura ou sistemas agroflorestais para recuperar ou consolidar a economia de subsistência, sobretudo a segurança alimentar; diagnósticos, capacitações e experimentos tecnológicos para identificar ou ampliar o potencial dos recursos locais para extração, produção e eventualmente comercialização; e comercialização de artesanato e de produtos extrativistas ou agrícolas.
São vários os desafios enfrentados pelos povos indígenas na gestão de projetos econômicos, entre eles os voltados para comercialização. É preciso assimilar novos conhecimentos (por exemplo, sobre tecnologias e mercados), assim como novas habilidades (por exemplo, de execução de tarefas técnicas, organização e negociação).
É também necessário incorporar novos princípios, como por exemplo a noção de poupança e planejamento financeiro, ou seja, a necessidade de guardar parte da renda para manutenção e investimentos futuros.