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Reunião define treinamento de refrigeristas
Brasília (DF) - A Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA) do Ministério do Meio Ambiente promove hoje uma reunião para definir o programa de treinamento de refrigeristas, no âmbito do Programa Brasileiro de Eliminação da Produção e Consumo das Substâncias que destroem a Camada de Ozônio, lançado em setembro do ano passado. No encontro, serão debatidas a portaria que irá definir os critérios para seleção de técnicos que receberão treinamento e o equipamento para coleta de gases, a implementação dos chamados centros de regeneração, onde os CFCs serão coletados e substituídos por outras substâncias, e o programa de treinamento. A reunião será no Ibama, em Brasília, a partir das 9h.
O Programa envolve um investimento de US$ 26,7 milhões (cerca de R$ 80 milhões) até 2008. Em 2003, foram liberados US$ 9,5 milhões. Para o treinamento de 35 mil técnicos em refrigeração em todo o país serão destinados US$ 3,7 milhões. O treinamento de 109 oficiais de alfândega e autoridades de portos e aeroportos receberá US$ 141,2 mil, até 2006.
Com o treinamento, os técnicos estarão capacitados para não permitir que o CFC vaze durante algum reparo em equipamentos de refrigeração. Os refrigeristas aprenderão também a reaproveitar esse gás, sem afetar a Camada de Ozônio. Nas alfândegas, o objetivo é treinar os oficiais a identificarem o CFC, controlando a entrada ilegal do gás no país. O CFC (clorofluorcarboneto) é um gás formado por cloro, flúor e carbono, e utilizado em produtos como refrigeradores domésticos, comerciais e industriais, entre outros.
Estima-se que existam ainda em uso no Brasil cerca de 36 milhões de refrigeradores com funcionamento à base de CFC. São aparelhos fabricados até 1999, ano em que o Brasil proibiu a produção desses equipamentos com o gás, e as indústrias o substituíram por substâncias que não prejudicam a Camada de Ozônio.
CFCs - Nos frigoríficos, freezers, geladeiras, e frigobares mais antigos, o CFC é o "gás de geladeira" (freon ou frigen), e sua função é absorver o calor na placa do congelador (onde se forma gelo) e liberá-lo pelo radiador, do lado de fora do aparelho. O mundo chegou a produzir 750 mil toneladas de clorofluorcarbonos ao ano. No entanto, a utilização desse gás destruiu parte da Camada de Ozônio, provocando a abertura de buracos em alguns pontos. Em função disso, desde 1987 esses gases vêm sendo substituídos por outras substâncias, o que deverá resultar na reversão desse processo no futuro, com o "fechamento" do buraco na camada.
O ozônio é um gás azul-escuro que se concentra na chamada estratosfera, entre 20 e 40 quilômetros de altitude. A Camada de Ozônio tem cerca de 15 quilômetros e é como um escudo que protege a terra dos efeitos nocivos dos raios solares.
O Programa Brasileiro de Eliminação da Produção e Consumo das Substâncias que destroem a Camada de Ozônio tem apoio do Senai (Serviço Nacional da Indústria), do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e da GTZ (Agência Alemã de Cooperação). O objetivo do governo é a eliminação, até 2007, de todos os CFCs.